Gilberto Gil diz que só descobriu o racismo na adolêscencia

Por - 06/08/20 às 08:15

Reprodução/TV Globo

Gilberto Gil foi o convidado de Pedro Bial, no Conversa com Bial nesta quarta-feira, 05/08. Entre os vários assuntos, o cantor relembrou como conviveu com a questão do racismo em sua vida. Ele morava na pequenina cidade de Ituaçu e disse como era seu tempo de criança:

“Não era muito ligado nos assuntos relacionados a negritude. Não sentia diferença quando era pequeno. Meu pai era muito querido na cidade. Era um doutor, um grande curandeiro que ajudava e curava todo mundo. Minha mãe era professora do colégio público. Então eu não sentia nenhum tipo de preconceito”, lembrou.

O cantor apontou qual foi o momento onde percebeu que o racismo existia:

“Comecei a me ligar mais nisso, quando fui para o ginásio, já adolescente. Meus pais me colocaram em um colégio de elite. De uns 400 alunos, apenas uns 10 eram negros. Nesse momento comecei a perceber esse deslocamento social”.

O programa mostrou também momento “vovô babão” de Gil com sua neta Flor, filha de Bela Gil. Logo no início da pandemia causada pelo novo corona vírus, em abril, o cantor e a menina, emocionaram a todos quando interpretaram a canção italiana Volare, em um gesto de solidariedade à Itália, que, na época, era epicentro da Covid-19.

Muito ligado à família, Gil aproveita a recordação e imagens mostradas no programa, para comentar o talento da herdeira, em qual momento percebeu sua veia artística:

“Há uns três ou quatro anos. A chamei para o palco assim que pude. Logo nas primeiras apresentações ficou muito claro o carisma suave que ela tem, a afinação e tudo mais. A repercussão positiva começou a aparecer e ela foi se animando”, confessou ele.

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