Aline Wirley lança primeiro disco solo, anos depois do sucesso do Rouge

Por - 09/12/20 às 08:00

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Como diria Kátia, 2020 não está sendo fácil. Pra ninguém! Mas, apesar das diversidades neste momento totalmente inesperado e novo, em todo o mundo, é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter sonhos, sempre… E foi em busca do tom certo, de acordes que emocionam, que Aline Wirley resolveu, após longo tempo de incertezas, lançar-se na carreira solo. 

A ex-integrante do Rouge, lança seu primeiro disco, com um título bastante significativo e diferente: Indômita. 

A palavra, na definição do dicionário, significa brava, altiva. Qualidade de indomado; particularidade do que não se pode domar; indomável; bravo ou selvagem. 

E é exatamente assim que ela se mostra não apenas neste trabalho, mas no seu dia-a-dia. Casada com o ator Igor Rickly, com quem tem o fofo Antônio, Aline tem descoberto a cada dia mais amor na sua relação e na maternidade. As adversidades, também é o amor que supera. 

Cheia de ternura e personalidade, a cantora conversou com a reportagem de OFuxico.

Mulher, mãe, cantora, feliz! Aline Wirley lança primeiro disco solo, anos depois do Rouge

Confira a entrevista a seguir. 

OFuxico: Por que somente agora você decidiu embarcar definitivamente na carreira solo?
Aline Wirley
: A verdade é que não foi agora (risos). Esse projeto existe há mais de três anos. Venho trabalhando nele esse tempo todo. No meio do percurso, surgiu a reunião de Rouge e a tour de celebração. Tive que dar uma parada e retomei depois que finalizamos. Indômita é um álbum autoral, independente e fruto do meu amadurecimento como mulher e artista. E esse tempo de gestação dele foi importante demais. Eu me redescobri nesse caminho. O álbum reflete as minhas reflexões e anseios. Eu estou orgulhosa demais dele. 

OFuxico: O que significa Indômita e porque lançá-lo neste período atípico?
Aline Wirley:
Indômita tem a ver com indomável. É um álbum que fala sobre o feminino, sobre a minha ancestralidade, minha raça. Eu li o livro Mulheres que Correm com os Lobos, da Clarissa Pinkola Estés, e tem uma pergunta nele que ficou martelando. “Onde é que vive a mulher selvagem?”. Ela fala sobre esse processo em que as mulheres foram domesticadas e deixaram o seu lado selvagem. Temos, dentro de nós, um lado indomável, que tem a ver com nossa intuição, nossa percepção do mundo. Mulheres e homens. Todos nós temos. O feminino está presente em todos. Assim como uma gestação, chega o momento de dar à luz. Esse é um trabalho que maturou, tinha que colocá-lo na rua e dividir com as pessoas. E o momento era esse. Não podia mais esperar. A pandemia, claro, impactou no processo. Estávamos gravando os clipes quando ela surgiu. Mas, ao mesmo tempo, tínhamos um material tão especial. Decidi dividir com o público. 

OFuxico: Como você avalia o mercado atual, em que plataformas digitais dominam e a cada dia surge um nome novo?
Aline Wirley:
Eu vejo com bons olhos! Antes, os artistas ficavam limitados. Sem uma gravadora, como lançar um trabalho? Hoje, por exemplo, lancei um álbum totalmente independente. E as plataformas digitais possibilitam que os artistas exponham os seus trabalhos. Isso é maravilhoso. Que bom que surge um novo nome todos os dias. Somos um país gigantesco, com muitos talentos por aí. E, de verdade, acredito que tem espaço para todos brilharem. No meu íntimo, gostaria de dar oportunidades para o público conhecer novos rostos. Eu tive essa oportunidade. E sei o quanto que é importante! 

OFuxico: Que som você escuta em casa?
Aline Wirley:
Eu sou movida a música. Amo! Escuto de tudo um pouco. Sou bem eclética. Adoro conhecer ritmos e sons novos, por exemplo. Tenho o meu ouvido muito atento para o que os artistas estão produzindo. E adoro uma novidade. 

OFuxico: Você idealizava uma família como tem hoje? Qual era o seu ideal de futuro, na época do Rouge?
Aline Wirley:
Nossa, eu não tinha a menor ideia de que teria uma família tão especial quanto eu tenho hoje. Para ser sincera, não acreditava que era possível construir algo como o que temos. Tinha uma vida muito simples, sem tantas perspectivas, sendo bem honesta. Rouge abriu portas que jamais pensei cruzar. Expandiu a minha consciência, percebi que podia ir muito além e desejar muito mais. Minha família surgiu desse encontro de amor com o Igor. Não planejamos esse encontro, mas ele foi muito especial. 

OFuxico: Antes da pandemia, vocês estavam com projeto de tour de revival. Ficou arquivado ou pretendem retomar?
Aline Wirley:
Na verdade, esse retorno era para ser só uma celebração mesmo da nossa história. Só que ele foi tão especial, que nós o estendemos. Fizemos vários shows e um novo álbum como parte dessa comemoração. E depois disso, fechamos esse ciclo. Rouge tem um lugar muito especial e eu tenho um carinho enorme pelas meninas. Com elas, eu mudei o rumo da minha vida. 

OFuxico: Vemos a Aline mãe muito participativa e presente na rotina do Antonio. Qual o seu maior desafio na maternidade?
Aline Wirley:
Ser mãe é uma revolução (risos). É algo intenso, às vezes, dolorido. Como é possível amar tanto alguém? Não sei! Vejo o Antônio e fico babando mesmo. Eu o coloquei nesse mundo. Isso é muito doido! Desafio é amar e educar. Não dá para passar a mão na cabeça sempre. E é difícil dosar isso. Ele é uma criança muito lúdica, então, preciso com jeitinho inseri-lo nesse mundo, que não é fácil. Tento falar sobre todos os assuntos, respeitando a idade dele. Antônio é filho de um pai branco e de uma mãe preta. E eu quero que ele saiba isso e tenho orgulho da origem dele. Tanto eu quanto Igor somos muito atentos. Como mulher, também é um desafio a maternidade. Indômita também é reflexo do meu processo de ser mãe. Quando um filho nasce, a gente vira bicho e só quer saber da cria. Nós anulamos. E existe todo um processo para nos reconhecermos como mulheres, indivíduos, como alguém que tem desejos, sonhos… E lidar, claro, com a culpa materna.

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Aline Wirley conversou com a reportagem de OFuxico e contou a novidade

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