Dia da Mulher: 7 cantoras empoderadas para você acompanhar no K-pop

Por - 07/03/22 às 09:00 - Última Atualização: 19 julho 2022

SUNMI, CL e Hawsa em fotomontagemFotos: Reprodução/Instagram

Neste 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher, uma data que ainda precisa ser lembrada dentro de uma sociedade cuja igualdade de gênero ainda está longe de ser atingida. E para além das rosas distribuídas e das caixas de chocolates compradas, a data também ganhou notoriedade pelos movimentos e figuras femininas que lutaram e lutam em prol dos direitos femininos.

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É exemplo o movimento sufragista do século XIX (19). O projeto, que destacou-se na Inglaterra, nos Estados Unidos e também no Brasil, buscava a participação ativa das mulheres na política, ou seja, direito ao voto e trabalho na área. Desde as civilizações antigas da Grécia e de Roma até as democracias surgidas na Europa após a “Revolução Francesa” (1789), o voto feminino nunca havia sido permitido. 

E não podemos deixar de citar Frida Khalo. A mexicana virou um símbolo da cultura pop e passou a estampar produtos ditos feministas, mas antes disso, ela é uma das pintoras mais geniais do século XXI (21) e revolucionária. Bissexual, deficiente e liberta, Frida teve um casamento to conturbado, porém, não deixou que sua essência fosse embora enquanto pôde, deixando um grande legado mundial.

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Esse empoderamento feminino vem crescendo. Seja em mídias sociais, com páginas e influenciadores dedicados o tema, ou no entretenimento, audiovisual, na literatura. Mas há um local que merece destaque: o K-pop. A indústria do entretenimento sul-coreano sempre enfrentou uma onda considerada “antifeminista”, que vem do conservadorismo muito forte no país.

A Coreia do Sul ainda convive com a forte discriminação de gêneros em sua sociedade. Ideais feministas que abordam questões raciais, de gênero e sexualidade ainda são tabus no país, sendo alvos de críticas que atravessam o campo digital. E artistas femininas que seguem tais ideologias não escapam de ofensas machistas e misóginas. Contudo, figuras importante na música popular sul-coreana batalham contra o sistema mesmo com boicotes as rondando. São inspirações para as posteriores, atuais e futuras gerações, ainda mais com o K-pop rompendo barreiras continentais.

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Sendo assim, separamos algumas cantoras que merece ser ouvidas, tanto musicalmente quanto em seus discursos de apoio aos direitos das mulheres. Bora conferir?

CL

Em 2021, CL foi convidada para desfilar nas escadarias do baile “MET Gala” e ela fez uma homenagem às suas origens sul-coreanas, só que de uma forma mais moderna. Além de um penteado tradicional estilizado, ela usou uma versão ousada do “hanbok”, traje cultural do pais. Com uma fenda frontal dos seios até os pés, a roupa foi finalizada com uma hot pant branca.

Apesar de existir uma sexualização feminina na Coreia do Sul, looks tão sensuais e abertos são difíceis na indústria da nação. CL inovou e, claro, chamou a atenção.

A solista ficou conhecida como uma das integrantes do grupo 2NE1 e desde a formação, a rapper solta o verbo em suas composições honestas, como “The Baddest Female”. Um de seus maiores sucessos, a faixa é um grito de liberdade e passou a dar notoriedade ao trabalho da artista.

Mesmo com as críticas aos seus projetos e até mesmo à sua aparência, CL mantendo-se em pé, conquistando seu espaço e estendendo a carreira para os Estados Unidos. Ela é uma voz ativa sobre o movimento body positive, focado na positividade corporal, sem as pressões estéticas irreais da publicidade.

Ela também fala sobre si mesma com muita confiança e atitude. Em exemplo, a canção em “Hwa”, do álbum “ALPHA”. A letra fala de renascimento e o ato de florescer em meio aos impasses que são criados.

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SUNMI

Em carreira solo desde a saída do Wonder Girls e o contrato encerrado com a JYP Entertainment, SUNMI vem trabalhando a carreira solo com muita entrega. O mini-álbum (ou EP) Warning foi aclamado pela crítica especializada e teve enorme sucesso comercial, fazendo dela uma das artistas femininas mais comentadas no K-pop em 2018.

Na música “NOIR”, SUNMI mostra o melhor e o pior lado das redes sociais. Enquanto um bolo pega fogo, ela tira uma selfie para seus fãs. O MV também vai contra os passos coreografados, algo comum entre grupos de K-pop. Outra proposta do trabalho é expor a falsa ideia de felicidade e beleza imposta sobre as mulheres, alertando a respeito da dependência emocional e efeitos psicológicos negativos que pedem causam.

