Assim como Ana do Véu, Isis Valverde busca a independência

Por - 20/04/06 às 15:45

Quando deixou a cidade de Aiuruoca, no sul de Minas, aos 15 anos, Isis Valverde tinha o sonho de conseguir mais do que o pequeno lugar lhe oferecia, mas ainda não sabia o quê, exatamente. Na infância, tinha desejos esquisitos. Queria ser cachorro, fada, planta e coisas abstratas. Até que se deu conta de que nessas esquisitices estava a vontade de ser atriz. Isis conta à reportagem de OFuxico sobre sua trajetória.

“Na minha cidade, todo mundo quando termina a oitava série, vai pra Belo Horizonte continuar os estudos. Estava num shopping e fui descoberta por um olheiro, me tornei modelo da Ford e fui pra São Paulo. Fiz vários trabalhos aqui e no exterior, quase morei fora, mas minha mãe não deixou, por eu ser menor de idade. Estou com 19 anos e há quase um ano moro no Rio. Fiz curso no Tablado e estou aqui, na novela, encontrando o que eu sempre quis pra minha vida”, conta. 

Quase em Belíssima

Até conquistar o papel de Ana do Véu, cujo rosto foi revelado na trama no capítulo exibido dia 18 de abril, Isis fez vários testes. Por pouco ela não entrou em Belíssima, para fazer a personagem Giovanna, vivida por Paola Oliveira. 

“Não entrei em Belíssima, não era pra ser. Veio o teste pra Ana do Véu, foram cinco etapas, consegui. Houve toda aquela expectativa para não revelar o rosto. Minha família e poucos amigos sabiam. O pessoal da minha cidade, principalmente, perguntava sempre se eu já havia conseguido algo aqui no Rio, e eu tinha que fazer cara de paisagem, não podia contar”, diz a atriz.

Ela garante que a revelação de seu rosto, feita por um jornal carioca que a flagrou na janela, antes mesmo da novela desvendar o mistério na terça-feira, dia 28, não prejudicou o trabalho.

“Mostraram antes da hora, mas não tirou o encanto da personagem. Passei a ser reconhecida, achei até estranho porque não sou muito de sair. Venho de cidade pequena, onde todos se conhecem, sou muito quieta. Mas, o que todo mundo queria ver mesmo era a cena na novela. Agora dou até autógrafo, o primeiro foi para duas crianças, levaram uma cartinha lá em casa”, destaca.

Uso dos sentidos

Isis diz que o fato de ter que atuar em 32 capítulos com o rosto coberto não foi difícil, já que o ofício do ator se faz muitas vezes na troca de olhares. Para ela, foi um exercício que só enobrece sua arte.

“É a minha estréia na televisão e começar o trabalho com aquele véu aguçou meus sentidos. Mergulhei tanto no trabalho que não percebi. Sem poder me expressar com o olhar, me tornei mais ágil e comecei a usar melhor os sentidos para compor a personagem. Tive que impostar a voz, usar bem o corpo para passar minha mensagem. Estou aprendendo bastante e espero que o público goste”, diz.

A atriz garante que não buscou informações sobre Ana do Véu com Patrícia Pillar, que interpretou a personagem na primeira versão de Sinhá Moça. Isis quis dar o seu tom e acha que está conseguindo.

“Sempre converso com a Patrícia, mas não pergunto nada sobre a personagem. Embora eu saiba que ela fez muito bem, quero fazer a minha Ana, do meu jeito. Sou perfeccionista, quero sempre me superar. Acho que, assim como a personagem, eu tenho um lado moleca e luto pela minha independência”, afirma. 

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