Caio Blat aprende a jogar críquete com especialista britânico

Por - 15/09/12 às 10:06

Luiza Dantas / Carta Z Notícias.

Em teledramaturgia, é frequente  que alguns atores sejam escalados para papéis semelhantes ao longo da carreira. Às vezes, mais por uma questão de tipo físico do que capacidade de interpretar personagens diversos. Tanto que muitas belas atrizes com aparência angelical quase sempre fazem mocinhas.

Mas, apesar da limitação cênica que a tevê pode criar, há quem consiga mostrar sua versatilidade. Mesmo com um rosto de bom moço, Caio Blat emplacou personagens diversificados ao longo da carreira. E é justamente essa característica que ele pretende explorar em Fernando, seu papel em Lado a Lado (Globo). Principalmente por se tratar de um homem de caráter duvidoso.

 "Acho que posso usar isso a meu favor. Ter uma carinha de rapaz delicado e fazer maldade pode ficar até mais surpreendente. Talvez seja ótimo para eu compor um personagem bem malévolo", aposta.

Na trama, Fernando é filho do senador Bonifácio, de Cássio Gabus Mendes, a quem venera e está sempre tentando agradar. Mas o pai só o despreza, enquanto adora o filho mais velho, Edgar, protagonista de Thiago Fragoso.

"Nisso, meu personagem vai ficando frustrado e com muita mágoa e inveja do irmão, que é sempre exaltado", explica.

Com o passar do tempo, esse sentimento se torna uma ameaça para a família. Ainda mais quando Catarina, de Alessandra Negrini, a mulher com quem Edgar se relacionava secretamente em Portugal, chegar ao Brasil.

"Fernando fica fascinado por ela, que se aproxima e usa essa mágoa para que os dois tramem contra a família", adianta.

O Fuxico – O seu personagem joga críquete e futebol no início do Século XX. Como foi a preparação para gravar as cenas em que aparece praticando os esportes?

Caio Blat – Tem um pessoal da Inglaterra que veio ensinar críquete para a gente. Era um esporte popular na aristocracia da época, antes da chegada do futebol. Esses aristocratas achavam que estavam vivendo na Europa e que podiam construir no Rio uma mini-sociedade européia. Na novela, eles jogam o críquete e, em seguida, acontece a chegada do football. São trazidos manuais em inglês e são importados todos os uniformes da
Inglaterra. A gente também fez aula de futebol do início do século passado para entender uma série de coisas que não existiam no esporte. Quando fomos gravar cenas do esporte, não podíamos dar drible, carrinho e fazer gol de bicicleta. Era um esporte primitivo ainda.

OF – Você já atuou em outras produções de época.  Qual o diferencial que essa novela traz para a sua carreira?

CB – O mais legal dessa trama especificamente é que recebemos a instrução para esquecermos que é de época e fazermos uma interpretação moderna. Claro que a gente não vai colocar gírias. De vez em quando, tem uma palavra mais estranha para marcar que é uma época. Tem todo o cenário com o deslumbre da composição de arte e a gente interpretando como se fosse uma novela contemporânea. Acho que isso pode criar uma coisa muito diferente. Mas é claro que eu adoro todo esse deslumbre que tem a produção de época e adoro alternar. Poder ir e voltar. Ir para o passado, voltar e ir para outras regiões do país. Fiz Chiquinha Gonzaga, Éramos Seis, Sinhá Moça. O grande barato é que a minha profissão é uma oportunidade de aprendizado e de viajar no tempo.

OF – Você começou a trabalhar ainda criança, fazendo comerciais. Acredita que iniciar a carreira tão cedo pode ser prejudicial em algum aspecto?

CB – Acho que pode atrapalhar porque você passa por fases muito complicadas do seu desenvolvimento. Por exemplo, eu fiquei muito famoso com 12, 13 anos, fazendo Éramos Seis. Andava na rua e as pessoas pediam autógrafo. Dava um gosto bom ser reconhecido. Aí, passaram-se dois ou três anos, entrei na adolescência, não estava mais na novela e já não era mais reconhecido na rua. Pode até mexer com a cabeça de uma criança. Por outro lado, acho que pode ser muito bom passar pelos altos e baixos desde cedo, aprender que isso faz parte da carreira e chegar na fase madura com uma bagagem maior. Então, para mim, foi muito bom ter começado cedo.

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