Entrevista: João Neto e Frederico batem papo com OFuxico

Por - 11/04/18 às 20:05

Reprodução/Instagram/@joaonetoefrederico

Ansiosos para o show da noite desta quarta-feira (11), em São Paulo, no Tatu Bola Bar, que contará com os maiores sucessos da carreira da dupla e até hits do momento de outros artistas, João Neto e Frederico tiraram um tempinho na agenda corrida e, em meio a um compromisso e outro, conseguiram bater um papo com OFuxico!

Sempre inovando e não perdendo o foco na música, a dupla sertaneja já tem 11 álbuns gravados e recentemente lançou mais um DVD, o projeto Em Sintonia, com participações especiais de Simone e Simaria, Jorge e Mateus, MC Kevinho, Gusttavo Lima e outros, misturando ritmos e estilos. 

OFuxico: O sertanejo vem se inovando muito, se misturando com outros ritmos e estilos. Como vocês enxergam isso?

Frederico: Isso é muito bom, o sertanejo é muito democrático, permite essa mistura. É diferente dos outros estilos que prendem o artista, ele deixa você gravar com qualquer um. Se você tem um estilo se sobressaindo, o sertanejo vai e dá um pulinho lá fora. Aí volta para as origens, resgatando as raízes. É bom que a gente brinca com a música e, ao mesmo tempo, ganha novos fãs, shows em novos lugares, mais espaços. 

João Neto: O sertanejo não tem preconceito com estilo nenhum, é bem eclético. Então quando vê que uma música vai fazer bem para os dois artistas, os dois estilos, a gente grava. A música só tem que te identificar, criar vínculo com quem está gravando, ter a ver com o artista, é isso que importa. 

 

OFuxico: Inclusive vocês fizeram uma parceria recente com o MC Kevinho, que é do funk. Como surgiu essa ideia?

F: A gente sempre fica de olho nos novos artistas e nas novas tendências. E como a gente está nessa onda de se misturar, a gente resolveu chamar o Kevinho, que é do momento, e a gente escolheu a música porque combina com ele. A gente sempre tenta ver isso, com que voz vai ficar melhor. E a gente adora chamar gente para somar, fazer parceria, cantar junto. 

 

OFuxico: Teve algum momento bastante especial durante a gravação do DVD? 

F: Depois de tanto tempo escolhendo música e trabalhando no projeto, ver o DVD pronto já é fantástico. E também reunir amigos antigos e artistas, como o Jorge e Mateus, que está com a gente desde o início, o Gusttavo Lima… E a gente poder tocar com diversos artistas, por todo o Brasil, é uma conquista muito boa. A gente fez esse DVD com uma pegada muito intimista, bem próximo ao fã.

 

OFuxico: E de um modo geral, o que é mais marcante na carreira de vocês?

JN: Tem vários momentos muito marcantes ao longo da nossa carreira. Teve o primeiro momento que a gente apareceu para o Brasil foi muito especial, com o Pega Fogo Cabaré, depois teve o Lelelê, que também foi importantíssimo que até foi música de novela. Agora também é um momento muito importante, que a gente acertou três músicas, uma seguida da outra, o que é muito difícil. Acho que nossa carreira inteira é feita de momentos e nossas músicas sempre marcam eles. Não dá para fazer uma história só com uma música. Também tem muita história de fã que fala que a gente mudou a vida dela, que nossa música tirou da depressão. É isso que vale a pena, é o porquê da música.

 

OF: Vocês estão nas paradas de sucesso há mais de uma década, estão há muito tempo fazendo sucesso. A que vocês acham que deve isso?

F: Acho que é o amor pelo que faz. Com amor não se mede esforço para nada, está sempre focado na música, nos fãs. Estamos sempre escolhendo o repertório com muito critério. E sem preguiça. Isso são fatores importantes para qualquer profissão dar certo. A gente ama música, a gente vive da música, então a gente tem que se dedicar, até porque estão surgindo artistas toda hora. 

JN: E o trabalho que não para nunca. A gente pensa em música o tempo inteiro, pensar no nosso público, o que eles querem ouvir, porque ninguém consegue nada sem eles. A gente leva nossa profissão muito a sério e fazendo sempre o que ama a gente consegue ter sucesso. 

 

OF: E como vocês descobriram que estavam estourados? 

F: Lá no início da carreira. Os carros passando e tocando as músicas do primeiro DVD, de 2006. Eu falei: 'gente, o que é isso?'. Em todo lugar que eu ia, na TV, no shopping, aí eu falei: 'o negócio explodiu'. A gente fez uma festa em Goiânia na época que deu mais de 40 mil pessoas, e eu pensei: 'agora é nossa vez'. (risos)

JN: Quando eu vi que nossos shows estavam dando certo, atraindo bastante gente, eu senti que a gente ia virar, que a gente estava no caminho certo.

 

OFuxico: Em meio a tantos shows, tantas parcerias, tantos discos, vocês têm alguma música preferida?

JN: Ah, tem várias… Gosto muito de Clichê, Ele Não Vai Mudar, ah, tem tantas músicas…

F: É muito dificil de escolher a preferida, tem muita música… Mas uma que está tocando no momento, uma que eu escolheria agora é a Rapariga Não, com a Simone e Simaria, que está atingindo outras fronteiras. É importante fazer música para todo mundo, fazer música romântica, música para a galera da balada, música valorizando a mulher. O grande valor da música é isso, transmitir um recado bacana e atingir o coração das pessoas. 

 

OF: E vocês têm algum sonho que ainda não realizaram para a carreira de vocês? O que ainda falta?

F: Ah, a gente tem que ter sonho sempre. Acho que agora é buscar o fortalecimento do nosso nome para o Norte e no Nordeste do Brasil, fazer bastante festa lá, porque a gente ainda não foi, e conquistar o Brasil de Norte a Sul. 

JN: Para a música nunca tem fim. O artista que falar "ah, agora eu já fiz tudo, não preciso fazer mais nada", logo, logo ele não vai mais ter nem show para fazer. Porque hoje o mercado está rápido demais, consumista demais, o povo esquece rápido demais, então não pode deixar isso acontecer, até porque na música sempre tem alguma coisa para fazer. O Brasil tem muita cidade ainda para ir, e quem sabe até fazer um trabalho fora, gravar com alguém.  

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