Lucy Ramos se livra das pressões da trama das nove

Por - 07/12/12 às 17:05

Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias

A fala mansa e o jeito paciente de Lucy Ramos refletem diretamente em sua forma de trabalho. No ar como a desinibida Sheila, de Salve Jorge, a atriz encara sem pressão a ideia de integrar o elenco da atual trama das nove. O fato de ocupar um dos horários mais nobres da teledramaturgia, no entanto, não assusta Lucy.

"Não peguei essa responsabilidade para mim. Faço a minha parte da melhor forma possível. O resultado vai vir independentemente do horário'', explica a atriz, que está em seu primeiro trabalho com Glória Perez e pode agora compreender o jeito de escrever da autora. 

"Quando você está na novela, é que sente como é o texto de determinado autor. É muito diferente a teoria da prática", aponta.

Na trama, a personagem de Lucy é melhor amiga de Morena, vivida por Nanda Costa, e responsável por colocar a protagonista em contato com a máfia de tráfico humano. A partir de um convite de Wanda, interpretada por Totia Meirelles, para fazer parte de um falso grupo de dança, Sheila convence Morena a participar da seleção. Futuramente, a personagem de Lucy também será traficada para a Turquia após ser enganada. 

Lucy Ramos se livra das pressões da trama das nove"O meu papel é ser amiga e irmã da Morena. Elas fazem tudo juntas. É um assunto muito importante para abordar e as pessoas ficarem em alerta", avalia.

Nascida em Recife e morando em São Paulo desde os cinco anos, Lucy passou por um intenso processo para incorporar uma moradora do Complexo do Alemão, conjunto de favelas situado na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ao longo de toda a preparação e workshops", a atriz fez aulas de 'funk e fonoaudiologia para ajudar no sotaque carioca. Além disso, Lucy precisou se adaptar aos figurinos curtos e ousados da personagem e as diversas cenas de apelo corporal.

"O funk é muito sexy. O tempo todo vende sexo. Fiz muitos trabalhos de época, com muita roupa. Agora, eu tenho menos roupa e mais cabelo'', brinca atriz, referindo-se ao 'mega hair' que colocou para a personagem.

Formada em Teatro pelo Senac e com oito novelas em sua trajetória na tevê, Lucy considera o papel em Cordel Encantado, quando viveu a ingênua e romântica Maria Cesária, um dos momentos de maior destaque na carreira. 
Inicialmente, a personagem seria de Taís Araújo, que precisou se ausentar das gravações por conta da gravidez.

"Foi um trabalho muito bacana porque só tive parceiros bons, como o Carmo Dalla Vecchia e a Débora Bloch'', afirma a atriz, que trabalhou com a diretora Amora Mautner pela primeira vez.

"É muito bom quando você está com um diretor em que confia. Às vezes, eu pensava em algo para a cena e a Amora mudava totalmente. E depois o resultado era muito melhor'', lembra.

O cinema foi a área em que Lucy menos atuou ao longo de sua carreira. Com apenas três longas no currículo, a atriz se prepara para rodar no próximo ano a cinebiografia da ex-candidata à presidência pelo PV, Marina Silva. No filme, ela dará vida à protagonista da história.

"É um projeto que torço muito. Já era para ter acontecido, mas foi adiado por conta das eleições de 2010", conta Lucy, que quer expandir os mais diversos gêneros de personagens em sua carreira, desde a vilã até uma esquizofrênica. 

"Quero tudo que seja diferente de mim e do que sou. Não quero ser só boazinha", planeja.

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