Autor de Amor à Vida diz que “Félix tem que ser amado”

Por - 06/08/13 às 18:30

Amor à Vida/TV Globo

Em texto publicado na Revista Época, batizado de Meu Filho Félix, Walcyr Carrasco saiu em defesa de seu vilão, interpretado brilhantemente pelo ator Mateus Solano em Amor à Vida, da Globo. Agora que o personagem “saiu de vez do armário”, depois de ter sua sexualidade exposta pela ex-mulher Edith, vivida por Bárbara Paz, o autor da trama disse em seu editorial que a solução para Félix é uma só: ser amado.

 "Todo Félix tem uma saída: ser amado. Félix é meu filho. Como todo pai, torço por ele", escreveu.

A aposta em um vilão gay tem uma explicação de Walcyr:

"Por que não um gay cruel? Eu mesmo me assustei com a ideia. O policiamento do 'politicamente correto' é enorme para um autor. Quando se escreve uma novela, que atinge milhões de pessoas, a pressão é inacreditável. Grupos exigem que se apresente um mundo perfeito. Se há um personagem negro, tem de ser bonzinho – ou sou acusado de racismo. Se é gay, também tem de ser do bem. Não admito o 'politicamente correto'. Pessoas são pessoas. Arrisquei".

Já em sua entrevista à revista Playboy, Carrasco chegou a se intitular como bissexual, fato que, segundo ele, o tornou alvo dos homossexuais.

"Recentemente, declarei que sou bissexual. Fui apedrejado por homossexuais, segundo os quais deveria ter me declarado gay. Respondi: tive relacionamentos com várias mulheres na minha vida, a quem amei. Seria um desrespeito a elas dizer que tudo foi uma mentira", falou.

O autor disse que "o meio gay é o mais homofóbico que existe" e que Félix não está levantando bandeiras ne contra nem a favor dos gays.

"Félix cai em seus próprios precipícios, movido pela inveja da irmã, mais amada pelo pai, e pelo sentimento de rejeição. E também pelo desejo de poder". Félix é sim capaz da maldade extrema. Mas paradoxalmente faz rir. É amado pelo público, que reconhece nele a dor de uma sociedade", finalizou.


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