Marido de Quitéria Chagas morre aos 57 anos
Por Flavia Cirino - 24/03/23 às 05:36
Quitéria Chagas informou nas primeiras horas desta sexta-feira, 24 de março, que seu marido, Francesco Locati, morreu em virtude de um câncer raro. O empresário italiano, com quem ela era casada desde 2008, estava internado em Milão. Em suas redes sociais, a rainha de bateria do Império Serrano relatou a luta de Francesco e os momentos finais, em um relato comovente.
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“Luto – Viúva. Tô ausente aqui, desde que voltei às pressas do Brasil pra Milão passei todos os dias até o fim cuidando dele, meu marido, pai da minha filha, homem que conheci em 2008 no Império Serrano, e mudou minha vida”,disse ela, inicialmente.
A dançarina destacou o fato de, justamente na data, ser o aniversário da escola de samba: “Sei que é aniver da minha escola mas, tô sem energia, desculpa. Vida virou de ponta a cabeça, tenho muitas coisas emocionais e infelizmente burocráticas”, continuou.
Todos sabem que casei, poucos posts antigos, não exibia porque ele nunca gostou de flash, exposição. Dizia: ‘a artista é vc’”
A atriz e rainha de bateria destacou que o marido travou uma árdua luta pela vida e ela esteve ao lado dele. A artista, então, fez um alerta.
“Aos 57anos Francesco Locati lutou, queria viver. Lutei com ele diariamente no hospital. Me pedia desculpas porque não fazia controles médicos (homens se cuidem). Só descobriu câncer terminal quando não tinha mais saída”, disse.
Quitéria detalhou a doença do italiano: “Era raro, neurointestinal, que, como uma árvore, deu metástase, espalhando pelos nervos e glândulas. Alastrou no corpo. Hospital tentava amenizar insuportável dor com morfina e mesmo assim agonizava de dor e eu ali vendo, tentando dar forças, mas sabendo do fim. A dor imensurável, vê-lo sendo devorado por dentro encolhendo, atrofiando, doença torturante, nada parava sua dor”.
A sambista destacou como é a relação entre médicos e pacientes na Itália e criticou: “Tive que contar pra ele. Médicos na Itália não tem preparo pra contar o fim, péssimos na relação com o paciente. Tive que contar a minha filha, tentando reduzir traumas… ser psicóloga ajudou, curso que fiz de psicologia, oncologia, cuidados paliativos porém, vivenciar é muito além da teoria”, disse.
“Nessa hora agradeci meus professores da época de faculdade, recorri ao que aprendi e joguei no pior momento da vida. Eu e minha filha estamos fazendo terapia. Mesmo sendo psicóloga devemos fazer, não somos perfeitos”, destacou.
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E continuou o desabafo: “Sofri e sofro. Desabava, erguia, reerguia… no meio do furacão. Ouvir o pedido de desculpas dele, o ‘eu te amo’, a forma que ele foi morrendo comigo ali, a respiração indo embora e eu ali, não abandonei até o fim”.
“A gratidão que tenho por ele é imensurável, até nesta dor como aprendi, aprendo tudo tá sendo importante; vivência que transforma. Deus sabe de tudo. Sempre lembraremos de você, faremos nosso melhor tenha orgulho da gente, eu e Elena, nossa filha, te amamos, gratidão por tudo. Siga o caminho da luz no plano espiritual descanse em paz, Deus te dê a paz”, encerrou.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino