Gloria Groove fala de ‘quebrar preconceitos’ por meio do pagode

(atualizado às 17h40)

Celebrado nesta quarta-feira, 12 de junho, o Dia dos Namorados merece uma trilha sonora especial para comemorar o amor entre os casais apaixonados. E o novo projeto de Gloria Groove, “Serenata da GG, Vol.1 (Ao Vivo)”, possui as faixas ideais para embalar o clima de romance que a data proporciona.

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Duas semanas após seu lançamento, o álbum ultrapassa 9 milhões de reproduções no Spotify, despontando em #26 na parada semanal brasileira de álbuns. Na Deezer, já é o segundo álbum mais ouvido da plataforma. No YouTube, os seis clipes já divulgados somam mais de 4 milhões de reproduções.

Com 13 faixas neste primeiro volume, a coletânea é um convite pessoal e romântico, perfeito para os apaixonados de plantão. Trazendo uma mistura única de emoção e ritmo, Gloria Groove desperta emoções e incentiva o ouvinte a se entregar à paixão, enquanto mergulha em uma jornada musical que celebra o amor em todas as suas formas.

Para falar mais do álbum novo, Gloria Groove realizou uma coletiva de imprensa, na qual OFuxico esteve presente, a drag queen revelou mais detalhes de como planeja seguir a sua nova Era musical, a começa pela liberação dos clipes do terceiro bloco, das músicas “5 Minutinhos”, “Meu Anjo/Incondicional” e “A Loba”.

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Entrada de Gloria no pagode

Primeiramente, a artista relatou como foi sua entrada no mundo do pagode: “Eu acredito que o processo para chegar nesse álbum aconteceu naturalmente pelo fato de que o pagode esteve sempre em minha vida, pois minha mãe era backing do Raça Negra, então sempre tive contato com grandes artistas do gênero, além de que sempre ouvi muito gêneros”.

“O Belo mesmo, além de um feat, era uma referência, sempre referenciava ele no processo criativo do disco”, descreveu ela, que já tinha uma ideia do que fazer: “Antes mesmos de fazer os acampamentos de me colocaram no caminho do álbum, eu já tinha ideia de que queria seguir a estética do pagode”.

“Queria fazer algo audiovisual, ao vivo, definir a porcentagem de originais, regravações e adaptações das minhas próprias músicas. Ainda, queria unir o fato de que sou uma diva pop fazendo pagode e que queria trazer essa sensação de anos 2000, que está presente nos dois volumes”, afirmou Gloria, em suma.

Aliás, a artista enxerga o gênero como uma porta de redescoberta: “Pagode dá muita essa possibilidade de descobrir novas coisas, até mesmo de músicas já lançadas. Acredito muito na força desses projetos de serem coletâneas, de serem uma força só, e tentei imprimir minha marca nesse projeto”.

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“Nosso Primeiro Beijo” não era o single inicial

Em dado momento, Gloria comentou sobre o single “Nosso Primeiro Beijo”, que está bombando nas plataformas digitais: “’Nosso Primeiro Beijo’ foi uma instigação minha no acampamento com os compositores, pois eu queria a música de beijo que não tinha saído ainda em dias de camp. O mais engraçado que o beijo dentro da letra da música nem aconteceu (risos).”

“Meu processo criativo é muito louco, eu tenho uma visão muito certinha do que quero, e nessa música, já era meu segundo sing camp, então cheguei já direcionando o que queria, e falava o que desejava. Muita gente até elogiou pela facilidade de escrever com um briefing”, revelou ela.

“Tem outras músicas tão fortes quanto esse, mas essa tem uma magia própria, de hitar antes do lançamento, andando sozinha com uma gravação. Íamos apostar em ‘Loucuras de Amor’ como primeiro single, pelo significado dela e o conceito do álbum de se declarar, mas ‘Nosso Primeiro Beijo’ também, e só rolou naturalmente de casar com o conceito e os fãs gostarem”, garantiu a artista, em síntese.

Ela também o sucesso das canções: “O que explica esse sucesso meteórico é o que as letras estão falando, a mensagem, Conversa com o que as pessoas estão falando, vivendo, e o amor vai ser esse Norte. Desde o começo da carreira entendi que ter Amor (mãe, marido, amigos, equipe fãs, etc) era importante. Muitas vezes só damos valor quando bons momentos acabam, mas passei a prestar como o amor era importante e um diferencial meu”.

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Gloria fala de quebra de paradigmas

Eventualmente, foram citadas a críticas que alguns haters fizeram sobre “Gloria Groove estar se rendendo a um gênero de hétero”, e ela ficou muito feliz em levantar essa discussão: “É uma honra endo eu e fazendo o que me dar prazer, olhar depois a repercussão e ver que estou em uma discussão e um gênero está dentro de um recorte de gênero e sexualidade”.

“[…] Isso me traz para a realidade, que as pessoas tem questões muito primárias, e quanto mais faço, mais vejo que é preciso quebrar paradigmas. Fico muito feliz de ver que consigo quebrar preconceitos, debater pautas, e facilitar a existência do outro, deveria ser obrigação, como ver relatos de que um pai homofóbico mudou por minha causa”, contou ela.

