Eu Nunca e as séries adolescentes próximas da realidade
Por Redação - 16/05/20 às 10:10
Produções com temática adolescente sempre fizeram parte da indústria fonográfica. Acompanhando as tendências de cada época, os materiais atuais tendem a ser os mais reais possíveis, sem perder as pitadas de comédia e/ou drama que dão aquele ar de clichê que todo mundo ama.
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Mas fugindo dos pastelões e dos acontecimentos que parecem contos de fada, Eu Nunca chegou em abril na Netflix, pronta para fazer barulho. E fez! No Rotten Tomatoes, a produção de Mind Kaling está avaliada com 96% de aprovação dos críticos e 91% de aprovação da audiência. Já no IMDb, de 0 a 10, a nota foi fechada em 8.
Com a premissa de mostrar as aventuras, medos e descobertas da jovem Devi (Maitreyi Ramakrishnan), durante o ensino médio, qual seria a grande novidade nesse nicho? Bom, Mindy se baseou em suas próprias aventuras na época, misturou na medida certa o humor com os choros e explorou assuntos pertinentes nos dias atuais com coadjuvantes que roubam a cena, usando muito bem seus tempos de tela.
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Se você ficou com vontade de acompanhar a trama de Devi, confira no OFuxico um pouco mais a respeito da história e conheça outros trabalhos que seguem a temática tão bem quanto o cérebro de Mindy!
Eu Nunca
Separada em 10 episódios de no máximo 30 minutos cada, Eu Nunca acompanha Devi, uma jovem de origem indiana, com os pais irradicados nos Estados Unidos no início dos anos 2000.
Após um trauma na família, ela fica sem os movimentos das pernas e, magicamente, graças à sua atração pelo garoto popular da escola – Paxton (Darren Barnet) – volta a andar. E, claro, ele não liga para ela, que ao lado das amigas Fabiola (Lee Rodriguez) e Eleanor (Ramona Young), sente que não se encaixa fora de seu grupinho nerd.
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Para ajudar, ela tem um tem um rival com quem vive competindo pelas melhores notas. Esses pontos são datados em narrativas do gênero, entretanto, todas as falas e ações de Devi condizem com uma adolescente que não tem ideia do que fazer e aos trancos e barrancos (e com ajuda da terapeuta), lida com isso, sem a necessidade de alguém para resgatá-la de suas tristezas e questionamentos.
Ela é somente uma pessoa com falhas e qualidades, precisando superar seus problemas aos poucos, como acontece na vida real.
Sex Education
Sensível e divertida, a produção britânica criada por por Laurie Nunn chegou ao serviço de streaming no dia 11 de Janeiro do ano passado. Nela, o jovem Otis (Asa Butterfield) tem uma mãe, vivida, aliás, por Gillian Anderson, que trabalha como terapeuta sexual, o que marca a vida do rapaz de uma forma bem diferente.
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Carregando seus próprios traumas, ele tem um talento que o leve de encontro à excluída Maeve (Emma Mackey), que, por sua vez, o convence a dar "consultas" para os colegas em troca de grana, surgindo aí um negócio arriscado.
O pano de fundo de toda a produção acaba, então, sendo o sexo, assim como o título. Tratado abertamente, de maneira confortável e leve, o assunto permeia a vida dos adolescentes desde obviedades à fantasias e problemas mais inusitados.
O diferencial é o tom amigável colocado entre a relação dos amigos e demais personagens, ressaltando o sentimento natural em cima de momentos mais tristes, mostrando que ser feliz 100% do tempo é difícil e está tudo bem, mas sem tornar a tristeza um sinônimo de miserável. Mais adiante, é possível notar que o tabu do sexo é quebrado e tratado sem banalização, nem julgamentos.
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Ponto alto também é a amizade entre Otis e Eric (Ncuti Gatwa). Um heterossexual e um homossexual que não questionam a proximidade deles; não tentam encaixar cada um no mundo do outro forçadamente e/ou finjam ser algo que não são.
Mais uma vez, a normalidade e a realidade andam de mãos dadas.
My Mad Fat Diary
Transmitida e produzida pelo canal britânico E4, de 2013 a 2015, My Mad Fat Diary foi baseada em um livro autobiográfico de Rachel Earl, personagem principal, aliás, vivida por Sharon Rooney.
Ambientada nos anos 1990, é uma viagem no tempo, com trilha sonora de Oasis e Blur à Björk e The Stone Roses, recheada de um humor mais sarcástico. Todavia, o drama aparece quando, logo de cara, a protagonista deixa um hospital psiquiátrico para tentar retomar a sua vida com a mãe nada convencional e o namorado dela, imigrante, até o momento, ilegal, vindo da Tunísia.
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Conforme a história anda, a amiga de infância, Chloe (Jodie Comer, de Killing Eve), é introduzida, assim como o novo grupo de amigos da jovem, composto por Finn (Nico Mirallegro), Chop (Jordan Murphy), Archie (Dan Cohen), e Izzy (Ciara Baxendale).
Ao caminhar, camadas de Rae, como a personagem gosta de ser chamada, são apresentadas por meio de suas sessões de terapia e páginas do diário que mantém para escrever seu mais diversos e profundos sentimentos e pensamentos.
Consciente e de froma respeitosa, a série retrata dilemas adolescentes, como Eu Nunca, buscando o crescimento de todos os papeis por si mesmos, levando um empurrãozinho ou outro de mais alguém. Depressão, ansiedade, autoestima e questões envolvendo o suicídio passam pelos episódios, sem pesar, sem causar desconforto; buscando a reflexão da audiência.
O projeto, de três temporadas, se encontra, por enquanto, disponível apenas no servilo de streaming Hulu, que ainda não chegou ao Brasil.
Atypical
Atypical é uma comédia dramática, exibida pela Netflix, que narra a história de Sam (Keir Gilchrist), um garoto de 18 anos, autista e que tem uma vida mais normal possível, apesar de suas limitações. Ele trabalha, estuda e ainda busca viver todas as loucuras que sua idade oferece, como ter uma namorada e perder a virgindade.
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Aconselhado pela sua psicóloga, Sam começa a busca por uma parceira, mas não tem muitos amigos, a não ser Zahid (Nik Dodani), seu amigo do trabalho, e sua irmã, Casey Gardner (Brigette Lundy-Paine), que o protege até demais.
Atypical foi recebida muito bem pela crític pela delicadeza e bom humor na hora de tratar dos assuntos que rondam a vida de Sam, muito bem distribuídas entre as três temporadas disponíveis.
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