Relato antigo de Sinéad O’Connor choca fãs ao ser divulgado
Por Rita García - 06/08/23 às 09:00 - Última Atualização: 5 agosto 2023
Segundo o programa “The View” a cantora Sinéad O’Connor, que foi encontrada morta em Londres em 26 de julho aos 56 anos, insinuou ter pensamentos suicidas enquanto morava em um Travelodge [rede de hotéis]. Ela abriu o jogo sobre seu tormento de saúde mental, meses antes de aparecer no programa do Dr. Phil para detalhar seu terrível abuso nas mãos de sua mãe.
Em um vídeo de 12 minutos postado no Facebook, ela disse enquanto chorava: “Estou sozinha. E não há absolutamente ninguém na minha vida, exceto meu médico, meu psiquiatra, o homem mais doce da Terra, que diz que sou seu herói, e isso é a única coisa que me mantém viva no momento… e isso é meio patético.”
“Agora estou morando em um motel Travelodge no final de Nova Jersey… Quero que todos saibam como é – é por isso que estou fazendo este vídeo.”, justificou.
“Doença mental, é como drogas, não dá a mínima para quem você é, e igualmente o que é pior, é o estigma, não dá a mínima para quem você é.”, afirmou.
Posteriormente a cantora detalhou como foi vítima da própria mãe, assegurando que foi mantida em uma “câmara de tortura” por Johanna Marie, que morreu em 1985 em um acidente de carro aos 45 anos quando Sinéad tinha 19:
“Estou farta de ser definida como a louca; a sobrevivente de abuso infantil. Ela (minha mãe) dirigia uma câmara de tortura. Ela era uma pessoa que se deliciava em te machucar. Ela costumava me fazer dizer repetidamente: ‘Eu não sou nada. Eu não sou nada’ enquanto ela me batia. Ela não estava bem; ela estava realmente muito, muito, muito mal. Eu diria que ela estava possuída, embora não tenha certeza se acredito nessas coisas.”
Na conversa com Dr. Phil, o médico da TV perguntou o que ela mais amava em sua mãe, a cantora respondeu: “O que eu amo em minha mãe é que ela está morta”, respondeu.
Os problemas que teve com sua mãe na infância a levaram a ter sérios problemas de doença mental. Em uma ocasião confessou que nunca consegue deixar de chorar pela mãe.
Sinéad – cujos restos mortais foram devolvidos à família e cuja morte ocorreu 18 meses depois que seu filho Shane, 17, tirou a vida depois que ele escapou de um hospital enquanto estava sob vigilância de suicídio – também foi aberta sobre seu relacionamento horrível com sua mãe Johanna Marie em seu brutal livro de memórias ‘Rememberings’.
Seu bate-papo com o Dr. Phil foi 27 anos depois que Sinéad chorou por sua mãe na promoção ‘Nothing Compares’.
Ela disse que enquanto filmava o videoclipe de “Nothing Compares” que não conseguia parar de pensar em sua mãe enquanto caminhava durante as filmagens, acrescentando: “Eu não sabia que ia chorar cantando. Toda vez que canto a música, penso em minha mãe. Nunca parei de chorar por ela.”
Sinéad também tinha um pensamento recorrente: de morrer para finalmente se reencontrar com Johanna Marie ‘do outro lado’.
FUNERAL MUÇULMANO
O funeral de Sinéad O’Connor provavelmente será realizado por estes dias, pois seu corpo já foi liberado para sua família após a autópsia, revela o jornal “The Irish Times”. John Thompson, o escrivão do distrito Inner South de Londres confirmou à publicação que uma “autópsia foi realizada para garantir a causa médica da morte” antes da liberação de seu corpo para a família.
Enquanto os familiares aguardam os resultados da autópsia, que podem demorar algumas semanas ainda, eles preparam o funeral da falecida cantora.
Segundo fontes do diário, os membros da família estão estudando a possibilidade de dar à cantora um funeral muçulmano, já que ela se converteu ao Islã nos últimos anos.
De acordo com o jornal, o decreto muçulmano afirma que um corpo deve ser enterrado dentro de três dias após a morte ou, neste caso, liberado dos procedimentos de autópsia.
A artista de 56 anos foi encontrada morta pela polícia, em Brixton, no sul de Londres, dia 26 de julho, 1 ano e meio após o triste suicídio do seu filho Shane, que a deixou muito abalada.
INSTRUÇÕES
A revista “People” resgatou uma entrevista com Sinéad O’Connor, de 2021, onde a falecida cantora, que morreu aos 56 anos dia 26 de julho, revelou que tinha dado instruções aos filhos, em caso de um dia ela aparecer morta. Sinead falou sobre o assunto ao avaliar a música de Prince [morto em 2016] sendo lançada após sua morte.
“Veja, quando os artistas estão mortos, eles são muito mais valiosos do que quando estão vivos”, justificou a intérprete de “Nothing Compares 2 U”.
“[Tupac Shakur] lançou muito mais álbuns desde que morreu do que jamais fez enquanto vivo, então é meio nojento o que as gravadoras fazem”, afirmou.
Sinead continuou explicando: “É por isso que sempre instruí meus filhos desde muito pequenos: ‘Se sua mãe cair morta amanhã antes de você ligar para o 911, ligue para meu contador e certifique-se de que as gravadoras não comecem a liberar meus discos, e não dizer onde está o dinheiro’”, afirmou.
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“Todos nós músicos temos canções que realmente nos envergonham e que são uma porcaria. Não queremos que ninguém as ouça”, afirmou na entrevista.
“Agora, este [Prince] é um homem que lançou todas as músicas que já gravou, então se ele se deu ao trabalho de construir um cofre, o que é uma coisa muito difícil de se fazer, isso significa que ele realmente não queria que essas músicas fossem lançadas… e eu não suporto que as pessoas estejam, como eu disse, estuprando o cofre.”
Sinead faleceu após anos lutando contra problemas de saúde mental, principalmente após o suicídio de um de seus filhos. Na quinta-feira (27), a polícia confirmou que não está tratando sua morte como suspeita depois que ela foi encontrada “inconsciente” em seu apartamento em Londres. Nenhuma causa médica foi dada ainda. A autópsia foi realizada, mas os resultados podem não estar disponíveis por várias semanas.
A cantora deixou os filhos Jake Reynolds, de 36 anos, Roisin Waters, de 27 e Yeshua Bonadio, de 16. Shane Lunny morreu aos 17 anos em 2022.
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Formada em Ciencias de la Comunicación (México), louca por gatos e fascinada com o mundo dos famosos. Feliz de ser parte do OFuxico desde 2000.