Luciano Szafir: ‘O que realmente me dá tesão na vida é atuar’

Por - 07/09/12 às 16:03

Luiza Dantas/Carta Z Notícias

Luciano Szafir poderia facilmente se passar pelo tímido e sagaz jornalista Clark Kent, mas também pelo destemido Super-homem. Com traços e gestos que se assemelham ao herói americano, o ator, que interpreta o bem-sucedido Franco em Rebelde, na Record, resistiu bastante em iniciar a carreira de ator.

Aos 13 anos, quando ainda morava nos Estados Unidos, Szafir começou a se envolver no mundo dos negócios ao trabalhar nas empresas do pai, no ramo de comércio de tecido, construção civil e presentes para a casa. Pouco depois, Szafir chegou a ser assediado para atuar na série Barrados no Baile, ainda nos Estados Unidos, mas não aceitou. Tempos depois, topou um convite para passar um ano como modelo em Nova Iorque.

"Não queria ser ator, não era minha praia", lembra.

Já na volta ao Brasil, a Globo o chamou para atuar em Top Model, mas Szafir disse não novamente. Até lançar uma marca de relógios e resolver atuar para ficar conhecido e começar a vender franquias pelo país.

"Liguei para a Hebe (Camargo), que era superamiga da minha família. Ela me chamou para fazer um desfile no programa dela. Nisso, o Carlos Manga (diretor) me ligou e me convidou para atuar em Anjo Mau em 1997. Quando me disseram o que eu ia ganhar no primeiro mês na Globo, pensei que era por dia! As pessoas se iludem com essa carreira! Mas hoje tenho um salário bom na Record", minimiza.

Paralelamente às gravações de Rebelde, trama que marca os 15 anos de carreira deste paulistano de 43 anos, Szafir não nega sua essência judaica e mantém uma série de negócios paralelos, como uma produtora, uma boate, entre outros.

"Sou um cara muito preocupado com a segurança financeira, assim como meu personagem Franco. Mas o que realmente me dá tesão na vida é atuar", garante o ator, que diz que se apaixonou pela carreira logo nos primeiros capítulos de Anjo Mau.

"O Manga praticamente me colocou para morar com o Paulo José, que me contou a vida inteira dele. Fiquei embasbacado e apaixonado pela profissão. Comecei com papéis pequenos. Não foi como o Ricardo Macchi, que logo pegou um protagonista de cara sem ter desenvoltura", compara, se referindo ao ator que viveu o inacreditável cigano Igor em Explode Coração.

O personagem de maior destaque na carreira de Szafir foi o charmoso Zein, de O Clone, que se apaixonava por Jade, Giovanna Antonelli.

"O público começou a torcer tanto para ele terminar com a Jade no lugar do Lucas, do Murilo Benício, que a Globo decidiu diminuir meu personagem. Muita gente não gostou disso", lembra o ator, que hoje lida com a torcida do publico adolescente com seu personagem na trama juvenil.

Como pai da protagonista Alice, vivida por Sophia Abrahão, Szafir mal se identifica com o lado paterno do personagem, já que Franco é um empresário que começou a trama duro e radical, apesar de ter se humanizado na segunda temporada do folhetim. Na verdade, ele ainda não conseguiu perdoar totalmente a filha por sua mulher ter morrido no parto.

"Ele começou a ficar mais humanizado depois que passou a ter uma família de verdade, de casar e ter uma enteada. O Franco também vai ter cada vez mais destaque na trama. O difícil é ser durão com a Sophia, já que antes e depois das cenas a gente se dá muito bem, se abraça muito", observa Szafir, que se inspirou no empresário Oskar Metsavaht, dono da marca Osklen, para moldar o Franco.

"O Oskar é muito meu amigo. Como não precisei de laboratório para o personagem, me inspirei no estilo dele. Mas morro de vontade mesmo é de fazer um vilãozão na tevê", destaca o ator, que este ano começa a filmar o longa Ódio, de Luiz Rangel. Na trama, Szafir vive um bandido, mentor de um grande crime.

Focos diversificados

Mesmo cada vez mais absorvido pela carreira de ator, Luciano Szafir não desvia o foco de seus negócios como empresário. Sócio da Dummy Produtora, em São Paulo, da boate Miroir, na Lagoa, na Zona Sul do Rio, e envolvido com diversos projetos e parcerias, o ator é um workaholic assumido. Seu primeiro grande negócio de destaque foi a marca de relógios Fossil, que trouxe de Londres com um grupo de amigos no final da década de 1990. Depois, chegou a ter quatro casas noturnas, bares e uma infinidade de parcerias comerciais.

"Uma vez, abri um boteco na Rua Faria Lima, em São Paulo. Uma semana depois, tive de aumentar e alugar a casa do lado. Duas semanas depois, aluguei a casa do outro lado. Não conseguia entrar de tanta gente. Virou um bar gigante. Sempre estive envolvido com comércio, não tem jeito", avalia.

 Atualmente, Szafir começou a produzir musicais. Comprou os direitos de A Cor Púrpura, da Broadway, e pretende ainda investir em dois infantis este ano.

"Também estou sempre ligado em incorporação de imóveis. Mas não tenho nenhum negócio sem sócios. Tenho pequenas participações em várias coisas. Não participo da parte administrativa", explica.

 Instantâneas

# Durante o ano em que apostou na carreira de modelo em Nova Iorque, Luciano Szafir trabalhou em campanhas para marcas como Calvin Klein e Giogio Armani.

# Szafir se formou em Administração de Empresas em 1990.

# Apesar de judeu de família conservadora, o ator chegou a encenar a peça A Paixão de Cristo nove vezes. Viveu Pilatos em duas delas e interpretou Jesus por sete vezes.
"Frequento a sinagoga, mas não sou tão religioso. A maior emoção que tive como ator foi interpretar Jesus para 100 mil pessoas no Amapá", salienta.

# Com 10 trabalhos no cinema, Szafir já atuou em diversos longas nacionais, como Nossa Senhora de Caravaggio, em 2006, Ópera do Malandro, em 2007 e Xuxa e o Mistério da Feiurinha, em 2009 – onde contracenou com a filha Sasha.

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