Cristiana Oliveira: “Nunca joguei uma personagem fora”
Por Redação - 01/03/13 às 16:03
Quando olha para trás, é com carinho que Cristiana Oliveira analisa seus 23 anos de carreira como atriz até os dias de hoje. Entre os altos e baixos comuns da profissão, o balanço final é positivo para a intérprete da Yolanda de Salve Jorge.
"Acho que soube aproveitar toda oportunidade que surgiu. Acima de aproveitar, eu soube valorizar. Nunca joguei uma personagem fora, por mais que eu não encaixasse com alguma", relembra.
Na trama de Gloria Perez, a atriz tem a chance de mostrar uma faceta menos explorada em seus trabalhos, de uma maneira geral. É que a personagem que interpreta faz o tipo exagerada e escandalosa. Trata-se de uma alpinista social que está de olho no dinheiro do ex-marido, Carlos, vivido por Dalton Vigh.
"Tudo na Yolanda é um tom a mais. Não é uma personagem tanto de composição. Talvez, eu esteja fazendo ela 'over' porque conheço pessoas assim e acho que posso ter me inspirado", admite a atriz, que está mais acostumada com papéis que pode humanizar e mostrar algum tipo de sensibilidade.
"Toda vez que a Yolanda aparece, tem uma coisa engraçada. Se a função é essa, eu faço", ressalta.
Voltar ao ar na pele de uma personagem mais leve depois de um papel tão denso como a Aracy de Insensato Coração, de 2011, aliás, foi interessante para o trabalho de atriz de Cristiana. Mas, ao mesmo tempo, ela precisou passar por transformações drásticas em seu corpo. Primeiro, engordou para dar vida à presidiária da trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Depois, emagreceu tudo de novo.
"É complicado porque vou fazer 50 anos e o corpo já não responde como se eu fosse mais jovem", avalia ela que, ao se ver no vídeo como Yolanda, não se reconhece.
"Eu me estranho em uma personagem dessa e falo: 'Nossa, ela está perua'. Quis fazê-la como uma mulher grande e atrapalhada, acho que é muito legal, nunca fiz algo assim", anima-se.
OFuxico: Apesar de Yolanda não ser uma personagem de composição, você participou dos workshops oferecidos pela Globo antes do início das gravações de Salve Jorge. Como foi o processo?
Cristiana Oliveira: Só não fiz o "workshop" especificamente sobre o exército e sobre a Turquia porque eram núcleos em que eu não estava. Mas todos os "workshops" generalizados eu fiz. Foi incrível a experiência toda que nós absorvemos com a história real de pais e mães, mulheres que foram traficadas dando depoimento. A parte de investigadores, a parte da polícia, as Ongs… E eu também sou muito curiosa com culturas diferentes. Fiquei muito ligada na história da Turquia porque eu não conhecia. Já fui à Turquia, fui a Kusadasi e a Éfeso. Tive essa oportunidade, mas não fui a Istambul. A gente fez vários "workshops" com a presença da Gloria e do Marcos Shetchmann (diretor-geral e de ncleo). Existiu uma proximidade do elenco. Achei muito importante porque é um elenco muito grande.
OF: As novelas da Gloria Perez costumam ter muitos personagens e alguns acabam não se sobressaindo tanto dentro da trama. Como avalia a função do seu papel em"Salve Jorge"?
CO: Estão sendo mais explorados o tráfico de mulheres e a relação da Antonia (Letícia Spiller) com o Carlos (Dalton Vigh) e a Amanda (Lisandra Souto). Acho que não tem por que a Yolanda estar ali, está em uma outra área. E a Gloria tem muitos personagens, é uma coisa complicada, ela escreve sozinha. Então, às vezes, a gente aparece mais; às vezes, menos. Isso é uma coisa comum de acontecer quando há vários núcleos em uma novela. Eu gravo pouco, mas sempre que a Yolanda aparece, a Gloria cria uma briga, um escândalo. Acho a personagem engraçada.
OF: Aos 23 anos de carreira, o que você analisa antes de aceitar um papel?
CO: Eu não tenho muito ego com essas coisas, não tenho esse "star system". Sou a favor do trabalho, do ofício. Eu tenho vocação para fazer o que faço. Às vezes, tem personagens que são mais interessantes, outros que não são. Como às vezes tem uma repercussão maior em um, depois não tem em outro. Isso é o equilíbrio da nossa profissão.
OF: Mas já recusou alguma personagem?
CO: As nicas vezes que eu recusei alguma personagem foram ou porque eu já tinha feito uma igual ou porque eu sentia que, de repente, não estava preparada para fazer aquilo, que talvez eu pecasse aceitando. Mas nunca foi por causa de tamanho, de importância. Essas coisas eu nunca tive. Tanto que já aceitei fazer personagens pequenos e fiz com a mesma dignidade que faço um grande. Eu tenho essa postura na minha vida, tenho essa seriedade e profissionalismo.
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