Felipe Camargo diz que atuar em Xingu mudou sua visão sobre a natureza e a cultura indígena
Por Redação - 16/12/12 às 11:00
Histórias de altos e baixos de atores-problema são comuns no universo do cinema americano, onde nomes como Robert Downey Jr. e Mickey Rourke foram do céu ao inferno por conta de questões que nada tinham a ver com talento. Tomadas as devidas proporções, o elo entre a trajetória dos dois atores de Hollywood com a de Felipe Camargo é a capacidade de se reinventar e retomar a carreira a partir de bons personagens. No caso do ator brasileiro, além de investir na televisão – em papéis como o confuso Dante, de Som & Fúria, e o amargurado Petrus, de Cordel Encantado, o cinema teve fundamental importância para a reconstrução de sua trajetória. Sobretudo, no encontro com as aventuras da família Villas-Bôas em Xingu, filme de Cao Hamburger, lançado no início de 2012, e que agora chega ao formato de microssérie da Globo, com previsão de estreia para o dia 25 de dezembro.
"Xingu' é um grande épico ecológico. A preparação e as filmagens foram incríveis. A experiência de estar no meio da floresta mudou minha visão sobre a preservação da natureza e da cultura indígena", assume.
Xingu foi filmado em 2010 e conta a saga dos irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo – interpretados por Felipe, João Miguel e Caio Blat, respectivamente – pelo Centro-Oeste brasileiro, nos anos 1940. A missão era desbravar e construir estradas e pistas de pouso do Mato Grosso até o Amazonas. No entanto, o trio foi além do óbvio. Do contato com as mais diversas nações indígenas, nasceu o respeito dos expedicionários por culturas tão diferentes. E a partir de suas interferências políticas, eles fundaram o Parque Nacional do Xingu. Com 22 mil km, o local abriga e preserva a memória de 14 etnias indígenas.
"É uma história que rende frutos até hoje e que o brasileiro não valoriza. É a trajetória de três heróis desconhecidos, mas importantes para a cultura nacional", analisa.
Pelo alto teor histórico, Felipe ressente-se com a campanha do filme nas salas de cinema, restrita a pouco mais de 370 mil espectadores. Frustrado com o público modesto, o ator carioca não esconde a alegria com a adaptação do filme para a tevê. Para Felipe, além de apresentar a história para um público mais abrangente, a microssérie de quatro episódios trará cenas adicionais, que podem dar uma dimensão mais completa das aventuras do trio.
"Ficamos 13 semanas hospedados com os índios e gravando direto. Tem muito material inédito e que pode dar uma linguagem mais emotiva às cenas, bem ao gosto da tevê", ressalta.
Dos bastidores de gravação, Felipe destaca a importância de construir uma relação de confiança entre elenco e equipe técnica com os índios que integraram o projeto.
"Jogávamos futebol, trocávamos experiências de vida, observávamos os rituais. Desse cotidiano nasceu uma real amizade, e as cenas cresceram em verdade", empolga-se.
Aos 52 anos de idade, Felipe encara a maturidade sem arrependimentos. A razão disso está na oferta crescente de personagens que o instigam. Distante da figura de galã, posto no qual estreou na tevê, em Anos Dourados, de 1986, é a diversidade que pauta os convites que recebe.
"Me sinto valorizado como intérprete. Tenho sido chamado para personagens bem distintos e com relevância dentro de cada projeto", garante o ator que, até agosto deste ano, estava envolvido com as gravações da espiritualizada Amor Eterno Amor.
Até o fim de 2012, o único compromisso de Felipe é com as ações promocionais da microssérie Xingu. No entanto, para 2013, ele já arquiteta sua volta aos cinemas e ainda prepara-se para dar vida a um dos personagens principais de Sangue Bom, próxima novela das sete, assinada por Maria Adelaide Amaral e Vicente Villarin.
"Meu personagem será um pintor, descendente da alta sociedade, mas falido. Ele falsifica quadros para sobreviver e vai sofrer algumas transformações ao descobrir que é pai", adianta.
Felipe Camargo curte manhã de sol com caminhada na praia
Felipe Camargo brinca com filho em shopping do Rio
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