Malhação terá consultoria de Lucinha Araújo para tema HIV

Por - 05/01/16 às 09:21

Divulgação
Adolescente soropositivo, Henrique (Thales Cavalcanti) dá um encontrão na colega Luciana (Marina Moschen) durante uma partida de basquete na escola. Os dois se ferem, com sangramentos na pele. Na enfermaria, a menina é indicada a tomar o coquetel antirretroviral. A cena foi ao ar na novela juvenil  Malhação, exibida na Globo no Natal, mas ainda dá o que falar. 
 
Conforme OFuxico noticiou, a mãe do cantor Cazuza, que morreu vítima da Aids, Lucinha Araújo – presidente da Sociedade Viva Cazuza, que dá assistência a portadores da doença – publicou um texto com algumas críticas à novela no Facebook da instituição, alegando que o folhetim exibiu "informações erradas". Autor da novela, Emanuel Jacobina não se assustou com a enxurrada de críticas que vieram em seguida. 
 
"Pensei muito nas consequências que o tema poderia causar, sim, quando escrevi a história. Inclusive, há 15 anos, fui eu quem tratei do assunto AIDS em Malhação com a personagem Érica (Samara Felippo). Lógico que vou levar em conta a crítica. O fato é que não existe consenso entre os médicos para os casos em que há necessidade do coquetel. É uma discussão em andamento no meio", disse ele ao jornal Extra.
 
O novelista avisa que virão outras (muitas) sequências sobre a temática. Para discutir a real necessidade do coquetel, uma nova cena foi incluída nos próximos capítulos.
 
"Acho que a crítica que a Sociedade Viva Cazuza me fez foi uma contribuição ao debate. Uma pessoa soropositiva oferece risco quase nulo de infecção a quem pratique esporte com ela. Porém, se não falarmos sobre esse risco mínimo, o preconceito vai continuar", enfatizou Jacobina ao Extra.
 
O autor pretende conversar com Lucinha Araújo. De viagem a Alemanha até sábado (9), quando volta ao Brasil, a presidente da Sociedade Viva Cazuza disse que não se furtaria em participar da novela, como foi sugerido pelo autor ainda no início da produção. Ela destacou ao jornal que sua ONG foi consultada sobre a cena polêmica.
 
"Se for necessário, vou para falar o que puder. A gente achou que não poderia ser daquele jeito e eles fizeram. Dizer que duas pessoas que se encontraram podem pegar Aids é um desserviço. Não tenho a menor base científica para falar sobre o assunto, mas possuo o que a vida me ensinou. Meu dever é lutar contra o preconceito e ensinar as coisas certas".
 
O autor, por sua vez, reforçou a preocupação no diálogo com outras entidades.
 
"Tenho mantido contato com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) e, depois da repercussão das cenas do basquete, pelas quais a entidade não tem nenhuma responsabilidade, eles têm me oferecido colaboração técnica".
 

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