Às vésperas do julgamento, Robinho aponta racismo em condenação de estup**

Por - 18/03/24 às 13:13

Ex-jogador Robinho de casaco de moletom pretoO ex-jogador Robinho foi condenado a nove de prisão por estupro coletivo - Foto: Divulgação/ Santos FC

Condenado a nove anos por estupro coletivo, o ex-jogador de futebol Robinho, de 40 anos, falou publicamente, pela primeira vez, sobre o assunto delicado.

Robinho questiona condenação

Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da RecordTV, exibida no domingo, 17 de março, ele confirmou ter feito sexo com uma jovem albanesa, em 2013. Entretanto, reforçou que tudo não passou de “uma relação superficial e rápida”.

Além disso, o atacante afirmou ainda ter sido vítima de racismo durante o processo judicial.

O que aconteceu

O atleta relembrou o episódio ocorrido em uma boate em Milão, há 10 anos, época em que jogava no Milan. De acordo com Robinho, a libanesa não estava embriagada e afirmou ainda que a transa aconteceu de maneira consensual.

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“A mulher que me acusa lembra exatamente o que tinha acontecido no local. Ela lembra a cor da minha camisa, quantas pessoas estavam no lugar… Antes do ocorrido, ela já estava combinando com outra pessoa de só se aproximar de mim após a minha esposa deixar o local”, disse o jogador, primeiramente.

De acordo com ele, é justamente o fato de a garota lembrar de detalhes da noite em que tudo aconteceu, que prova que ela não estava alterada, conforme alega. Robinho também cita a “demora” de quatro meses para a jovem levar o caso à tona como uma evidência de sua inocência.

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“Ela me acusa de estupro coletivo, sem o consentimento dela. Se ela estava inconsciente no momento que estava comigo, como ela se lembra quantas pessoas tinham? Impossível lembrar de tantas coisas como ela lembrou. O que eu tive com ela foi muito rápido, eu não fiquei sabendo o que aconteceu no local. Os exames provam que ela não estava bêbada”, complementou.

Robinho estava com a mulher no dia do estu*** coletivo

Na noite em que a albanesa sofreu a violência sexual, Robinho estava acompanhado da mulher, Vivian Guglielmetti, e de quatro amigos. Segundo ele, em um determinado momento, sua esposa se sentiu cansada e quis ir para casa.

Ele e os amigos, no entanto, seguiram na casa de festas, dispostos a se divertirem: “Eu fui condenado por algo que não ocorreu. Eu tenho todas as provas que mostram isso. Naquele dia, eu estava em uma noite tranquila, como qualquer outra noite normal. Eu estava me divertindo com a minha esposa e com meus amigos”, contou ele.

Provas

Robinho garante que tem capturas de tela de conversas por mensagens de texto que comprova, definitivamente, que a mulher planejava uma aproximação assim que ele ficasse desacompanhado. O julgamento em três instâncias na Justiça italiana, no entanto, teria ignorado essas provas.

Vale ressaltar, contudo, que um documento apontado pela defesa do ex-jogador mostra que os vestígios sexuais encontrados na roupa da jovem não são de Robinho. Segundo o atleta, os áudios usados pela Justiça da Itália para condená-lo, em que é possível escutar sua risada, não estão no contexto.

Robinho alega ser vítima de racismo

O fato de os outros acusados de envolvimento no crime não serem alvos de investigações da Justiça italiana, Robinho se diz perseguido. Além dele, somente Ricardo Falco similarmente recebeu condenação.

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Eu nunca fui santo. Existe uma diferença muito grande entre você cometer um erro e cometer um crime. Nunca cometi um crime, nem vou cometer. Sei respeitar todo mundo, inclusive as mulheres”.

Para Robinho, ser um homem negro gerou um tratamento diferente por parte das autoridades italianas: “Não tem meu DNA, não tem nada lá meu, e como que mesmo assim eu fui condenado? Só me resta a crer que foi racismo”, declarou.

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Ele ainda detalhou que a sua passagem de quatro anos pelo Milan o leva a crer que houve racismo na decisão judicial: “O que aconteceu com meus companheiros, que eu via no dia a dia sendo chamados de macacos, jogando banana, e ninguém tomando nenhuma providência”, afirmou.

“Foram essas as pessoas que me julgaram. O negro que está aqui… não vamos apurar. O que ela falou está falado. Vamos dar a condenação. Com certeza, se eu fosse branco seria inocentado, com as provas que eu tenho”, disse o jogador, por fim.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino