Daniel Radcliffe rebate comentários de JK Rowling: ‘Mulheres trans são mulheres’
Por Redação - 09/06/20 às 12:26
Recentemente, JK Rowling fez alguns comentários nas redes sociais e foi acusada de transfobia por membros da comunidade LGBTQIA+.
Na última segunda-feira (8), Daniel Radcliffe publicou um texto e rebateu os comentários da escritora.
"Mulheres trans são mulheres. Qualquer declaração ao contrário apaga a identidade e a dignidade de pessoas transgênero e vai contra todos os conselhos dados por associações profissionais de saúde que têm muito mais experiência no assunto que Jo ou eu", disse o intérprete de Harry Potter.
O texto foi publicado no site do Trevor Project, uma organização sem fins lucrativos dedicada à intervenção de crise e à prevenção de suicídios para pessoas da comunidade LGBTQIA+.
"Sei que alguns veículos de imprensa vão provavelmente retratar isso como uma briga entre JKRowling e eu, mas não é isso", afirmou ele.
Em seguida, Daniel justificou a sua posição.
"Enquanto Jo é inquestionavelmente responsável pelo curso que minha vida tomou, como alguém que foi honrado em trabalhar com e continuar a contribuir com o Trevor Project pela última década, e até como ser humano, me sinto compelido a dizer algo neste momento".
Ele também aproveitou para pedir desculpas aos fãs dos livros da saga Harry Potter.
"A todos aqueles que agora sentem que sua experiência com os livros foi manchada ou diminuída, sinto profundamente pela dor que esses comentários causaram. Espero de verdade que vocês não percam totalmente o que foi valioso nessas histórias para vocês. Se esses livros ensinaram que amor é a maior força do universo, capaz de superar qualquer coisa, se eles ensinaram que a força é encontrada na diversidade, e que ideias dogmáticas de pureza levam a opressão de grupos vulneráveis, se vocês acreditam que um personagem em particular é trans, não-binário, ou tem gênero fluido, ou é gay ou bissexual, se você encontrou qualquer coisa nessas histórias que ressoou em você e ajudou em qualquer momento de sua vida, então isso é entre você e o livro que você leu, e isso é sagrado", finalizou.
Entenda o caso
No último sábado (6), J.K. Rowling, autora da famosa saga do bruxo Harry Potter, reacendeu uma onda de críticas vindas dos fãs e também de outros internautas. A escritora foi acusada de transfobia (preconceito contra pessoas transgênero) por suas últimas mensagens no Twitter.
A britânica compartilhou a sua opinião a respeito de um artigo chamado "Criando um Mundo Mais Igualitário para Pessoas que Menstruam
Ao se deparar com o conteúdo e o título, Rowling disse: "Tenho certeza de que existia uma palavra para essas pessoas. Alguém consegue me ajudar. Wumben? Wimpund? Woomud?", escreveu ela, fazendo referência as variações propositais da palavra woman, que significa mulher em inglês.
Em resposta à publicação, algumas pessoas foram enfáticas em seus sentimentos, como o pefil de Liam Dryden. "Cristo, você é um desapontamento colossal."
Outros perfis demonstraram suas revoltas dizendo que existem mulheres que não menstruam por algum problema de saúde, como a endometriose, além de condições biológicas em razão da menopausa.
"Mulheres trans são mulheres; mulheres que não menstruam são mulheres; homens trans que menstruam são homens. F***-se a J.K. Rowling", esbravejou outro internauta. "Você é uma pessoa esperta. Como você ainda não entendeu a diferença entre sexo e gênero? É incrivelmente decepcionante", afirmou mais um.
Depois das críticas, J.K. Rowling retornou ao Twitter para se defender.
"Se o sexo não é real, não há atração pelo mesmo sexo. Se o sexo não é real, a realidade vivida das mulheres em todo o mundo é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a capacidade de muitos de discutir suas vidas de maneira significativa. Não é ódio falar a verdade", constatou a artista.
Então ela continuou:
"A ideia de que mulheres como eu, que foram empáticas a pessoas trans por décadas, me sentindo como uma aliada porque elas estão vulneráveis da mesma forma que mulheres – em relação à violência masculina – 'odeiam' pessoas trans porque acham que sexo é real e viveu as consequências disso é sem sentido."
Para terminar, Rowling concretizou: "Eu respeito o direito de pessoas trans viverem de forma confortável e autêntica. Eu marcharia com você se você fosse discriminado por ser trans. Da mesma forma, minha vida me formou como uma mulher. Não acredito que esteja fazendo uma declaração de ódio em afirmar isso."
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