Funk de MC Poze faz sucesso na posse de Margareth Menezes. Veja!
Por Flavia Cirino - 05/01/23 às 07:10
Margareth Menezes tomou posse como ministra da Cultura, no último dia 02 de janeiro, no Museu Nacional da República, em Brasília. O clima festivo, repleto de apresentações musicais, tomou conta da recriação da pasta, extinta no governo de Jair Bolsonaro (PL). Além de Margareth, o novo secretário-executivo de Cultura, Márcio Tavares, também foi empossado.
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Entre os presentes na cerimônia estiveram a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), a governadora do Rio Grande do norte, Fátima Bezerra (PT), e a primeira-dama, Janja Lula. Artistas também estiveram presentes, como a poetisa e atriz Elisa Lucinda, o comediante Paulo Vieira, a cantora Fafá de Belém e o cantor Romero Ferro.
Na festa, cujos discursos foram várias vezes interrompidos por longos aplausos e gritos de apoio à nova ministra, uma situação se destacou. Atriz e amiga pessoal de Margareth Menezes, Elisa Lucinda falou sobre a capacidade da nova ministra em se articular com diversos grupos e criticou a antiga gestão.
“Ainda bem que o pesadelo acabou. Eu me sinto tão privilegiada, ministra Margareth, por estar vivendo este momento do renascimento do Ministério da Cultura. Porque o fascismo, a primeira coisa que ele faz é atacar os pensadores daquela sociedade, os professores, os filósofos, os progressistas, os artistas, aqueles que retratam a sociedade”, avaliou Elisa Lucinda.
Elisa ainda falou sobre a valorização das culturas de periferias e cantou parte da letra de “A Cara do Crime”, funk de MC Poze do Rodo. Na web, internautas foram ao delírio.
MARGARETH MENEZES CITA PAULO GUSTAVO
Em seu discurso, cantora de samba-reggae baiano firmou o compromisso com a pasta e destacou sua origem miscigenada.
“Eu, Margareth Menezes da Purificação, sou cidadã brasileira de raízes afro e indígena, criança nascida na periferia de Salvador, na península de Itapagipe, no estado da Bahia, do Nordeste Brasileiro”, se apresentou Margareth.
A artista sugeriu que o Ministério da Cultura havia sido descontinuado intencionalmente, para atingir a capacidade de transformação do povo brasileiro.
“A cultura incomoda, a cultura mexe, a cultura desobedece, e floresce, e por isso ela é também expressão democrática e de direitos. Dentro dela, a arte oxigena porque revolve camadas profundas do nosso viver e do nosso ser. Cultura e arte são ferramentas de transformação constante. Quanto mais tentam freá-las, mais revolucionárias serão”, avaliou a nova ministra.
No discurso de posse, a cantora falou sobre as perdas do setor durante a pandemia. Segundo ela, foram R$ 63 bilhões que deixaram de ser movimentados no Brasil por conta das paralisações em prol do distanciamento social. Ela lembrou também as mortes do comediante Paulo Gustavo e do letrista Aldir Blanc, ambos vítimas da Covid-19. “Dois artistas que hoje são potentes símbolos de luta dos fazedores de cultura do Brasil”, lamentou a perda.
Ao final do seu discurso, Margareth Menezes cantou a música “Chamamento”, de composição dos baianos José Carlos Capinan e Roberto Mendes. “Manda chamar os índios, manda chamar os negros, manda chamar os brancos, mandar chamar meu povo, para o rei Brasil renascer, renascer de novo”, diz parte da letra.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino