Caco Ciocler discorda de críticas moralistas feitas à Páginas da Vida

Por - 09/08/06 às 18:15

Divulgação

Por enquanto, o personagem de Caco Ciocler – o fotógrafo Renato – ainda não esteve no olho do furacão, ou seja, não foi vítima de um tipo de crítica que Páginas da Vida vem recebendo. Mas o ator discorda do teor moralista de certos julgamentos feitos à novela de Manoel Carlos. Como foi o caso do depoimento de uma dona de casa de 68 anos falando sobre sexo solitário e a voracidade sexual de Greg (José Mayer), um típico pegador, gíria que substitui o termo conquistador.
 
“O falso moralismo é muito ruim. E o pior de tudo isso é que as pessoas fazem aquilo que criticam. Mas quando se vêem retratadas na novela, fazem um alvoroço”, alfineta Caco Ciocler.

O ator não entende, ou melhor, finge não entender como, em pleno século 21, a sexualidade continua a ser tratada por uma ótica moralista.

“Veja esse espetáculo emocionante que a Luíza Mariani está fazendo na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no centro do Rio, retratando uma história verídica sobre uma passagem da vida de Oswald de Andrade, no início do século passado. A peça fala de amor e da separação que a gente pensa que não vai acontecer. Mas todo amor tem um prazo de validade. O que fazer quando esse prazo vence é a grande questão”.

Caco toma como exemplo a peça O Perfeito Cozinheiro Das Almas Deste Mundo, para estabelecer um parâmetro com a polêmica que Páginas da Vida está criando, apesar de a trama estar ambientada a partir de 2001.

A peça relata passagens de um diário escrito por um dos ícones da literatura modernista no Brasil, que mantinha em São Paulo uma garçonnière – como se chamava, na época, um local reservado para encontros amorosos. Ali, Oswaldo de Andrade viveu uma tórrida e trágica história de amor com uma normalista de nome Maria de Lourdes Castro Pontes, que morreu aos 19 anos após fazer um aborto do filho que esperava dele, influenciada pelo futuro pai.

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