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Saúde mental, aliás, é um discurso recorrente na vida e no lado profissional dela. Em 2020, SUNMI lançou um MV chamado “Borderline” que chegou repleto de especulações. Não houve promoção e nem spoilers sobre o conceito da música, massabia-se que haveria um lançamento.

Então, a faixa mais pessoal da cantora chegou ao público. Nela, a sul-coreana reflete sobre a doença e como é viver com ela.

Ao participar do programa “Running Girls”, SUNMI explicou há cinco anos, na época, havia sido diagnosticada com o “Transtorno de Personalidade Borderline”, uma condição psicológica caracterizada por um padrão generalizado de instabilidade e hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais, instabilidade na autoimagem, flutuações extremas de humor e impulsividade.

HYUNA

Noiva de Dawn, HyunA teve passagens pelos grupos 4MINUTE e Wonder Girls, mas a jovem cheia de atitude se consolidou mesmo como solista. Inclusive, participou do hit “Gangnam Style”, do PSY, com quem veio a assinar um contrato.

Entretanto, para chegar até esse ponto, é preciso entender que ela teve o seu contrato com a CUBE Entertainment cancelado depois que ela foi expulsa, em 2018. Isso mesmo, a agência não quis continuar com a parceria e, de quebra, expulsou também o Dawn. Tudo isso porque os dois assumiram um namoro, algo que não é bem visto na indústria do entretenimento da Coreia do Sul, principalmente quando se trata de música e idols.

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Depois desse reboliço, a dupla decidiu ser livre mesmo. No perfil do Instagram de cada um há várias fotos fofas deles, juntinhos. Também trabalham lado a lado e hoje são membros da P Nation, empresa fundada por PSY – antes agenciado pela YG Entertainment. A P Nation é uma promessa para novos tempos dentro do K-pop por ter um proposta livre de preconceitos.

HAWSA E HYOLYN

Hawsa é do MAMAMOO, um dos girl groups mais famosos do K-pop. Hyolyn é solista. O ponto em comum além da música? Meu corpo, minhas regras. Por mais que a frase seja clichê, é algo que as descreve muito bem.

Dentro de uma cultura de hipersexualização, principalmente feminina, elas mostram os seus corpos de maneira que se sintam confortáveis. Ambas dançam coreografias sensuais, no entanto, dentro do que elas acham possíveis para si mesmas, mostrando muito poder, autoestima e próprio controle de sua arte.

Hawsa, aliás, enfrentou uma onda de ataques em 2018 por conta disso. Durante uma apresentação do MAMAMOO no “MAMA Awards”, ela usou um body de vinil, justo ao corpo e quase fio dental. O figurino ainda ressaltou suas curvas e suas coxas mais grossas, coisas que não são lá muito queridas pelo entretenimento sul-coreana.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=176&v=BgGc390hUM8&feature=emb_title

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O traje foi um dos mais pesquisados e acessados do portal NAVER. Usuários criticaram duramente a escolha dos figurinos das meninas, o “exagero de exibição corporal” e os movimentos sensuais da coreografia.

“Para responder à altura, o grupo rebateu: “Nós não sabíamos que o traje se tornaria um tópico de discussão. Acabamos escolhendo uma roupa que se encaixa bem com a música que estávamos cantando no palco, como costumamos fazer”, respondeu o grupo.

SLEEQ

A rapper SLEEQ é bem conhecida no meio underground/alternativo e além de sua posição feminista, ela é abertamente parte da comunidade LGBTQIA+, por quem ela também luta, considerada uma figura de resistência na indústria musical.

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HA:TFELT (YEEUN)

A artista também é mais uma ex-integrante do Wonder Girls e não tem medo de defender suas ideologias. Em 2018, Irene, do Red Velvet, se viu no olho de um escândalo envolvendo o livro chamado “Kim Ji Young, nascida em 1982”. A cantora publicou que estava lendo a obra e foi bastante atacada virtualmente. A narrativa é considerada um romance feminista.

Sabendo disso, HA:TFELT disse, em uma entrevista pouco tempo depois, que sentiu curiosidade e resolveu ler o livro. Em suas redes sociais, contou ter gostado da história por ter se identificado com a protagonista, o que gerou críticas para ela, assim como aconteceu com Irene.

Pois em 2019 a artista lançou um livro chamado “1719: Concealed Thoughts and Emotions”. Na obra, ela abre sua vida para quem quiser ler e entender, com honestidade, tópicos como família, trabalho e saúde mental.

De acordo com Hyelim, amiga e parceira de Wonder Girls, “ela realmente colocou todas as suas emoções neste livro, e eu acho, especialmente, que toda celebridade feminina da Coreia vai se identificar com os sentimentos que ela sentiu. Ela fala não só sobre assuntos de família e suas experiências com bebida e cigarro, enquanto integrante de um girl group, mas também sobre sua vida sexual.”

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