“A vida é um dia de cada vez”, diz Ana Beatriz Nogueira recuperada do câncer

Ana Beatriz Nogueira está com os pés fincados no chão mais que nunca. Recuperada de um câncer no pulmão e há 12 anos tratando esclerose múltipla, a atriz de 54 anos constatou à colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, que ‘a vida é um dia de cada vez”.

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Ana contou que há três meses passou por uma cirurgia para a retirada de um tumor maligno. “Tiraram um pedaço do órgão, todo o lóbulo inferior esquerdo. O tumor era pequeno e estava encapsulado. Não tinha metástase. Os médicos falam que estou curada, mas, no caso de câncer, tem aquela história dos cinco anos. Tem que fazer exames de três em três meses no começo, depois vai espaçando. O tratamento é ficar de olho nisso e só. Não sinto nada. Quando faço exercício de tronco, mexo diretamente na região operada e, por isso, sinto dor depois. É muito recente. Tem um tempo para o corpo se ajambrar. Mas tudo isso é nada perto de tirar um tumor e dizer tchau, sem nem fazer quimio e radioterapia. O que importa é que estou perfeitamente saudável e apta para trabalhar, até segunda ordem. Lá vou eu”, disse.

Em outro momento da conversa, a atriz afirmou que não fica pensando que lá na frente possa haver qualquer outra complicação. “Se acontecesse de surgir de novo, o que é raro, tem um tempo para tudo. Ele não apareceria enorme de uma vez só. Não adianta pensar. Porque qualquer dia posso estar andando, cair um reboco e eu morrer. A vida é um dia de cada vez. Eu já vivo assim há muito tempo. Não tenho planos de ficar pensando sobre isso. Se a gente começa a pensar, vem um monte de coisa. “Ah, agora vou ver o ovário, o ouvido, a perna…”. Não tem como. Faço os exames, me cuido e entrego o resto. Eu vivo com esclerose múltipla e não tive progressão significativa da doença desde o diagnóstico, em 2009. Há 12 anos eu trato e nunca mais tive nada”, contou.

Ana, que se prepara para entrar no elenco de “Todas as Flores”, novela de João Emanuel Carneiro para a Globoplay, detalhou ainda o processo que enfrentou assim que descobriu o câncer.

“Primeiro, quando se descobre um tumor, espera para saber o que é, faz punção… Eles tiram um pedaço para a biópsia. A espera é uma loucura. E a imaginação vai embora. Aí chega o resultado dizendo que é maligno. Cai o mundo, o chão se abre. ‘Meu Deus, caramba, não acredito’. Depois que você sabe se é maligno, tem que saber se há metástase. Vai fazer o pet scan. Esse caminho é muito duro, e você fica pensando demais. Quando não deu metástase, saí felicíssima. Então, me falaram: ‘É cirúrgico, vamos tirar tudo, vai dar certo’. Mais um tempinho até a cirurgia – explicou ela, que só descobriu após fazer uma tomografia devido a uma gripe supostamente causada pelo vírus influenza. Não tive Covid até hoje. Eu peguei influenza. Na verdade, o médico acha que foi. Porque, quando veio o exame, já tinha passado o tempo que acusaria a doença. É que teve uma época que estava em falta o teste. O médico disse: ‘O negativo não adianta mais para gente, já passou a janela’. Bendito seja o que quer que eu tenha tido'”, contou a atriz, aliviada.

O pós-cirurgia de Ana Beatriz também não foi nada fácil. A atriz precisou enfrentar um infecção hospital. “Fiz bastante fisioterapia pulmonar assim que saí da cirurgia, já desde o hospital. E eu ainda demorei um pouquinho lá porque peguei um infecção hospitalar bacteriana. E aí deu pneumonia bacteriana. O órgão estava exposto, você fica com dreno na UTI. Acabei tomando muita cortisona por causa da infecção. Agora estou fazendo bastante drenagem, porque, meu pai do céu, você incha de um jeito diferente. Fica com cara de lua cheia. Mas, dentre todas essas coisas, eu penso: ‘Ok, está tudo ótimo’. O problema foi resolvido”, recordou.

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