Defensores de Marta viram tema de crônica para Manoel Carlos

Por - 20/08/06 às 14:00

Divulgação / TV Globo

O perfil da personagem Marta divide a opinião do público da novela Páginas da Vida, da Globo. Mas, por mais incrível que pareça, a personagem, defendida de forma tão brilhante pela atriz Lilia Cabral, tem quem a defenda e não queira que ela seja tratada como vilã. Essa é uma das observações do autor Manoel Carlos, costatadas através de inúmeros e-mails e cartas que recebe, pedindo para que ele não se refira à Marta como tal.

“A torcida está muito dividida. Acho que meio a meio. O que as pessoas têm me escrito elogiando o lado humano, no sentido de ser verdadeiro, do personagem Marta, tem me impressionado muito. Eles me pedem para que eu não diga que ela é uma vilã. Isso me serviu de inspiração para a crônica,  publicada na Vejinha (encarte da revista Veja, no Rio de Janeiro) deste domingo”, revela Maneco.

O autor acrescenta também que os telespectadores têm justificado essa manifestação pró-Marta em virtude da interpretação de Lilia Cabral, que imprime total verdade ao papel. E, sem rodeios, Manoel Carlos conta com qual torcida se identifica mais, o que certamente colocará mais lenha na fogueira.

“Eu também penso igual a esses telespectadores que não vêem a Marta como vilã.”

Teor das correspondências

O teor das correspondências recebidas pelo autor sobre esse tema é bem variado. Entre os e-mails e cartas, muitos fãs da novela justificam a frieza da personagem com a família. Dizem que, como na vida real, não é fácil para nenhuma mulher lutar sozinha pelo sustento da casa, enquanto o marido e o filho não trabalham.

 

Entendem também a decepção que Marta teve quando a filha Nanda (Fernanda Vasconcellos) retorna para o Brasil, grávida e de gêmeos. Lembram que Marta fez das tripas coração para pagar os estudos da moça na Holanda. Observam ainda que o jeito como Marta se referiu à neta com Síndrome de Down também ocorre na vida real (Marta diz a Helena que não levaria para casa uma menina com defeito), uma vez que a luta pela inclusão social do deficiente ainda é bastante novo na cultura brasileira.

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