Marcela Barrozo volta à TV com papel dramático em minissérie da Record

A carreira de Marcela Barrozo é marcada por diversas personagens adolescentes, espevitadas e alegres. Entre elas, a altiva Bianca de Senhora do Destino e a simpática Ramona em Duas Caras. Aos 20 anos e com 11 produções no currículo, a intérprete da sofrida Diná na minissérie José – De Escravo a Governador finalmente comemora trabalho mais denso e com forte elaboração histórica.

"É uma personagem muito difícil porque ela passa por muitas tragédias sucessivas. Não tenho nada parecido nos meus outros trabalhos para buscar", aponta a atriz, que deve voltar à tevê no primeiro semestre do ano que vem.

Na trama escrita por Vivian de Oliveira, Marcela vive uma das irmãs de José, interpretado por Ricky Tavares na primeira fase e logo depois por Ângelo Paes Leme. Após ser estuprada, é obrigada a se casar com seu algoz, interpretado por Paulo Nigro.

"É uma carga emocional muito forte. É muito sério mexer com a virgindade de uma moça, ainda mais quando o assunto principal é o estupro", afirma.

Para compor uma personagem dos tempos de Cristo, três meses antes do início das gravações, a atriz passou por um intenso processo de preparação em 'workshops' para aprender detalhes históricos e como se portar.

"Eu vi muitos filmes. Mas, mais importante do que isso, foram os livros que me ajudaram a compor. Li um livro que conta a história de José do ponto de vista de Diná ", ressalta.

Além disso, a atriz ficou um dia inteiro com o elenco em uma pedreira reproduzindo os costumes da época. "Usamos roupas do figurino e fizemos nossa própria comida. Foi uma experiência intensa para entender o período em que passa a minissérie", aponta.

A atriz deve ficar apenas nos 10 primeiros capítulos da produção. Após uma passagem de tempo, seu papel será interpretado por Samara Felippo, com quem já mantém contato.

"A gente já trocou algumas informações. Como eu comecei a gravar antes dela, sempre me perguntava como estava o clima das gravações", lembra a atriz, que já havia interpretado uma personagem de época.

Apesar de ter vivido a doce Estelinha em Chocolate com Pimenta, que se passava nos anos 20, Marcela ainda precisa se policiar para evitar gírias e expressões mais modernas.

"Às vezes, você derrapa em coisas bobas, como falar 'há algumas horas', sendo que naquele tempo não havia horas'', afirma.  

Apesar de ter começado a carreira muito nova, Marcela não sente que parte de sua adolescência tenha sido negligenciada. A atriz, que estreou com uma participação em Laços de Família, da Globo, sempre teve certeza de que queria seguir a carreira artística.

"Era muito importante para mim. Virava a noite estudando para manter as notas altas, pois meus pais só deixavam fazer tevê com boas notas", destaca ela, que ainda deseja interpretar diversos personagens, de preferência alegres e cômicos.

"Andei chorando muito nos meus últimos papéis. Não tenho mais lágrimas para nada", brinca a atriz, que recentemente deu vida à triste Cacau de Vidas em Jogo, cujo marido se envolvia com crack.

O convite para a minissérie surgiu através do diretor Alexandre Avancini, com quem a atriz já havia trabalhado em Vidas em Jogo. 

A produção é uma grande oportunidade para Marcela se aproximar da área cinematográfica, onde possui apenas uma experiência com o filme Desenrola. A jovem já começa a ter algumas noções de posicionamento e luz quanto ao enquadramento em set da minissérie, que é totalmente filmada com câmaras de cinema.

"É uma escola. A gente não pode se mexer para não sair do foco. Pelo que vejo por aqui deve ser uma loucura muito grande. Mas ainda quero trabalhar com mais força nessa área", planeja.

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