Teenage Dream: 13 anos que Katy Perry marcou seu nome na cultura pop
Por Murilo Rocha - 24/08/23 às 14:11
Vivenciar fatos históricos num contexto da cultura pop é sempre muito prazeroso: Seja a ascensão de uma cantora, uma nova moda, uma série que domina o mundo ou até mesmo um filme que quebra as regras do marketing e se torna um sucesso estrondoso ( Hi, Barbie!). Mas, lá em 24 de agosto de 2010, Katy Perry lançava o que se tornaria um dos álbuns mais lendários da música pop e da cultura pop como um todo: “Teenage Dream”.
Você provavelmente se apaixonou pelas “California Gurls”; depois quis viver um amor como ela em “Teenage Dream”; depois se sentiu especial e cheio de luz como um “Firework”; ai foi abduzido por um mundo todo novo em “E.T”; e só restou festejar como se não houvesse amanhã em “Last Friday Night (T.G.I.F). Todas elas foram número 1 nas paradas, igualando a cantora ao lendário Michael Jackson. Por pouco ela não ultrapassou: “The One That Got Away”, a balada emocional e cheia de arrependimentos ficou em terceiro lugar na parada.
O Que Tornou Tudo Especial?
Viver a era Teenage Dream foi simplesmente delicioso. A cantora não deixou nenhum pouco a desejar com os lyric vídeos ( vídeos animados com a música e a letra junto) e com visuais que iram desde uma simples peruca azul e tons pasteis em uma espécie de ‘Candyfornia”. Tudo era absurdamente colorido, cheio de luz, cheio de cores e com tantos discursos inspiradores.
A cantora não só deu aos fãs, e ao mundo, um presente. Ela deu um daqueles álbuns atemporais: Ouça hoje e veja como nada parece velho ou datado. Tudo ainda soa doce, apaixonante e revigorante. Katy Perry não deixou de lado o espírito jovem e entregou com muito amor e carinho uma obra que refletiu o ser jovem em todos os momentos: Festas; crises de identidade; paixão; questionamentos; desabafos.
O segredo aqui é que tudo poderia ser um grande visual: “Peacock”; “Hummingbird Heartbeat” ainda soam como se tivessem ganhado clipes e visuais tão incríveis quanto. Não é algo que se compre, sabe?! “Who Am I Living For” e “Not Like The Movies”, bem como “Pearl”, mostram Katy toda vulnerável e mais uma vez dando aquela ‘canetada’.
A Reedição
“The Complete Confection” veio logo depois. A nova versão do álbum trouxe mais hinos e completou a história que Katy queria contar: “Part Of Me”, um hino que exalta a força interior de cada um e “Wide Awake”, a última música que deu fim a uma jornada mágica e completou o ciclo, foram lançadas. “Dressin’ Up”; “Last Friday Night (Feat Missy Elliot”; “E.T (Feat Kanye West” e um mashup de todos os singles, independente de suas posições nos charts, foram remixadas em uma versão superespecial.
“Part of Me” também é o nome do documentário que trouxe a tona os dramas de Katy e deu mais vida aos momentos dramáticos de sua turnê cheio de cores, momentos como as trocas de roupas em “Hot N Cold”, ou até mesmo a emoção e a depressão ao receber duas bombas: Um pedido de divórcio prestes a subir no palco e ser preenchida com todo o amor de uma plateia brasileira acalorada, a fazendo eleger até hoje os KatyCats daqui os melhores do mundo.
O Spotlight
Muito se fala sobre números aqui. E está muito certo! O prêmio mais notável que Katy recebeu aqui foi o lendário Spotlight Awards. Só duas pessoas têm esse feito: Ela e Michael Jackson. Ao colocar 5 singles de um mesmo álbum no topo da Bilboard Hot 100, ela recebeu a honra e o prestígio, marcando-a na história de uma forma inexplicável. Podemos falar das vendas digitais abarretadas, em uma época em que o streaming não tinha folego e força contra o Itunes.
Também poderíamos das inúmeras semanas que o álbum esteve em #1 semana no Bilboard 200, chart este que ele permanece até hoje, intercalando semanas em que sai e entra novamente, e também de tantos e tantos artistas que citaram Katy como uma grande inspiração. Mas, tudo parece ‘mínimo’ perto de uma honraria tão especial quanto um dos prêmios mais raros da indústria,
Legado
É difícil falar de um legado baseado em uma era. Katy não só inspirou, como inspira até hoje, um monte de jovens. Este próprio repórter se encontrou em momentos tão difíceis que só a música dela foi tão poderosa para me curar e me preencher. A cantora até hoje mantém seu amor pela música e manteve seu conceito e discografia como queria: Se encheu de luz e desistiu de um álbum mais pesado em “PRISM”; entendeu que tem uma voz para ser usada e fez o político “Witness”; e se reencontrou com seu lado interno, falando de temas como superação, depressão e felicidade em “Smile”.
O seu legado é justamente ser Katy Perry e não ter desistido de colocar seu nome no maior palco do mundo. Ela enfrentou de cabeça erguida as críticas, caiu e se levantou, pronta para retomar tudo que sempre pertenceu a ela. Cada ano que o “Teenage Dream” faz aniversário é mais um momento para se comemorar uma era tão bem feita, tão cuidadosa e tão perfeita como esta. Isto é ser Katy Perry.
Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha