Andressa Urach: ‘Hoje consigo me enxergar fora da mídia’

Andressa Urach é um dos nomes mais comentados do momento. Com uma história recheada de polêmicas, que envolvem prostituição de luxo, dinheiro, drogas e uma infância complicada, a modelo, que ficou conhecida internacionalmente, conseguiu tudo o que queria, mas no fundo não tinha nada.

Viciada em cirurgias plásticas, em busca do corpo perfeito, Urach viu o preço da vaidade e da busca incessante pela fama ser cobrado em dobro.

Após ficar em coma, ter uma experiência de quase morte, se converter, e escrever uma biografia com sua história de vida, intitulada Morri Para Viver- Meu submundo da fama, das drogas e da prostituição, Andressa contou ao OFuxico um pouco sobre como está sua vida.

Depois de seis anos de prostituição, chegando a ser uma das garotas de programa mais desejadas do Brasil, ela conta que, após sua conversão, não a procuraram mais para se prostituir.

“Eu troquei de número, não tinha como essas pessoas terem mais contato comigo, então mesmo se tentaram eu não fiquei sabendo. No início da conversão me isolei das pessoas, troquei de amizades. Como eu seria amiga das pessoas que usavam cocaína e que bebem? As amizades mudaram e nunca mais houve contato com esse “submundo”. Além disso, acho que as pessoas também respeitariam, todo mundo viu o que eu passei, foi algo público”, disse.

Com relação aos amigos antigos, que sempre estava com ela nas baladas, muitos chegaram a duvidar da conversão da modelo, já que foi algo realmente radical, e por isso muita gente se afastou.

“No início do problema de saúde, eu estava mal psicologicamente. Eu não conseguia ver o mundo, só depois consegui enxergar. Cheguei a entrar em contato com várias pessoas que eu gostava muito, mas elas tendem a se afastar porque acham que só vou falar de Deus, acham que eu vou querer ficar convertendo elas e não é assim, eu continuo falando sobre todos os assunto. Coube a mim respeitar a decisão das pessoas. Hoje, conto na mão quem eu levo comigo daquela época”, revela ela.

Clientes, baladas, festas, bebidas e drogas, a vida de Andressa se resumia a isso. Após chegar à beira da morte, ela conta como é sua rotina nos dias de hoje.

“Ano passado, até eu ter o problema de saúde, meu filho morava com minha mãe em Porto Alegre. Eu ficava sozinha em São Paulo na maior parte do tempo, no máximo alguma amiga ficava comigo. Minha vida era sair de segunda a segunda. Tinha insônia, então ia pra festa, chegava às 6h, tomava remédio para dormir, acordava 12h, e na parte da tarde ia para a TV (na época trabalhava na Rede TV!), só dia que tinha externa que eu tinha que ir mais cedo e nesse caso eu geralmente ia virada da balada para a gravação. Eu não tinha vida social, minha vida era noturna”, relembra ela.

“Hoje, eu e meu filho ficamos em casa, só saio para gravação, às vezes gravo dois, três dias para ter uma matéria. Acordo cedo, faço a lição com ele, almoçamos por volta das 11h, pois ele entra 12h no colégio.  Além disso, procuro não faltar na igreja nas quartas, sextas e domingos. Se eu estou de folga, eu acabo indo também, são palestras, gosto muito. Não saio mais para balada, mas por opção totalmente minha. A igreja não proíbe que você vá pra balada ou bar, mas por que eu vou frequentar esses lugares?”.

Na época do bordel em Porto Alegre, em seu livro, Andressa conta que chegou a fazer um pacto com uma entidade. Segundo relatos da modelo, aquele “compromisso” faria com que ela tivesse fama e dinheiro, e a cada mil reais que ganhasse, ela teria que dar uma champanhe para a entidade. Depois de certo tempo, a vida vazia não fazia mais sentido, foi quando Andressa virou as costas para o pacto e decidiu abandonar tudo.

“Eu construí um personagem. Precisava estar famosa para conseguir ganhar mais dinheiro na prostituição e eu e stava cansada, eu tinha o dinheiro e não era feliz. Quando consegui a cobertura e o carro importado no Rio de Janeiro, eu parei de enviar a bebida e comecei a ter os problemas com hidrogel”, afirma.

Após sua primeira internação grave, Andressa relutou para aceitar uma nova vida. Perto do fim do ano, ela foi para a praia e pegou uma bactéria, que fez ela repensar e tomar uma decisão em sua vida de uma vez por todas.

“Na primeira internação, eu não queria ir para igreja, minha mãe me obrigava. Eu relutava, não aceitava que meus amigos estavam todos na praia curtindo e eu então decidi ir. Naquele momento, eu ainda não estava com o coração aberto para ouvir a palavra de Deus. Quando eu achei que ia perder minhas pernas, foi quando eu encontrei com Deus e comecei a ser preenchida, hoje eu tenho paz, sou liberta de tudo”, afirma ela.

Com um quadro aos domingos na Record, no programa Domingo Show, chamado Eu Sobrevivi, Andressa conta que, depois de tudo que passou, consegue se ver longe dos holofotes.

“Vou parar com as matérias por causa dos lançamentos do livro, já que tenho contrato com a Editora Planeta. Eu vou viajar e ficar fora do ar, falta uma semana para eu começar as viagens, começo em setembro e termino no começo de dezembro. Sabe, a gente planeja uma coisa e Deus faz outra. Antes eu não me veria fora da mídia, hoje eu me vejo. A fama hoje não me preenche mais. Se mais para frente eu sair do ar, eu não vou ficar triste, hoje meus valores são outros, em primeiro lugar meu filho e minha família”.

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