“O tempo vai mostrando a verdade que existem muito mais, inclusive pessoas LGBT+ que são fãs de pagode. A Lud fez muito isso com o ‘Numanice’, de dar a liberdade de curtir o gênero endo você mesmo, e até levar sua namorada como foco do projeto. […] O que estou fazendo mesmo é me reinventar, nem sempre é estratégico para ‘invadir um novo pedaço’, e adoro ter a admiração de quem realmente importa”, prosseguiu a cantora.

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Amor maior que tudo

Gloria Groove então retomou o assunto do amor como Norte do álbum: “Dentro da comunidade LGBTQIAPN+, nem todos tem amor e apoio de pessoas próximas, e tenho noção desse privilégio que tenho. Com isso, queria deixar essa marca do amor, e quando for uma drag bem velhinha, vou poder lembrar disso”.

“’Serenata’ vem para mostrar que pessoas da minha comunidade o amor é possível, pois para muita gente ele parece muito distante. Eu tenho muita questão com abandono, e quero que meus fãs sintam o contrário, em falar nisso que comentei de o amor ser atemporal”, analisou ela.

“Muitas vozes vamos deixando para trás, mas essa de se apaixonar, emocionar, nunca vou deixar, e preciso reforçar como o amor é importante, e que essa ideia é totalmente válida para qualquer um”, completou Gloria Groove.

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Detalhes da Concepção do “Serenata”

Também sobre o gênero musical em si, a artista ressaltou: “Gosto de muita coisa, e sempre busco me reinventar para nunca cair na mesmice e me sentir alimentada comigo mesmo. ‘Lady Leste’ era para mostrar tudo que eu era capaz de fazer, e fiz. ‘Futuro Fluxo’ era porque eu gostava de tantas festas e curtia aquele som, então fiz esse álbum. ‘Serenata’ retoma minhas origens como criança no Raul Gil, de amar divas românticas, e esse foi meu Norte”.

Em seguida, detalhes da produção do álbum ganharam elucidação: “O que torna Serenata diferente de outros projetos de pagode é ser feito por uma drag queen, que maximiza tudo e os sentimentos. Também me inspirei em programas de namoro da TV, tentei criar uma fusão de Belo e Fernanda Lima”.

“[…] Fiz questão de deixar claro que era uma Era para os emocionados que se declaram, e até o vermelho voltando com rosa maximizando tudo foi a forma de simbolizar tudo que estava passando na minha vida, além de uma característica do pop mesmo dentro do pagode”, pontuou a cantora.

“Gloria Groove me obriga sempre a pensar de uma forma de estar brincando, me divertindo, ser exagerada e explorar tudo que sinto, inclusive esse amor ‘emocionado’ que vemos no ‘Serenata’, e quis ser representante dessa ideia do amor ‘emocionado’”, disse.

“O mercado musical é bastante instável, vai mudando com o tempo, mas o Serenata sempre foi pensando para ser da maneira como foi, trabalhei com a equipe criativa sempre falando o que queria e pretendia fazer. […] Foi o primeiro projeto que pude penar em tudo para ser uma situação, diferente do Pop, que tem muito mais coisas a se avaliar”, falou ela.

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Parcerias

Logo depois, Gloria Groove explicou a escolha de algumas parcerias no “Serenata da GG”: “Uma conexão minha com a Alcione é que ela era a homenageada do Prêmio da Música Brasileira, e fui convidada para cantar com a Maria Bethânia a música que elas gravaram juntas. Aceitei a missão, cantei com a Bethânia para a Alcione, e foi uma noite que me marcou muito. Além disso, me sentei com ela depois na premiação, e ela foi muito carinhosa, então quis tentar essa parceria”.

Quanto a outros nomes, revelou: “Belo era importante e precisava coroar o romantismo desse Vol. 1, além da importância dele no próprio processo criativo; minha mãe também está em uma Era de samba/Pagode, e estamos compartilhando muitas conquistas; Thiago Pantaleão era a homenagem a meu álbum anterior; enquanto Ana Carolina trará a nostalgia do Vol. 2 dos 2000”.

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Gloria Groove quer deixar sua marca na Europa

A partir do final deste mês, Gloria Groove dará início à “ALÔ, ALÔ! Eurotour 2024”, sua quarta turnê de shows na Europa, mas apesar disso, ela ter ares de novidade: “Essa Eurotour é diferente, pois é a primeira vez que estou fazendo uma turnê completa com uma agência de Booking, que vem estudando para que eu seja vista por outros públicos além dos brasileiros que moram no exterior”.

“Fiquei com medo inicialmente, mas depois me animei, pois estarei me reinventando e mostrando uma cultura, ser ‘a drag brasileira lá fora’. Vão ser dez shows, uma loucura no verão europeu, mas vou levar minha marca, por isso o nome ‘Alô, Alô’, remetendo ao filme da Carmen Miranda, deixando ainda mais brasileira do que já é minha apresentação, algo que permeia todos os estilos que canto e exponho, mostrando a pluralidade da cultura”, explicou ela.

“Temos artistas maravilhosos que estão fazendo a expansão da carreira para além do Brasil, mas também estou recebendo essa oportunidade de redesenhar minha apresentação lá fora e reforçar ainda mais minha brasilidade”, garantiu a drag.

“Serenata deve sim ganhar uma turnê própria, mas apenas depois do Vol. 2, quando o corpo e música do projeto estiver maior e eu puder planejar como s shows dele da melhor forma. Mas até lá, vai ter um pouco de ‘Serenata’ em cada apresentação que eu fizer”, concluiu Gloria Groove, por fim.