Gloria Groove: ‘As drag queens viraram símbolos políticos’

Um dos grupos de profissionais mais afetados pela pandemia do novo coronavírus com certeza foram os artistas, que tiveram que adiar/cancelar todos os seus compromissos, como filmagens, gravações, shows, etc.

Um exemplo de alguém nesta situação é Gloria Groove, que com uma agenda cheia de shows e produções musicais/de clipes, teve de mudar os planos por conta da quarentena.

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Entretanto, Gloria está aproveitando o isolamento social para dar seguimento a diversos projetos, e comentou sobre sua quarentena em uma live no Instagram da revista Caras.

De cara, Groove já falou de como está a rotina dela e de todos que moram em sua casa, que segundo as próprias palavras da artista, “está abaladíssima”.

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“Eu minha mãe temos os horários muito virados (ela mais do que eu) na quarentena, pois estamos há um bom tempo nesta estrada de shows, trabalhando, e tenho descontando muito em comida”, declarou ela, antes de pedir aos fãs que está tudo bem estranhar esta situação, pois ninguém viveu algo deste estilo antes

“Se você está estranhando, está achando muito estranho, está tudo bem, é normal, você nunca passou por isso antes”.

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Um ponto bastante ressaltado por Gloria Groove durante a live é a saudade de estar no palco fazendo shows, mas ela está aproveitando o ócio obrigatório para compor mais canções.

“Preciso criar, senão fico maluca. É um jeito de me expressar. Nesse tempo, estou reconfigurando muitas coisas na minha cabeça, e tem me dado muita vontade de compor, e está saindo muita coisa”, afirmou.

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“Fazia tempo que eu não me isolava para compor, e notei nesse período que preciso ficar sozinha no ‘quarto da Gloria’ para que fluam os pensamentos, e só mostro o resultado final, nunca o trabalho incompleto”.

Em dado momento da transmissão, Groove foi questionada sobre gravar uma música com Vitão, na qual se empolgou na hora e disse ser seu amigo, e que está em seus planos, junto com uma brincadeira de montar o cantor como drag queen.

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Outro ponto dito por Gloria foi a respeito de uma possível biografia, que ela considera uma possibilidade alta para o futuro, independente do formato (livro, filme, série, entre outros).

Em meio aos questionamentos, a cantora ainda participou de algumas brincadeiras, como por exemplo “uma palavra, uma música”, e também chegou a mostrar um pouco do quarto aonde estava, que guardam quadros entregues por fãs, perucas e sapatos.

Um momento bastante interessante foi quando comentou sobre o processo de criação de alguns clipes, rendendo curiosidades interessantes, como por exemplo, Yoyo foi o que mais saiu igual à ideia original, e Iza estar montada no set de filmagens fez Gloria chorar de felicidade.

Outra dúvida que surgiu foi a respeito de realizar lives de grande porte no Youtube, similar a outros cantores, que estão bombando de audiência.

“É uma ideia legal, mas não está em meus planos. Realizar uma live no Youtube neste momento, porque isso exige uma grande estrutura, produção, banda, e não quero ter que reunir tanta gente. Prefiro manter o GG Sessions no Instagram, que é algo mais íntimo e livre, e quem sabe evoluir para o Youtube com o passar do tempo, mas em um formato acústico”, explicou Gloria.

Por fim, um dos assuntos tratados foi luta e resistência, na qual a artista afirmou que ainda deseja quebrar o preconceito em relação às drag queens.

“A rádio é um negócio muito complicado, pois eles torcem o nariz apenas por sermos nós mesmas. Até na televisão já estamos ganhando mais espaço, mas as rádios continuam sendo um grande desafio”, disse ela.

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“Já me senti abandonada por parte do meu círculo de amigos por me tornar drag queen, não tendo apoio no começo. Então, o começo da Gloria Groove foi muito sobre conquistar meu espaço e pedir valorização pelo meu esforço”, continuou.

“Mas até que entendo o pensamento dessas pessoas, afinal, o universo drag estava começando a ganhar notoriedade, e até mesmo eu já fiz pré-julgamentos quando não tinha proximidade”.

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Aproveitando o gancho do assunto, Gloria se mostrou bastante feliz com a ascensão da comunidade drag queen, e afirmou gostar de como a representatividade pode ajudar o público.

“Eu sempre me pego pensando em como não faz sentido lá [nos Estados Unidos], na terra delas, as drag queens musicais não possuem o mesmo reconhecimento que as brasileiras na indústria. Aqui, nós competimos com grandes artistas no mesmo nível”.

“Aqui fazemos um sucesso estrondoso, fazemos parcerias com grandes artistas mesmo o Brasil sendo um país muito homofóbico. As drag queens viraram verdadeiros símbolos políticos e de representatividade. O público precisa do nosso discurso, e por isso estamos crescendo muito neste momento”, concluiu Gloria Groove.

Se depender de Gloria, o céu não será um limite para as drag queens, que ganharão ainda mais espaço e se tornarão figuras representativas para todo o Brasil.

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