Padre Julio Lancellotti revela segredo de Rita Lee: ‘Não disse quando estava viva’

Por - 15/05/23 às 12:20

Fotomontagem Padre Julio Lancellotti e Rita LeeFotomontagem: Reprodução Instagram @padrejulio.lancellotti e @ritalee_oficial

No domingo, 14 de maio, durante a missa na Capela São Judas, em São Paulo, o Padre Julio Lançellotti fez uma revelação a respeito de Rita Lee, nunca antes contada. De acordo com o religioso, Rita doava suas roupas de shows para pessoas em situação de rua. E o padre contou que fazia exatamente o que ela pedia.

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“Depois da bênção, nós vamos cantar a música da Rita Lee, José, e queríamos nos unir a todos que hoje estão rezando também pela Rita Lee. Era uma amiga muito querida e eu nunca disse isso enquanto ela estava viva, mas ela me mandava muitas roupas dela para dar para os moradores de rua. Todas as suas roupas cheias de brilho, cheias de espelhinhos, cheias de pedrinhas, cheias de coloridos e num corte muito especial. Todos queriam as roupas da Rita Lee.”

Padre Julio também revelou que nunca vendeu ou leiloou as peças, pois seguiu à risca o que Rita lhe pediu.

“Um dia alguém me perguntou: ‘Por que você não vende, faz um leilão?’. Falei: ‘Não foi para isso que ela mandou. Ela mandou para dar aos irmãos de rua. Foi isso o que ela pediu e foi isso que foi feito.”

Rita Lee deixou o marido, Roberto de Carvalho e os filhos Beto, João e Antônio.

DIA DAS MÃES

O domingo, 14 de maio, em que se comemorou o Dia das Mães, não foi nada fácil para os três filhos de Rita Lee. Mas eles homenagearam a mãe, cada um do seu jeito, usando as redes sociais.

Antonio Lee postou o último autógrafo que recebeu da mãe e que este era o “Feliz Dia das Mães” mais dolorido da vida.

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“Esse foi o último autógrafo da minha mãe.

Quando eu era pequeno, não entendia muito bem esse ritual. Pessoas surgiam do nada com papel e caneta, mãos meio trêmulas. Ficavam hipnotizadas enquanto minha mãe fazia uns rabiscos. Depois, pegavam o papel de volta e saíam chorando, emocionadas. Por que um papel com um nome assinado causava tanta comoção?
Com o tempo, o autógrafo foi cedendo espaço para as selfies no celular e vídeos mandando recado. Mas, hoje, mais do que nunca, eu entendo o barato do autógrafo. O autógrafo é analógico. É uma relíquia, um pedaço daquele momento, uma prova viva com reconhecimento de firma que o encontro realmente aconteceu.

Post do último autógrafo de Rita Lee para o neto
Foto: Reprodução Instagram @ant_lee

Nunca vi minha mãe negar um autógrafo. O pior que podia acontecer a um fã era chegar sem papel nem caneta e ela soltar o famoso ‘pô, bichô!?’.

Um dia, enquanto visitava ela no hospital com meu filho Arthur, de 5 anos, o assunto veio à tona. Eu comentei que a vovó Rita tinha um autógrafo muito legal, com desenho de disco voador e tudo! Ele ficou animado: ‘Eu quero um autógrafo da vovó Rita!’. E ela, claro, não negou. Coloquei no colo dela um papel e uma caneta. As mãos estavam fracas, o punho já não tinha a mesma flexibilidade de antes. Mas ela se lançou no desafio.

Primeiro, fez a dedicatória e a assinatura. Depois, o disco voador, provavelmente seu assunto preferido. Ela sempre se dedicava mais nessa parte. Enquanto terminava o desenho, reclamou que a mão não obedecia como queria. Não satisfeita com o disco, tentou desenhar outro mais para a direita, só para provar a si mesma que conseguia fazer um melhor. Até que desabafou: ‘a mão não tá indo, saco!’.

São mais de 50 anos dessa troca entre ídolo e fã. Foram milhares de vezes repetindo esse mesmo gesto. Milhares de folhas de papel espalhadas por aí que marcam um momento em que ela esteve presente. E sem saber que aquela seria a última vez, foi lá e assinou seu nome tão lindo. Dedicado a um grande fã que vai sentir muitas saudades da vovó.

Feliz dia das Mães mais dolorido do mundo, Mãezinha”, escreveu.

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Beto Lee, discreto, escreveu em inglês: “Across the universe, in the infinity of space and time, I will see you again”, que traduzindo livremente significa: “Do outro lado do universo, no infinito do espaço e do tempo, verei você novamente”.

Post de Beto Lee homenageando a mãe, Rita Lee
Foto: Reprodução Instagram @betolee

João Lee, que decidiu voltar a morar com os pais, assim que o câncer de Rita foi detectado, relembrou deliciosos momentos com a mãe.

Post de João Lee homenageando a mãe, Rita Lee
Foto: Reprodução Instagram @joaoleemusic

“Faz pouco mais de dois anos que tomei uma das decisões mais importantes da minha vida. Quando minha mãe descobriu um tumor no pulmão, eu decidi voltar a morar com meus pais. Não pensei duas vezes. Queria colaborar e fazer tudo que fosse possível e necessário para ajudar minha mãe em sua recuperação. Durante esses dois anos, não desgrudei deles.

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Acompanhei-os em todas as consultas médicas, todos os dias de radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e nos dias em que ela ficou internada, era dos primeiros a chegar e só ia embora depois que ela dormia. Foram rotinas novas e situações difíceis, que nenhum filho sonha viver com sua mãe. Mas também vivi muitos momentos especiais. Um dos momentos que guardarei no meu coração para sempre foi quando, toda noite, colocava minha mãe para dormir. A dinâmica era sempre a mesma: todos íamos juntos para o quarto dela, esperávamos enquanto ela colocava pijama, escovava os dentes, tomava seus remédios e deitava na cama. Meus pais então faziam uma oração e no final eu ficava sozinho com ela no quarto, deitados na cama e olhando para o teto todo cheio de estrelinhas que brilham no escuro. Conversávamos até que ela pegasse no sono. Só então eu me levantava, dava a volta na cama, dava um beijinho na sua testa e falava bem baixinho no seu ouvido: ‘boa noite, te amo mãe’. Perdi a conta de quantas vezes falei que a amava nesses últimos anos. Continuei falando até seu último suspiro. Queria poder falar mais um monte de vezes hoje. Te amo mãe, onde quer que você esteja, para sempre! Feliz dia das mães”, finalizou.

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