Emilio Orciollo: “Com patrocínio ou não, meto a cara no que acredito”
Por Redação - 28/07/13 às 11:04
Emilio Orciollo Netto é do tipo que mergulha no processo de composição de seus personagens. Com base no texto, o ator de 39 anos sempre busca inspirações e agrega possibilidades aos perfis que interpreta. Com o inconsequente Murilo, seu personagem em Amor à Vida, não foi diferente.
"O texto já me trouxe muitas informações. Mas, por ser paulistano e ter conhecidos com características semelhantes ao meu personagem, pesquisei gestual e detalhes para viver um 'playboy' de forma verossímil", explica.
Foi a partir dessas referências que Emilio decidiu que seu papel usaria muitas camisas pólo, sempre com a gola levantada.
"Tenho amigos de todas as tribos e vi que muitos 'mauricinhos'de São Paulo se vestem assim", diverte-se, sem citar nomes.
Em 17 anos de televisão, o atual folhetim das nove é o 18º trabalho de Emilio no veículo – além de novelas globais como Alma Gêmea e Araguaia, ele também trabalhou na Record, em Marcas da Paixão e Roda da Vida. No objetivo de experimentar, entre uma trama e outra, o ator investe em sua porção produtor teatral. É assim que ele busca ter autonomia sobre seu trabalho nos palcos.
"Com patrocínio ou não, meto a cara em projetos que acredito", conta Emilio, que, assim que acabar "Amor à Vida", volta ao teatro com o monólogo "Também Queria Te Dizer", de Martha Medeiros. "Apesar de ser só eu em cena, não me sinto só. A peça fala do universo masculino e retrata o desabafo de seis homens sobre suas complexidades e feridas", resume.
O Fuxico: Seu último personagem na tevê, o Príncipe Sandra, de Gabriela, era um golpista de tintas trágicas. Atualmente, em Amor à Vida, Murilo é um playboy decadente e inconsequente de forte apelo cômico. Voltar ao universo do humor era uma vontade sua?
Emilio Orciollo Netto: Não sou de me programar e pensar rumos e gêneros para a minha carreira na tevê. Vou confiando nos convites que me são feitos. Fui chamado para fazer Amor à Vida pelo Walcyr (Carrasco, autor), um autor que sabe bem como abordar humor em novelas e com quem já trabalhei algumas vezes. Foi com ele, inclusive, que fiz Alma Gêmea (2005). A ingenuidade e a graça do Crispim mudaram minha relação com o público de novelas.
OF: Em Alma Gêmea, seu personagem começou pequeno e foi ganhando destaque ao longo da trama. Acha que isso pode acontecer com Murilo também?
EON: Isso não chega a ser uma preocupação para mim. Mas é claro que todo ator quer que seu personagem tenha relevância dentro da trama. Aí vem mais um motivo pelo qual gosto do esquema de trabalho do Walcyr. Ele escreve cenas legais para todo mundo. Não é do tipo que esquece os personagens ao longo da novela. Foi assim em Esperança e Gabriela. Inclusive, com o Príncipe Sandra, tive de fazer uma das cenas mais difíceis da minha vida.
OF: Foi complexo gravar a castração do personagem?
EON: Muito (risos). E a direção optou por algo bem realista. Então, foi uma sequência demorada e pensada nos mínimos detalhes. Adorei o resultado, embora, pela situação, fique nervoso ao relembrar.
OF: Você estreou na tevê em O Rei do Gado, de 1996, e tem trabalhado com vários núcleos dentro da Globo ao longo da carreira. É dessa forma que agrega diversidade aos personagens que defende?
EON: Ao mesmo tempo que eu gosto de estar perto de pessoas que tenho afinidade artística, fico muito feliz de variar os núcleos. Mas não procurei isso, simplesmente aconteceu. E tive a sorte dos diretores sempre me escalarem para trabalhos que tenham diferenças e peculiaridades entre si. É por isso que nunca recusei nenhum personagem.
OF: O remake de Anjo Mau, de 1997, sua segunda novela na Globo, está sendo reprisado atualmente pelo canal pago Viva. Qual sua principal lembrança dessa época?
EON: Fazer Anjo Mau foi um reflexo da repercussão da primeira fase de O Rei do Gado. Foi uma novela muito bacana e a tevê ainda era algo novo para mim. Tinha acabado de deixar São Paulo e me fixar no Rio, onde eu moro até hoje. A trama fez muito sucesso e me ajudou a conquistar outros trabalhos.
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