Justiça condena idosa que cometeu ato racista contra Eddy Jr e ele reage

Elisabeth Morrone, de 71 anos, recebeu condenação da Justiça de São Paulo pelos crimes de ameaça e injúria racial contra o humorista e cantor Eddy Jr.

O caso, registrado em vídeo, ocorreu em 2022 e gerou grande repercussão. A idosa recebeu uma pena de 1 ano e 2 meses de reclusão, além de 1 mês e 5 dias de detenção em regime aberto. O filho dela, Marcos Vinícius Morrone Sartori, também acabou condenado a 2 meses de detenção no mesmo regime.

Eddy Jr partiu pra cima do filho da vizinha após ato racista

A sentença foi proferida pelo juiz Fernando Augusto Andrade Conceição, da 14ª Vara Criminal, em 26 de fevereiro. No entanto, a decisão não agradou à vítima, que afirmou que as punições “não contribuem em nada para a luta contra o racismo no país”.

O humorista revelou que pretende recorrer da decisão, buscando uma pena mais rigorosa para a agressora.

Desde o episódio, Eddy Jr enfrentou uma série de dificuldades emocionais e profissionais. Ele revelou que a experiência o levou à depressão, causando afastamento das redes sociais e perda de oportunidades de trabalho.

“Nunca mais consegui ser o mesmo”, desabafou o humorista, que, na época, acumulava milhões de seguidores no Instagram e TikTok. Ao longo do ano de 2024, Eddy ficou completamente ausente das plataformas, o que impactou sua carreira.

Chamado de “macaco, ladrão e sujo” pela vizinha, Eddy Jr já acionou seus advogados para recorrer da sentença. Ele busca levar o caso adiante até que se aplique uma punição mais severa a Elisabeth Morrone. Apesar do trauma, o humorista afirma que pretende retomar sua carreira e, acima de tudo, se reerguer.

Defesa da condenada contesta decisão favorável a Eddy Jr

A defesa de Elisabeth e de seu filho Marcos Vinícius, contudo, contestou a sentença, alegando que a condenação dele foi um erro.

“Provamos nos autos que ele é incapaz, tem uma anomalia mental e sua mãe é sua curadora legal. Não houve um laudo adequado, o que configura nulidade processual”, afirmou o advogado José Beraldo.

Sobre Elisabeth, o defensor negou que ela tenha usado termos racistas contra a vítima. “Ela não chamou esse senhor de ‘macaco’, disse ‘caco’, e temos um laudo pericial que foi ignorado pelo juiz. Além disso, ela já se mudou voluntariamente do apartamento.”

O advogado também criticou a condução do caso e afirmou que Eddy Jr “se vitimizou, ganhou visibilidade com isso e expôs Elisabeth e seu filho”. De acordo com ele, a idosa “não cometeu injúria racial e não é racista”.

Beraldo garantiu que já recorreu da decisão e tentará anular a sentença no tribunal. “O que vimos foi uma verdadeira hostilidade contra minha cliente. Vou demonstrar que houve erro judicial”, declarou.

Relembre o caso

Em outubro de 2022, Eddy Jr denunciou ter sido vítima de racismo ao tentar utilizar o elevador do condomínio onde morava, na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.

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Ele publicou um vídeo nas redes sociais no qual Elisabeth Morrone o ofendia com palavras como “macaco”, “imundo”, “urubu” e “neguinho preguiçoso”.

De acordo com o humorista, o incidente ocorreu de madrugada, quando a idosa se recusou a dividir o elevador com ele. No vídeo, ela diz a um funcionário do prédio: “Cai fora, não quero ficar com ele, não vou subir, não quero”. Em outro momento, ela grita “Cai fora, macaco!” e “Cai fora, bandido!”.

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Eddy Jr revelou ainda que enfrentava hostilidade da família da agressora desde abril de 2022, quando surgiram reclamações sobre supostos barulhos vindos de seu apartamento. Segundo sua assessoria, ele precisou deixar o condomínio por conta das ameaças de morte. Em setembro daquele ano, chegou a ser ameaçado com uma faca pelo filho de Elisabeth Morrone.

A condenação da idosa e de seu filho representa um marco no caso, mas a defesa de Eddy Jr pretende continuar lutando por uma punição mais severa para a agressora.