Marieta Severo: ‘Nunca fui uma mulher bonita’

Por - 02/08/15 às 10:48

divulgação globo

De uma matriarca zelosa e carinhosa do lar dos Silva à cafetina, uma mulher sem escrúpulos, que explora sexualmente garotinhas para se dar bem na vida. Por mais doloroso que pareça, dá gosto acompanhar a "transformação" de Dona Nenê, de A Grande Família, em Fanny Richard, de Verdades Secretas.

"Minha missão interior era essa: fazer com que as pessoas se esquecessem da Nenê quando me vissem em cena. Nem eu tinha consciência de como estava impregnada por ela, na maneira de falar, no gestual, nos pensamentos e sentimentos. Fiz um trabalho meticuloso, no sentido de me afastar. Tive essa sorte enorme de ser chamada para uma personagem que me levasse para outro lugar, e fui", explicou Marieta Severo, que carrega as duas grandes personagens, ao jornal Extra.


A atriz ainda enfatizou que não aceitaria interpretar outra dona de casa, boa índole.

"Eu, como atriz, nunca me senti atraída por estender algo que deu certo. Não tem graça!".

Por coincidência, verdades secretas é gravada no mesmo estúdio de A Grande Família e Marieta usa o mesmo camarim.

“No começo, ficava mexida, achava que Bebel, Agostinho, Lineu… estavam todos pairando por ali”, contou.

Todo o tempo sofrendo insultos, na pele de Fanny, chamada de velha por Anthony (Reynaldo Gianecchini), Giovanna (Agatha Moreira) e Alex (Rodrigo Lombardi), a empresária — que de boazinha não tem nada, mas não é considerada vilã por sua intérprete, e sim uma mulher amoral —, provoca sentimentos controversos no telespectador. Marieta destacou que recebeu carta branca do autor, Walcyr Carrasco, para “pegar pesado” no texto.

“Eu queria que ficasse muito clara a diferença de idade entre os personagens. Sou bem mais velha que Giane, uns 20 anos pelo menos. Ele poderia ser meu filho. Então, o caminho era esse: a velha que compra o cara. E esse cara é lindo, não é um qualquer”, enfatizou ela ao jornal.

Quando ouve humilhações em cena, Marieta não se deixa abalar pessoalmente, apesar de ser ela a dona da pele da personagem.

“Não misturo estações. Esse seria um caminho para a loucura. Fico engasgada, porque é muito duro uma mulher ouvir isso. Choro, mas é pela Fanny. O que fica no fim é a satisfação de uma cena bem-feita. Mergulho profundamente ali e depois exorcizo ao ir embora. Caso contrário, vira hospício, não é arte”.

Tudo ao Natural


Com 68 anos bem vividos, a atriz destacou que Marieta diz que as rugas são, sim, um incômodo, mas não uma preocupação. Ela nunca se entregou ao bisturi ou ao botox.

“Ruga é uma chatice, que fique claro. Ninguém gosta de ficar enrugado. Eu reclamo do meu pescoço há milênios, só agora atingi a idade dele, que começou a ficar velho antes de mim. Tem dias em que acordo com 110 anos, mas em geral a minha tônica é de 20. Sou jovial, animada, cheia de energia. E sempre mantive o mesmo peso, tenho roupas de 20 anos atrás”.

Beleza, revela Marieta, não é uma questão para ela. Bem-estar vale mais parta esta mãe de 3 filhas e avó de 7 netos.

“Nunca fui uma mulher bonita. No máximo, era a moreninha ajeitadinha. Então, acho que estou envelhecendo bem. Eu me cuido, tenho a mesma professora de ginástica há mais de 20 anos. Faço ioga duas vezes por semana e massagem. Eu me sinto confortável assim, caminhando para os 70”.

Nos dias de folga, a atriz se divide entre o namorado (o ator e diretor Aderbal Freire-Filho, de 74 anos), as filhas e os netos, com idades que variam dos 2 aos 18 anos.

“Minha casa é muito atraente. Botei casinha de boneca, pula-pula, escorrega… eles amam! A grande farra é dormir todo mundo no meu quarto”.

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