Após devolver capivara, Agenor é autuado e multado pelo IBAMA
Por Raphael Araujo - 29/04/23 às 11:19
Conforme OFuxico noticiou, o influenciador Agenor Tupinambá se despediu da capivara Filó, que a mantinha como animal de estimação e mostrava sua rotina nas redes sociais. Ele precisou entregá-la ao IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Agenor, que tem 23 anos, ficou muito conhecido pelas redes sociais sobre a relação com o animal, mas virou alvo de polêmica após ser denunciado por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração animal. Após a repercussão do caso, muita gente criticou o IBAMA pela decisão, mas o órgão se pronunciou no Twitter sobre o ocorrido e explicou o porquê de tomarem tal decisão, além de revelarem que Agenor foi autuado por quatro motivos que interferiam na fauna, e a ação foi para resguardá-la.
“Durante operação de combate a irregularidades relacionadas ao uso da fauna silvestre realizada em todo o país, o Ibama identificou perfis em redes sociais nos quais está caracterizada exploração indevida de animais. Uma delas, feita no dia 18 de abril, ganhou repercussão nacional, – o caso do influenciador digital Agenor Tupinambá”, iniciou a instituição.
“O jovem estudante de agronomia ficou conhecido por publicar vídeos em que interage com animais silvestres da Amazônia como cobras, capivara, preguiça-real, paca, papagaio, entre outros. Ao analisar o conteúdo das redes sociais do estudante, agentes ambientais do Ibama constataram que os animais eram retirados da vida livre e exibidos em situações incompatíveis com os hábitos das espécies como por exemplo banho com produtos de higiene humana, uso de roupas e ornamentos”, garantiu o pronunciamento.
POR QUE AGENOR FOU AUTUADO?
O IBAMA continuou: “Devido a essas publicações onde Agenor aparece interagindo com animais silvestres, ele foi autuado por quatro motivos:
1 – Morte de uma preguiça-real, situação confirmada por Agenor;
2 – Prática de maus-tratos contra animal silvestre (preguiça real);
3 – Uso de espécimes da fauna silvestre sem a devida permissão de autoridade competente (capivara e papagaio);
4 – Exploração da imagem de animal silvestre mantido em situação de abuso (capivara) e irregularmente em cativeiro”.
“Ao autuar o jovem por práticas proibidas na legislação ambiental, o Ibama cumpre o papel de resguardar a fauna silvestre brasileira. A divulgação de imagens do uso de animais selvagens como animais domésticos estimula a vontade de as pessoas retirarem esses animais do seu habitat natural e, principalmente, incentiva o tráfico de animais silvestres”, declarou.
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“Diante da situação, internautas saíram em defesa do jovem por acreditarem, com base no senso comum, que os animais estariam sendo bem tratados. No entanto, a introdução de hábitos típicos de ambiente doméstico em espécies silvestres inviabiliza capacidade de sobrevivência na natureza”, informou o órgão.
“O Ibama defende, por determinação legal, que animais silvestres sejam mantidos em vida livre, onde prestam serviços ambientais de importância incalculável para a manutenção de um meio ambiente equilibrado”, garantiu o comunicado.
MULTA NÃO FOI POR CAUSA DE FILÓ
O IBAMA ainda explicou melhor a multa dada a Agenor: “É bom esclarecer que o jovem foi multado pela morte da preguiça-real que estava em sua posse, fato vastamente divulgado nas redes sociais. Outra notificação do Ibama ao jovem foi o uso de imagens de animais silvestres com monetização pelas redes”.
“O Ibama não retirou até o momento nenhum animal que está em posse de Agenor Tupinambá. O Ibama irá, primeiramente, realizar uma diligência para averiguar o estado de saúde e condições dos animais. A partir de laudos técnicos dos fiscais, o Ibama tomará as medidas legais cabíveis”, disse.
“Também é importante deixar claro que por mais que as pessoas acreditem estar tratando bem um animal silvestre, mesmo que ele tenha sido resgatado, está indo de encontro à natureza do animal, que é de conviver com os seus em liberdade”, afirmou o texto.
“No caso de resgate de animais silvestres encontrados na natureza machucados ou filhotes, é necessário comunicar a posse para as instituições competentes e, assim, definir com base na lei o destino do animal silvestre”, concluiu o IBAMA.
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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.