Bissexual na ficção, José Mayer teve que pedir reforço na segurança

Por - 16/11/14 às 15:35

Foto Rio News

O roubo do diamante rosa está no centro das atenções em Império, novela exibida na Globo na faixa das 21h, mas a bissexualidade de Cláudio (José Mayer) ainda rende frutos e vai se agravar nos próximos capítulos.

Após espancar Leonardo (Klebber Toledo), Enrico (Joaquim Lopes) vai ao restaurante de Vicente (Rafael Cardoso) e destila seu ódio contra o pai, que o expulsa. Para piorar, Beatriz (Suzy Rêgo), a maior apoiadora do marido, ficar insegura ao encontrar uma declaração de amor do cerimonialista para o ex.

Passados cem capítulos da novela de Aguinaldo Silva, o núcleo dos Bolgari segue movimentando a trama. E a reação do público surpreende Mayer.

"Senti uma enorme adrenalina quando Aguinaldo me fez o convite. A sensação era a de que eu teria de seguir na contramão de tudo o que eu vinha fazendo na TV. Tive medo, mas percebi que havia uma grande oportunidade ali: a chance de abordar a questão da homossexualidade de uma maneira que uma novela ainda não havia feito, sem superficialidade ou caricatura. Estou até surpreso com o resultado. As pessoas me parabenizam pelo trabalho como nunca fizeram antes, até os machos mais empedernidos me tratam com respeito e não economizam elogios. Parece que o público quer me retribuir com carinho e respeito pela coragem de ter quebrado a imagem de "macho sedutor" que vivi durante tantos anos, uma ruptura que eu já tinha tentado fazer antes com o Pereirinha na novela anterior do Aguinaldo (Fina Estampa)", disse o ator em entrevista à Revista da TV, do jornal O Globo.

Mayer confessou que temeu a rejeição e por isso pediu até segurança nas gravações externas.

"Sem dúvida há mais apoio que rejeição. No início do trabalho, por medo, cheguei até a pedir à produção da novela que reforçasse a segurança nas minhas gravaçōes de cenas externas com o Klebber Toledo, achando que pudesse ocorrer alguma hostilidade nas ruas, mas foi uma preocupação desnecessária. As pessoas não veem a novela só como entretenimento, elas ficam gratas quando assuntos pertinentes são postos em discussão".

Acostumado a interpretar galãs, José Mayer fez uma avaliação sobre o rótulo.

"A função do galã, além de difícil e inglória – porque os galãs costumam ser politicamente corretos e previsíveis-, tem prazo de validade e tem mais a ver com atores jovens. Galãs velhinhos são tão ridículos quanto aquelas mulheres que recusam o próprio envelhecimento e querem parecer eternas garotinhas. Já era hora de me reinventar e buscar novos caminhos. Fina Estampa me deu a primeira oportunidade de fazer isso com o Pereirinha. Agora, Império me trouxe o Cláudio e meu trabalho ficou estimulado para novos desafios", enfatizou ele ao jornal.

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