Como funciona a venda de catálogo de Katy Perry e outros artistas?

Por - 20/09/23 às 10:05

Katy PerryKaty Perry / Reprodução / Instagram /@katyperry

Uma notícia que já vinha circulando por aí é que Katy Perry estaria interessada em vender seu catálogo musical, que inclui diversos hits e uma discografia cheia de hits que vai desde “Teenage Dream” á “Never Really Over”. Nesta semana, acabou se confirmando ao ser anunciado pela revista musical especializada no ramo, a Bilboard, que a mãe de Daisy Dove Bloom assinou com a Litmus Music, recebendo $225 milhões de dólares( Pouco mais de 1 Bilhão de Dólares) e todos os seus 5 álbuns lançados passam para a empresa.

Tivemos casos assim, aonde as chamadas Masters foram vendidas para terceiros sem que o artista aprovasse, como Taylor Swift. A dona de “Anti-Hero” vem relançando seus álbuns após a falcatrua de Scooter Braum com a Big Machine Records. Não é o mesmo caso com Katy Perry, pois a californiana fez em comum acordo. A notícia assustou aos fãs e deixou todos se questionando: E agora?. Mas, calma! Além dela, outros grandes nomes fizeram o mesmo e tem um belo significado por trás.

A Venda

Quando um artista vende seu catálogo musical, considerando o tamanho e relevância dela, um acordo deve ser feito. Um dos principais motivos que levam isso é como essas faixas são trabalhadas. Especialistas apontam que levaria 30 anos para Perry fazer o montante levando em consideração apenas os streamings em serviços como Spotify e Deezer.

Ao vender suas músicas, teoricamente, a Litmus pode fazer o que bem entender: Transformar “Peacock” em um perfume; “Firework” em uma linha de produtos naturais; “Hummingbird Heartbeat” como produto erótico…. e assim vai. Mas, não é essa a razão que faz a venda ser almejada: Todas as faixas serão trabalhadas e o retorno financeiro para Perry, que é dona das composições, é muito maior.

Pense assim: Um filme vai ser lançado e a música “Teenage Dream” é parte de uma tracklist sonhada. O time de Perry pode não dar o aval ou nem receber a proposta. Com uma segunda equipe com um catálogo enorme em mãos, ou seja, especializada em trabalhar essas faixas, o caminho fica mais livre para ver e ouvir essas canções em propagandas, audiovisual e até mesmo serem veiculadas de forma mais precisa.

Em teoria, isso deixa o caminho livre para Katy trabalhar muito bem e muito melhor a sua nova era, que vem aí até o final do ano segundo insiders, pois a “Play” (sua residência em Vegas) acaba em novembro. Outro ponto que a venda traz de positivo, é que a voz de “Cry About It Later” pagará menos impostos para o governo norte-americano. E não, ela não vai deixar de cantar os hits, isso não a impede.

Teenage Dream
Teenage Dream: 13 anos da obra de Katy Perry (Divulgação)

Dan McCarol, cofundando da Litmus Music, é um parceiro de longa data de Perry, desde seu início ao assinar com a sua atual gravadora, a Capitol Records, do grupo Universal Music. Ele se mostrou empolgado:

“Katy Perry é uma visionária criativa que causou um grande impacto na música, na TV, no cinema e na filantropia. Estou muito honrado por fazer parceria com ela novamente e ajudar Litmus a gerenciar seu repertório incrível”.

Vale destacar também que a Forbes divulgou que a fortuna de Katy Perry é avaliada em (segurem os cintos!), 340 milhões de dólares (Quase 1 bilhão e meio de reais). Além do acordo, seus lucros veem do American Idol, suas linhas de sapatos, produtos que ela assina como embaixadora, a residência em Vegas, turnês… e por aí vai! Riquíssima!

Katy Perry
Katy Perry participa do GMA e confirma retorno á música (Reprodução/Instagram @katyperry)

Quem já vendeu?

  • Artistas renomados fizeram o mesmo que Katy Perry. Entre estes nomes estão: Bob Dylan, que vendeu com a Sony Music em 2022. O negócio, segundo a Variety, foi de 200 milhões de dólares.
  • Outro nome que fez o mesmo recentemente foi Justin Bieber. A bagatela que ele assinou foi a mesma de Dylan, mas com a Hipgnosis Songs Capital. O acordo envolve 291 músicas, com faixas lançadas até 2022.
  • Justin Timberlake também vendeu para a mesma empresa que Justin Bieber assinou, mas por um valor um pouco menor e também não incluindo seus futuros lançamentos. O cantor arrecadou 100 Milhões de dólares na transação da venda de seu catálogo.
  • Whitney Houston, David Bowie e Tina Turner são nomes que tiveram seu catálogo vendidos após a sua morte. A voz de “I Look To You” teve suas músicas vendidas por 100 milhões de dólares para a Primary Wave; Bowie teve suas canções, que incluem “Life On Mars”, por 250 milhões de dólares , segundo a Variety. Já com Tina Turner, o valor foi de 50 milhões de dólares, mas o acordo envolve também o nome para marcas e merchandising futuros que tenham como foco a cantora.
  • Por fim, Shakira, a mais recente homenageada pelo VMA Vanguard Awards, vendeu para a Hipgnosis Songs Capital seu catálogo em 2021, no valor de 300 milhões de dólares (1,5 bilhão de reais). O acordo envolveu apenas tudo que ela lançou até a data, então seus hits recentes estão em sua posse.

Tags:

Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha