Famosos lamentam incêndio na Cinemateca Brasileira:’Estamos perdendo nossa história’
Por Redação - 30/07/21 às 10:45
Muito triste! Um incêndio que atingiu o galpão da Cinemateca Brasileira, na noite da última quinta-feira (29), em São Paulo, revoltou os brasileiros pelo descaso do governo em relação a instituição, responsável pela preservação da produção audiovisual brasileira , além da destruição do acervo histórico. Nas redes sociais, celebridades não contiveram a tristeza ao falar do ocorrido e fizeram uma série de desabafos na web.
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Segundo informações dos bombeiros, o fogo começou quando uma empresa terceirizada fazia manutenção do ar condicionado na noite desta quinta-feira (29).
No Instagram, a Mariana Ximenes compartilhou um registro do ocorrido e lamentou que mesmo depois de tantos avisos, isso tenha acontecido.
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“Revoltante! Mais um patrimônio que se vai… fizemos campanha, alertamos e nada foi feito pelo governo. Até quando?”, escreveu ela na legenda do post.
A atriz Leandra Leal também fez um triste desabafo nas redes sociais e confessou que perdeu as esperanças em relação ao governo que, segundo ela, não se importa em preservar a história e a cultura dos brasileiros.
“O incêndio na Cinemateca foi obra da negligência. É trágico e também criminoso. Eu comecei o dia alegre com a conquista da Rebeca, com esperança. Eu li posts emocionados com o sentimento de reconexão com a identidade brasileira que tanto valorizamos: a diversidade alegre. Hoje comemoramos a vitória de uma luta de gerações. Agora estou em choque encarando o que mais nos assombra e que, infelizmente, também faz parte desse país: o descaso”, começou.
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“O insistente apagamento de quem somos. Estamos perdendo nossa história, nossa cultura e nossa identidade. Apagar a memória é uma tática cruel para que se possa contar a história que quiser. Conhecer nosso passado é parte essencial no processo de aprendizagem e evolução. Eu rezo para que o incêndio seja controlado, para que algo se salve, para que existam cópias, para que os responsáveis sejam punidos, para que alguém tome alguma atitude. Não existe salvação para o que está queimando, mas eu espero que ainda possamos conhecer a nossa história, e que o que sobrou seja preservado e cuidado como o tesouro que é”, finalizou.
Carolina Dieckmann também expressou tristeza nas redes sociais: “O fogo devastador…nem toda a lágrima do mundo apaga; nem toda a lágrima. Precisamos de um mar”.
A atriz Alinne Moraes lamentou o incêndio na Cinemateca e reforçou a importância da instituição, que guarda documentos importantíssimos para a história
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“29/07/2021. Incêndio atinge a Cinemateca. O acervo da Cinemateca representa o maior museu audiovisual do Brasil e da América Latina, e guarda documentos que datam desde o século 19. Ao todo, há mais de 250.000 rolos de filme no acervo da instituição, muitos originais e sem cópia por serem muito antigos”, escreveu.
Lázaro Ramos também não deixou de expressar a tristeza e indignação com o descaso do governo para a preservação da história brasileira, relembrando o incêndio no Museu Nacional, em 2018.
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“Em 20 de julho de 2021 o ministério público Federal alertou para o risco de incêndio na cinemateca brasileira. Sendo que ela já vinha sofrendo com alagamentos desde 2020. Funcionários denunciaram o abandono da instituição. E nada foi feito. Uma parte da memória da nossa história pode se acabar em meio as cinzas. E é a crônica de uma tragédia anunciada. E isso depois de em 2018 o Museu Nacional ter sido destruído. Ainda tenho na memória a imagem de tamanha perda. Qual o valor da nossa memória, da nossa história, das nossas produções? Só pra lembrar Cinemateca Brasileira é a instituição responsável pela preservação da produção audiovisual brasileira desde 1940. Possui o maior acervo de ‘imagem em movimento’ da América Latina e é uma das maiores instituições do gênero do mundo. Como não ficar indignado com tamanho descaso com a nossa história e patrimônios?”, desabafou o ator.
Marcos Veras teceu críticas ao governo, que ignorou os avisos de que a Cinemateca poderia pegar fogo e não tomou cuidado para evitar que isso acontecesse.
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“Tragédia totalmente evitável. Mas o governo da grosseria, da ignorância, da arma de fogo, não quis saber. País que não valoriza a sua cultura e a sua memória, não tem passado, presente e muito menos futuro. Mais um dia triste no país da alegria.”
Ana Hikari desabafou sobre o incêndio e não conteve a tristeza ao falar da quantidade de arquivos importantes para a história do audiovisual que foram perdidos com a tragédia.
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“Tragédia anunciada: Galpão da Cinemateca Brasileira pegando fogo. A Cinemateca já vinha pedindo ajuda há muito tempo. É fruto de um projeto de sucateamento da cultura. Literalmente apagamento da nossa memória brasileira. 4 toneladas de história do Cinema Brasileiro naquele galpão. isso é tão triste. Vocês têm nocão de que são registros da nossa história sendo queimados aí? É lamentável, porque isso tá acontecendo por descaso do Governo Bolsonaro. Funcionários foram demitidos num lugar que precisa de monitoramento diário pra não pegar fogo”
INCÊNDIO NA CINEMATECA BRASILEIRA
Um incêndio atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, na noite da última quinta-feira (29) e foi controlado pelos bombeiros por volta das 19h45.
Os bombeiros receberam um chamado de fogo em edificação comercial por volta das 18h na Rua Othão, 290. No endereço há um conjunto de galpões, de cerca de 6.356 m² de área construída, onde parte do acervo da Cinemateca Brasileira é guardado. O incêndio não ocorreu na sede da Cinemateca Brasileira, que fica na Vila Mariana.
A administração do órgão está sob responsabilidade do governo federal, por meio da Secretaria Especial de Cultura, em Brasília. Em nota, a secretaria informou que “lamenta profundamente e acompanha de perto o incêndio que atinge um galpão da Cinemateca Brasileira” e que foi pedida uma investigação à Polícia Federal para apurar as causas do fogo.
A capitã dos bombeiros, Karina Paula Moreira, afirmou à GloboNews que o fogo teria começado durante uma manutenção do ar condicionado que estava sendo realizada por uma empresa terceirizada contratada pelo governo federal. Uma faísca teria dado início ao fogo, e a empresa não conseguiu controlá-lo.
“O incêndio começou em uma das salas de acervo histórico de filmes que fica no primeiro andar. Essa parte é dividida entre três salas, uma delas com acervo de filmes entre 1920 e 1940 e uma das salas de arquivo impresso, também histórico. Estamos levando o que foi queimado e preservado dentro dessas três salas – provavelmente nada. Porém, no andar térreo, tem uma parte grande do acervo histórico que não foi atingida”, afirmou.
De acordo com informações do Jornal Nacional, no prédio ficavam gravados 1 milhão de documentos da antiga Embrafilme, como roteiros, artigos em papel, cópias de filmes e documentos antigos. Alguns tinham mais de 100 anos e seriam usados na montagem de um museu sobre o cinema brasileiro.
Em 2016, um outro galpão da Cinemateca Brasileira, ao lado da sede, na Vila Mariana, foi atingido por um incêndio que destruiu cerca de 500 obras.
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