Miguel Falabella justifica por que desistiu de ser dono de teatro

Por - 26/10/06 às 10:45

Felipe Panfili

Depois de classificar o Centro Cultural Solar de Botafogo como uma iniciativa que só engrandece o Rio de Janeiro, Miguel Falabella, que já foi dono de um teatro, fez um alerta ao casal Cláudia Lyra e Leonardo Franco, proprietários do novo espaço. Ele participou da inauguração do Solar, que fica na rua General Polidoro, no bairro de Botafogo, zona sul carioca, na noite de terça-feira (17), abrigando obras de atores que também são artistas plásticos: Taumaturgo Ferreira, Analu Prestes e Guilherme Leme.

“Um local como esse que a Claudinha e o Léo batalharam por tantos anos para ter, ajuda também a resgatar a vida cultural do bairro, que já conta com o teatro da Marieta Severo e da Andréia Beltrão, que tem o fantástico nome de Poeira. Tomara que o Solar de Botafogo dê certo, porque tem tanta gente invejosa… O casal precisa tomar cuidado com o olho gordo. É verdade, estou falando sério”, alerta Falabella.

O ator, diretor e autor de novelas e peças lembra que já teve um teatro – que até hoje conserva seu nome, no Norte Shopping, bairro do Cachambi, zona norte do Rio.
Falabella  enumera uma das razões que o fizeram desistir do teatro.
“Vivemos em um País onde a cultura realmente não é prioridade e manter um espaço é muito caro. Uma indústria qualquer paga um preço diferenciado de energia elétrica. Um teatro paga a luz no mesmo preço de uma casa residencial.”

Madrinha do local

Sem apelar para o misticismo, Vera Holtz também torce para o sucesso da empreitada dos atores Cláudia Lyra e Leonardo Franco. Ela brinca que se sente meio madrinha do local.

 “Acompanhei esse espaço desde quando a Cláudia e o Léo compraram o casarão. Eles chamavam a gente para vir ver as obras. Agora ver isso tudo pronto e lindo, transformado em um centro cultural que a cidade merece, é como me sentir madrinha, de uma forma indireta. Estou cada vez mais convencida de que uma casa como essa é a salvação do homem de qualquer classe social. Um local que abriga e se faz arte é um grito de salvação, independente da manifestação artística praticada ali dentro.”
Com o aval de Diogo Vilela e da bailarina Deborah Colker, Louise Cardoso classifica o Solar de Botafogo como um local muito chique, que o Rio de Janeiro estava precisando para vencer a violência, a mediocridade e o baixo astral que, na sua opinião, dominam a cidade.

“Concordo com a Vera Holtz, porque acredito que a arte pode modificar isso tudo, levando as pessoas para o bom caminho. Estou emocionada com toda essa beleza de local que abriga um teatro de Primeiro Mundo. É uma iniciativa heróica da Cláudia e do Léo que investiram numa cidade considerada falida”, dispara Louise.

Ângela Vieira, acompanhada do marido, Miguel Paiva, saiu deslumbrada do Solar de Botafogo.

“É tudo de um bom gosto que não dá para descrever. E de muita utilidade por juntar as artes plásticas com espaços para cursos e ensaios de peças e um teatro com capacidade para 180 espectadores.”

Analu Prestes considera um presentão ter sido escolhida junto com Taumaturgo Ferreira e Guilherme Leme para inaugurar a galeria de arte do Solar. Ela que além de atriz e artista plástica também se dedica à cenografia, destaca que o teatro do local está muito melhor equipado que os similares existentes em shoppings e galerias comerciais do Rio.  

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