Marieta Severo: ‘Temos que ser inclementes com o racismo’

Por - 25/11/17 às 13:30

Divulgação/O Outro Lado do Paraíso/TV Globo

Intérprete da grande vilã de O Outro Lado do Paraíso, novela de Walcyr Carrasco exibida na Globo na faixa das 21h, Marieta Severo condena o mau-caratismo de sua personagem, Sophia e, muitas vezes, sofre com suas falas preconceituosas. 

A atriz contou na coletiva de apresentação da trama que, durante os ensaios das cenas com Juliana Caldas, que vive sua filha Estela na ficção, chegou às lágrimas ao precisar insultar a colega de elenco, que é anã. O texto forte de Walcyr Carrasco, no entanto, se faz mais do que necessário, na opinião de Marieta. Ela elogia o autor por tratar temas tão delicados, como o nanismo, o racismo e a violência contra a mulher, em diversos núcleos.

"Acho uma maravilha Walcyr estar tocando em feridas tão expostas, mas que muita gente finge não ver. Temos que ser inclementes com o racismo, não dá para relativizar! A violência contra a mulher é outra temática importantíssima em evidência na novela. A agressão não necessariamente é física, pode ser psicológica. E está em toda parte".

A artista fala sobre sua paixão por cabelos crespos.

"Eu adoro! Dona Nenê (sua personagem no seriado A Grande Família, na Globo, por 14 anos) ganhou cachinhos por isso. Lá na década de 70, quando o black power estava em alta, minhas amigas faziam permanente e ficavam com aqueles cabelões. O meu não pegava, e eu ficava frustrada".

Autodefinindo-se "hiperfeminista desde a década de 1960", Marieta celebra que o movimento das mulheres em prol de seus direitos tenha ganhado força e mídia nos últimos tempos.

"Uma das minhas maiores alegrias, para compensar o retrocesso que vivemos, é a retomada do movimento feminista. Há uns dez anos, era quase cafona dizer que era feminista. Eu sempre fui! E me cansava explicar o verdadeiro significado disso. As jovens de hoje são inacreditáveis, pegaram para si essa bandeira". 

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