Cauã Reymond: ‘Aprendi malandragens de quem tem que sobreviver’

Por - 02/12/16 às 19:22

Daniel Pinheiro/AgNews

Quem vê o imenso sucesso que Cauã Reymond faz, hoje, principalmente na televisão, pode não imaginar tudo o que ele passou, na vida profissional, para chegar até este momento. Em recente conversa com a equipe da revista Marie Claire, o galã global relembrou, entre outras coisas, o período em que morou fora do Brasil, por conta dos trabalhos como modelo. 

"Terminei a carreira com R$ 10 mil na conta, depois de três anos e meio rodando o mundo. Era uma vida simples, dividia apartamento. Tem uma história… Meu vizinho de porta, em Milão, era um ex-mariner americano, lindo de rosto, mas com o corpo destruído e queimado por uma granada. Trabalhava vestido. Um dia, brincando de jiu-jítsu, peguei-o com um golpe e esperei que revidasse. Ele não quis e foi embora. Quando voltei para casa, bateu na minha porta com uma faca enorme. Começou, então, um thriller psicológico de umas duas horas, comigo tentando convencê-lo a não me matar. Num determinado momento, consegui sair correndo. Depois fiquei sabendo que ele também era esquizofrênico. Já passei por cada uma…", chegou a contar ele, antes de continuar falando sobre o assunto. 

"Não gostei de ser modelo. Agradeço, ganhei um senso estético, trabalhei com pessoas legais, mas foi uma ralação. A época em que morei em Nova York foi uma das mais difíceis da minha vida. Nunca tive dinheiro para sair para jantar. Às vezes, tinha que escolher uma refeição ao longo do dia. Aprendi malandragens de quem tem que sobreviver, não recomendo que ninguém as faça. Uma vez fui comer numa loja de conveniência de um coreano e encontrei um fio de cabelo no prato. O cara não me deixou pagar. Depois disso, quando estava com muita fome e não tinha grana, repetia isso. Minha outra refeição era uma banana, uma maçã e uma barra de proteína sabor morango", falou Cauã. 

Também durante o papo, o artista revelou que, ao contrário do que algumas pessoas podem pensar, sua vontade de ser ator não veio ainda na infância. 

"Gostava de assistir a novelas, não de atuar. Via Renascer e Quatro por Quatro com meus avós", afirmou o ator, que, aliás, já deve começar 2017 aparecendo, mais uma vez, nas telinhas da Globo, na pele dos irmãos gêmeos protagonistas da série Dois Irmãos, baseada no premiado livro do escritor Milton Hatoum. 

"A complexidade da história me encantou. São dois personagens, Yaqub e Omar, completamente distintos, mas que estão sempre ligados. Eu me entreguei totalmente a esse trabalho, como poucos pedem. Lembro de ter me interessado pelo livro, quando coloquei as mãos nele. Estava no começo da carreira e havia uma conversa no Projac de que o Luís Fernando Carvalho faria algo com ele. Fiquei atrás do produtor de elenco. Fui fazendo trabalhos cada vez mais interessantes, até que rolou", chegou a declarar Cauã, sobre seu próximo projeto. 

Com sua já conhecida simpatia à mostra, ele ainda aproveitou a entrevista para falar sobre sua relação com a ex-mulher, a também atriz Grazi Massafera, com quem tem a pequena Sofia, que está com quatro anos. 

"A gente tem uma relação muito bacana, por causa da Sofia. Quando nos separamos, recebi um conselho excelente que é manter uma relação ‘walking distance’: Moramos perto e estamos sempre conversando. Temos guarda compartilhada, um papo aberto com a escola, com a pediatra", afirmou o galã, antes de também comentar sobre seu atual namoro, com Mariana Goldfarb. 

"A gente tem uma relação de namorados que vem amadurecendo de forma super bacana. Com os anos de estrada, aprendi que os relacionamentos ganham uma pressão no início, que deve ser comedida. Se não, casamos assim que começamos a namorar", afirmou Cauã, deixando claro que vive um excelente momento de sua vida, como um todo. 

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