Figurino e caracterização retrata culturas diferentes em Órfãos da Terra

Por - 01/04/19 às 08:20

Divulgação/Órfãos da Terra/TV Globo/Paulo Belote

A caracterizadora Gilvete Santos sabia do tamanho de sua missão para compor o conceito visual de personagens de diferentes culturas retratadas na novela, e, por isso, se debruçou em uma extensa pesquisa.

“Eu navego na internet todo dia, principalmente por conta do núcleo da Síria, que tem uma paleta de cores bem colorida e marcante, com que eu nunca tinha trabalhado. Vi que o kajal nos olhos, por exemplo, é muito usado”, explica ela.

A caracterizadora destaca o visual da libanesa Dalila (Alice Wegmann) como um dos mais elaborados. Gilvete aposta em um visual clean, porém marcante. 

“Dalila vem com uma pele linda, muito rímel e um traço roxo no delineador, além de muito blush em tons terrosos ou rosa, e uma boca natural”, define. 

A tatuagem de Dalila é sua marca registrada e também foi idealizada por Gilvete.

“Ela é muito intensa e tem firmeza em tudo o que faz. A inscrição em árabe no seu pulso esquerdo significa “vida e fogo”, o que traduz a personalidade da herdeira do sheik”.

Bruno (Rodrigo Simas) e Valéria (Bia Arantes) também abusam das tatuagens.

“O Bruno é um fotógrafo apaixonado pela profissão. Ao pesquisar sobre as tatuagens, descobri mais de 45 tipos de desenhos que retratam na pele essa paixão”. 

Em Valéria, os triângulos assimétricos no antebraço refletem a modernidade da paulistana. Todas as tatuagens estão sendo produzidas pelo departamento de efeitos especiais dos Estúdios da Globo e são aplicadas com o método de estêncil, de fácil remoção.

Em relação à ala masculina da novela, Gilvete aposta em barba e cabelos mais curtos. A ideia veio do visual dos jogadores de futebol árabes, que será adotado pelos capangas do sheik como Fauze (Kaysar Dadour) e Houssein (Bruno Cabrerizo).

“O que mais vi foi libanês com cabelo raspado na lateral, com topetão liso, com cabelo e barba desenhados, que pode ser muito grande, média ou curta”, explica. 

O hijab, lenço marcante da cultura árabe, tem protagonismo no conceito definido pela equipe de figurino liderada por Mariana Sued.

“Descobrimos que o hijab pode ser fashion e assumir as formas mais variadas. Para nós, ocidentais, o elemento pode parecer incômodo, mas, para elas, é um símbolo cultural e de status”, explica Mariana, que procurou inspiração em filmes e livros.

A figurinista aposta também em outro item para virar febre entre as brasileiras:

“As batas são lindas, bordadas e com aplicações de pedras. Acho que vai virar moda”. 

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