Morte de Jean-Luc Godard: cineasta optou por eutanásia assistida
Por Redação - 15/09/22 às 11:19
Conforme já noticiado, o cineasta francês Jean-Luc Godard, de 91 anos, morreu na terça-feira, 1e de setembro, na Suíça. Até o momento, não se sabia a causa-morte.
Mas sua esposa, Anne-Marie Miéville, revelou que Godard fez a opção de um suicídio assistido. Outra informação divulgada pela família é a de que o corpo do cineasta será cremado.
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“Jean-Luc Godard morreu pacificamente em sua casa cercado por seus entes queridos. Ele será cremado e não haverá nenhuma cerimônia oficial”, anunciou Anne-Marie.
ATITUDE É PERMITIDA
O relatório médico de Jean-Luc Godard traz a frase “Múltiplas patologias incapacitantes”, para que o recurso de eutanásia fosse aplicado.
A medida é legalizada e regulamentada na frança e, segundo o assessor de Godard, Patrick Jeanneret, disse ao jornal local Libération, a decisão de tal prática foi feita com a maior lucidez.
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“Ele estava lúcido e sempre disse que gostaria de morrer dignamente”, afirmou.
Nenhum outro detalhe será divulgado a respeito do caso.
TRAJETÓRIA
Jean-Luc Godard era um dos diretores mais aclamados do mundo, citado, principalmente, pelos filmes clássicos como “O Desprezo” e “Acossado”, longas-metragens que ultrapassaram limites e inspiraram muitos diretores na década de 1960.
Nas redes sociais, o presidente da França, Emmanuel Macron, se manifestou, apontando Godard como “um mestre que inventou a arte moderna e livre”.
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“Jean Luc-Godard foi o mais iconoclasta dos cineastas da Nouvelle Vague. Ele inventou uma arte decididamente moderna e intensamente livre. Perdemos um tesouro nacional e um gênio”, declarou.
Nouvelle Vague é um movimento contestatório, próprio dos anos sessenta, que retrata o amor livre e pedaços da vida conturbada de personagens, que surgiu na época da revolução de 1968.
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Godard foi responsável por mais de 40 filmes em seus 70 anos d etrajetória, contando com documentários repletos de experimentos, ensaios fotográficos, curta-metragens e vídeos musicais. Vale destacar, na área musical, seu nome, citado no trecho da música “Eduardo e Mônica”, do Legião Urbana, onde se canta “O Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver um filme do Godard”.
GRANDES OBRAS
Entre seus trabalhos de enorme destaque, podemos citar “Acossado” (1960), “O desprezo” (1963), “Viver a Vida” (1962), “Carmen” (1983).
Uma de suas produções polêmicas bastante lembrada foi o filme “Je Vous Salue, Marie”(em tradução livre “Eu vos saúdo, Maria”), que teve sua exibição proibida no Brasil quando lançado, em 1985. O longa foi visto como uma ofensa à crença católica e chegou a ser rejeitado pelo, na época Papa, João Paulo II.
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O longa-metragem traz uma convivência divergente e difícil entre o espírito e o corpo. Maria é uma garota que trabalha no posto de gasolina do pai e José, um jovem taxista, que namora a moça. Ela engravida e José a acusa de traição, quando o anjo Gabriel tenta convencê-lo a aceitar e enfrentar os planos divinos (como a história que conhecemos de José e Maria, pais de Jesus).
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