Alinne Moraes: “Os limites entre a vida pública e a privada são delicados”

Por - 10/11/12 às 10:12

Jorge Rodrigues Jorge/ Carta Z Notícias

Longe da tevê desde o remake O Astro, Alinne Moraes passou um ano se dedicando ao teatro e ao cinema. Agora, está de volta à Globo na série Como Aproveitar o Fim do Mundo, que brinca com as questões tragicômicas do apocalipse. Acostumada com papéis dramáticos, como a modelo paraplégica Luciana de Viver a Vida, exibida em 2009, a atriz precisou se adequar à agilidade da cenas da desmiolada Kátia.

"O ritmo é muito acelerado. Para minha velocidade interna, isso é um esforço, já que não estou muito acostumada. Mas acho ótimo e me divirto também", pondera.  

Alinne Moraes mostra seu viés cômico na série Na trama, Kátia é uma jovem esotérica que acredita fervorosamente na profecia da civilização maia de que o mundo acabará no dia 21 de dezembro de 2012.

"Por causa disso, ela se sente livre para xingar o chefe, se vingar de professores e ex-namorados e fazer tudo o que tem vontade", conta.

Para não correr contra o tempo sozinha, Kátia convence seu colega de trabalho Ernani, vivido por Danton Mello, a participar de suas ideias mirabolantes. Todas as situações vividas, claro, carregam uma grande dose de humor.

"Tivemos experiências incríveis. Em uma das cenas, eu estava de biquíni em cima de uma moto e nós gravamos dentro de um lava jato. Fazia 40 graus e havia espuma para todos os lados", relembra, aos risos. 

Ao longo dos oito capítulos, a cumplicidade entre os personagens culmina em um relacionamento amoroso, o que promete trazer alguns questionamentos para os dois e até uma certa melancolia.

"É uma comédia romântica, mas não é um humor rasgado. Também tem um lado triste porque eles realmente acreditam que tudo vai ter um fim", defende.    

Perto de completar 30 anos, Alinne Moraes conquistou o espaço profissional que sempre sonhou. Já trabalhou com grandes profissionais do teatro e do cinema e tem alguns importantes papéis na tevê, como a homossexual Clara de Mulheres Apaixonadas, de 2003, a vilã Maria Sílvia de Duas Caras, que foi ao ar em 2007, e a paraplégica Luciana.

"Meu sonho profissional foi realizado e continua sendo a cada dia", afirma. 

OFuxico – Você tem emendado vários projetos. Pensa em parar para descansar depois da série?

Alinne Moraes –   Com certeza! Até Deus teve descanso! Acho necessário porque sentei para conversar com os profissionais do escritório que cuida da minha carreira e vi que não tive nem um mês de férias em quatro anos. E aí percebi que tenho vivido a vida das minhas personagens melhor do que a minha própria. Talvez eu tenha sacrificado algumas coisas na minha vida por causa disso, mas, por outro lado, eu aperfeiçoei o meu trabalho. Agora preciso de um tempo para dirigir a minha vida e para pensar o que eu quero fazer daqui para frente.    

OF – Mesmo com o desgaste, você aceitou esse papel. Por quê?

AM– Depois de tanto tempo sem descanso, estou tão esgotada que sinto que não tenho mais nada para oferecer para os papéis. Não foi o caso da Kátia. Eu achei que podia dar algo para ela, mas no fim foi a personagem que me trouxe muitas coisas positivas. O texto da Fernanda Young e do Alexandre Machado tem uma leveza e um humor tão grande, que eu estou sugando isso para mim. Também contou muito poder trabalhar com o José Alvarenga (diretor).  

OF – Além de completar 30 anos em 2012, você também faz 10 anos de carreira na tevê. Como você faz para lidar com a fama e manter os pés no chão?  

AM –  A vaidade existe muito nesse meio e ela ajuda a levar você para lugares ainda mais altos. Mas chega uma hora que você amadurece e vê que isso não faz você ser diferente de ninguém. Eu não sou exemplo para nada, sou uma pessoa normal. Então, quero usar meu espaço para divulgar meu trabalho e não para dizer que estou com dor de dente ou algo assim. Os limites entre a vida pública e a privada são muito delicados, mas tento não dar corda para certas perguntas e abordagens. 

 

 

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