Christiana Guinle fala de sua íntima relação com produções de época

Por - 03/12/12 às 12:33

Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias

Aulas de História, figurinos exuberantes e o calor durante as gravações são as primeiras coisas que veem à cabeça de Christiana Guinle ao falar sobre sua trajetória na tevê. No ar em Lado a Lado, da Globo, a atriz se mostra íntima de produções de época desde sua estreia no veículo, como a animada Aimée em Chiquinha Gonzaga, de 1999.

"Sempre sou chamada para personagens de época. Deve ser pelo meu jeito mais denso de atuar ou pela minha cara de gringa", palpita a atriz, que ainda participou de minisséries históricas como A Casa das Sete Mulheres, Um Só Coração e JK.

A grande diferença entre esses trabalhos e seu personagem atual é o destaque que a amargurada Carlota vem recebendo na trama assinada por João Ximenes Braga e Cláudia Lage.

"Carlota me dá chance de mostrar serviço. Ela é uma típica mulher do início do Século XX, cheia de pudores e preconceitos. Me surpreendo ao ler cada novo diálogo", valoriza.

As surpresas da atriz são referentes às ambiguidades de Carlota, que oscila entre a mãe cuidadosa da jovem Alice, de Juliane Araújo, e as atitudes maquiavélicas para ajudar a irmã Constância, arquivilã da trama, interpretada por Patrícia Pillar.

"A novela fala de fortes laços familiares. Carlota nutre uma relação muito complicada com a irmã. Um misto de amor, rivalidade, inveja e admiração. Muito disso é porque minha personagem é uma viúva infeliz", conceitua.

A viuvez da personagem, inclusive, é a razão do fúnebre figurino usado pela atriz em grande parte de suas cenas. Algo já encarado com tranquilidade, mesmo sob o forte calor da cidade cenográfica de Lado a Lado na Central Globo de Produção, localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

"Aproveito para tomar água e retocar a maquiagem nos intervalos. O figurino é parte importante para encontrar o tom certo das angstias do papel", explica.

Descendente do tradicional clã carioca Guinle – ela é prima de Guilhermina, a Manoela de Guerra dos Sexos , Christiana sempre privilegiou os palcos. Para a atriz, a grande vantagem do teatro é manter a independência artística de seus projetos. No entanto, acostumada a produzir seus espetáculos, ela ressente-se da falta de patrocínio e das inúmeras burocracias para levar um texto aos palcos.

"Sempre fui atrás dos meus objetivos. Ser de uma família conhecida nunca me ajudou financeiramente. Os Guinle estão falidos desde a época retratada na novela", exagera a atriz que, até meados deste ano, esteve em cartaz no Rio de Janeiro com a peça Criados em Cativeiro.

"Decidi parar com o teatro para estar integralmente na novela. Como a Carlota aparece bastante, seria complicado conciliar. A personagem merece essa dedicação", derrama-se.

Todo o esmero é justificável. Christiana enxerga em Lado a Lado a possibilidade de estreitar seu laços com a tevê. Mesmo convidada para algumas produções, ela teve de ficar quatro anos distante dos estúdios por conta de sérios problemas de saúde decorrentes de frustrados tratamentos para engravidar.

"Fiquei muito mal, com a saúde debilitada. Minha vontade de ser mãe, de gerar uma criança, quase acabou comigo", relembra a atriz, que antes do atual trabalho, fez uma breve participação em Ti-Ti-Ti, de Maria Adelaide Amaral.

"A vida andou. Trabalhar é o melhor remédio para exorcizar certos acontecimentos. Fiquei muito feliz ao receber uma ligação da Maria Adelaide me perguntando: "E aí, já está pronta para trabalhar?", conta.

Satisfeita com o trabalho na atual novela das seis, a atriz agora mostra-se aberta a novas oportunidades dentro da emissora, enquanto prepara-se para adotar uma criança.

"Estou feliz com a resposta do público. É engraçado essa conexão que o telespectador tem com as personagens más. Cheguei à conclusão de que fazer a boazinha é ótimo, mas as malvadas são sempre melhores", diverte-se.

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