Morre o cineasta Peter Bogdanovich
Por Flavia Cirino - 07/01/22 às 08:55
Diretor dos filmes “A Última Sessão de Cinema” (1971) e “Lua de Papel” (1973), Peter Bogdanovich morreu aos 82 anos, de causas naturais, em sua casa em Los Angeles. A informação foi confirmada pela filha do cineasta, Antonia Bogdanovich.
Bogdanovich começou sua carreira como um influente crítico de cinema. Deu seus primeiros passos como diretor com “Na Mira da Morte”, de 1968, antes de contribuir na redação do roteiro de “A Última Sessão de Cinema”, sua ode aos Estados Unidos dos anos 1950.
Filho de imigrantes europeus fugidos do nazismo para Nova York, Peter também foi pesquisador e historiador importante do cinema americano, se aprofundando nos trabalhos de Alfred Hitchcock, Orson Welles e outros.
Apaixonado pela sétima arte, ele foi indicado a dois Oscars, de melhor direção e melhor roteiro, por “A Última Sessão de Cinema” em 1972. Na época, a revista americana “Newsweek” considerou a produção “o mais impressionante trabalho de um jovem diretor americano desde ‘Cidadão Kane'”. O longa era ambientado em uma pequena cidade do Texas que enfrentava momentos difíceis.
Entre seus outros filmes mais importantes estão “Na Mira da Morte” (1968) e “O Tatuado” (1979). Peter fez parte de uma geração de diretores que renovou Hollywood nos anos 70, junto a Martin Scorsese, George Lucas, Steven Spielberg, Brian De Palma e Francis Ford Coppola.
Após uma série de fracassos como diretor, ele experimentou uma nova onda de popularidade na virada do século, quando chegou a atuar na série “Família Soprano”, no papel do analista Elliot Kupferberg.
Entre seus últimos trabalhos estão “Um Amor a Cada Esquina” (2014) e “The Great Buster” (2018), um documentário sobre o lendário Buster Keaton.
“Estou arrasado. Era um artista grandioso. Nunca vou me esquecer da estreia de ‘A Última Sessão de Cinema’”, disse o cineasta Francis Ford Coppola, em um comunicado. “Lembro que, no final, o público se levantou e aplaudiu com entusiasmo por, facilmente, uns 15 minutos. Que ele descanse em paz durante a eternidade, desfrutando da emoção de nossos aplausos para sempre”, acrescentou o diretor da saga “O Poderoso Chefão”.
“Ele era um amigo querido e um campeão do cinema. Entregou obras de arte como diretor e era um ser humano genial”, tuitou o cineasta mexicano Guillermo del Toro.
Depois de conquistar o sucesso no começo da década de 1970 com obras como a comédia “Essa Pequena é uma Parada”, com Barbara Streisand, e “Lua de Papel”, que rendeu à atriz Tatum O’Neal um Oscar aos 10 anos, a carreira de Bogdanovich entrou em declínio.
Veja +: HBO exibiu episódios completos de “Família Soprano”
CASADO COM A MEIA-IRMÃ
Além de estrear várias produções que foram consideradas fracassos, como “Daisy Miller” e “Amor, Eterno Amor”, a vida pessoal do cineasta também passou por altos e baixos.
Peter Bogdanovich teve um romance com a modelo da revista Playboy Dorothy Stratten, que foi assassinada por seu esposo antes que o diretor estreasse a produção “Muito Riso e Muita Alegria”, na qual a ‘playmate’ fazia seu primeiro papel principal, ao lado de Audrey Hepburn.
Ele se casou com sua meia-irmã mais nova e entrou em uma ruína financeira. Depois disso, deixou Los Angeles e retornou a Nova York, sua cidade natal, onde voltou a escrever críticas de cinema.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino