Fabiana Karla usa frase de Páginas da Vida em peça

Por - 20/07/06 às 13:00

Felipe Panfili

O polêmico depoimento de uma dona de casa de 68 anos sobre sexualidade, exibido na noite de sábado, 15, na novela Páginas da Vida, já vem sendo explorado pelos humoristas.

Fabiana Karla, que na quarta-feira, 19, fez uma participação especial na peça Surto, que comemorava três anos de sucesso, não fez referência direta ao caso, mas transformou em bordão uma frase que foi ao ar na trama de Manoel Carlos.

“Tô babada”, disse a humorista, no final de sua apresentação como a faxineira Lucicreide, que está revoltada por ter perdido a condução que a levaria de volta para casa após o expediente e acaba caindo de gaiato na cena em que ocorria um teste para um fictício musical.

Nesse momento, a platéia do Canecão veio a baixo e várias pessoas perceberam de onde a humorista havia tirado aquele bordão.
 
“Foi do depoimento da novela”, diziam uns freqüentadores a outros companheiros de mesa, que não haviam feito a ligação entre a piada e o que tinha acontecido em Páginas da Vida.

Mas o terceiro aniversário de Surto, comemorado no Rio, contou com várias outras participações especiais. Deborah Secco, por exemplo, interpretou uma lésbica de nome Sandra da Silva, a Drão, que não deixava escapar de suas cantadas nem a madre que foi sua professora no colégio de freiras onde estudou. Luís Miranda fez uma menininha negra, que sonha em ser protagonista de novela, mas que sente na pele a discriminação racial.

“Todas as novelas só têm protagonistas brancas: Maria Clara, Sol, Cristal. A única que tinha uma negra chamava-se Da Cor do Pecado”, fala a menina interpretada por Luís Miranda, que desde o colégio nunca pôde fazer um papel de destaque, porque, segundo a personagem, quando foi fazer Rapunzel, no lugar de gritarem “joga as tranças”, suas coleguinhas diziam: “joga o cipó”.

Os atores Thais Lopes, Rodrigo Fagundes, Wendell Bendelack e Flávia Guedes, do elenco fixo de Surto, que atualmente está em cartaz no Teatro Folha Higienópolis, região central de São Paulo, até o final de julho, contaram ainda com a participação e Zéu Britto, cantando três músicas e de Lúcio Mauro Filho. Lucinho arrancou gargalhadas no papel de um ator brasileiro que vive cerca de 40 anos nos Estados Unidos e, agora, só fala em inglês, e, por isso, necessita de um tradutor simultâneo no momento de se expressar. 


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