Lavagem de dinheiro com rifas de luxo: Entenda os motivos da prisão de Nego Di

O ex-BBB 21, Nego Di, está no centro de uma investigação do Ministério Público por suspeita de lavagem de dinheiro. A investigação começou em janeiro, após o influenciador promover um sorteio de um carro de luxo blindado. Na última sexta-feira, 12 de junho, a operação teve início, focando em Nego Di e sua esposa, Gabriela Sousa. Segundo os agentes, o esquema movimentou cerca de R$ 2,6 milhões através de rifas virtuais e ilegais.

Neste domingo, 14 de julho, Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, foi preso pela Polícia Civil do RS na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, Santa Catarina. Ele havia sido alvo de uma operação do Ministério Público na sexta-feira, 12,  por suspeita de lavagem de dinheiro.

Influenciador promove rifas ilegais

Desde que saiu do Big Brother Brasil em 2021, Nego Di vinha realizando sorteios de carros de luxo em suas redes sociais. Ele anunciava que “quem comprasse mais números” ganharia o prêmio. O Ministério Público do Rio Grande do Sul descobriu que o influenciador utilizava contas de sua esposa, parentes e empresas para receber o dinheiro das rifas.

Apreensões e prisão de esposa

Na operação de sexta-feira, Gabriela Sousa foi presa em Santa Catarina, mas liberada após pagar uma fiança de R$ 14 mil. Além disso, dois carros de luxo e uma arma sem registro foram apreendidos. A defesa do casal afirma não ter tido acesso ao inquérito, mas garante que a inocência deles será provada.

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Esquema de rifas virtuais

Um dos sorteios destacados pelo Ministério Público foi o de um Porsche, anunciado por Nego Di como podendo ser ganho “por apenas 99 centavos”. Ele incentivava o público a comprar a maior quantidade possível de bilhetes. No Brasil, a venda de rifas é ilegal, exceto se promovida por entidades beneficentes e autorizada pelo Ministério da Fazenda.

Investigação e lavagem de dinheiro

O promotor de Justiça, Flávio Duarte, da 8ª Promotoria de Justiça Especializada Criminal, afirmou ao G1 que o esquema configurava lavagem de dinheiro. “Esses valores ingressavam inicialmente na conta de uma terceira pessoa, depois eventualmente retornavam para uma empresa e somente depois que já estavam incorporados na empresa, dando uma aparência de lícito e, ao mesmo tempo se distanciando daquele valor que se sabia que era ilegal, oriundo de uma contraversão penal, ele adquiriu os bens. Todo esse mecanismo, toda essa dissimulação, esse distanciamento da origem delituosa configura o crime de lavagem de dinheiro.”

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Defesa alega inocência

A defesa de Nego Di e Gabriela Sousa se manifestou em nota: “A defesa esclarece que ainda não teve acesso ao inquérito conduzido pelo Ministério Público. No entanto, reiteramos que todos os detalhes da situação e a inocência serão devidamente esclarecidas e comprovadas dentro do processo. Ressaltamos também a importância de evitar especulações e a divulgação de informações referentes a processos que tramitam sob sigilo, a fim de preservar a integridade das investigações e dos envolvidos. Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que possam ser prestados dentro dos limites legais.”

Histórico polêmico

Nego Di, conhecido por suas piadas preconceituosas, ganhou notoriedade nacional após sua polêmica participação no BBB 21, sendo eliminado com 98,76% dos votos. Desde então, ele se envolveu em várias controvérsias, incluindo declarações transfóbicas e comentários ofensivos sobre outras celebridades.

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Operação continua

Os advogados que representam Nego Di e Gabriela Sousa afirmam que ainda não tiveram acesso aos autos dos inquéritos. O promotor de Justiça Flávio Duarte informa que, até o momento, foram apreendidos dois veículos de luxo dos investigados e uma arma sem registro. A operação busca apurar a exata dimensão dos crimes praticados pelo casal e os valores arrecadados através das práticas ilegais. O Ministério Público também obteve o bloqueio de valores e a indisponibilidade de bens dos investigados.