Mônica Martelli: ‘Tô cag**** pra homem provedor’

Por - 05/06/23 às 13:00 - Última Atualização: 5 junho 2024

Retrato de Monica MartelliFoto: Reprodução Instagram @monicamartelli

Ela é sincerona sim! Monica Martelli tem seu estilo próprio e não deixa de dizer o que pensa de diferentes assuntos. E não seria diferente ao participar do episódio desta semana do podcast “De Carona na Carreira”, de Thais Roque.

Convidada, Monica Martelli contou sobre sua vida rompendo barreiras com tudo o que a sociedade espera de uma mulher, sendo um exemplo real e inspirador de quem foi em busca de construir a própria carreira e que leva essa lição para a vida pessoal e afetiva, com a consciência de que a realização feminina está dentro de cada uma e não em outra pessoa: “Nosso maior erro é colocar nossa felicidade na mão do outro”.

Atriz e autora do espetáculo “Os Homens São de Marte… e É pra Lá que Eu Vou” contou momentos da trajetória com reconhecimento profissional que aconteceu quando ela tinha 37 anos. Aos 40, aconteceu a primeira gravidez e a segunda paixão aconteceu no auge dos 50, onde segundo Martelli, foi um dos sinais de que sua vida é fora dos padrões esperados pela sociedade para uma mulher. Ela contou o que espera de um relacionamento:

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“Eu tô cag**** para homem provedor. Um presunto dentro de casa eu mesma coloco, eu quero um homem parceiro, que esteja comigo na minha caminhada. Os homens se assustam com mulheres bem-sucedidas, porque eles também são vítimas dessa sociedade machista, ele se sente cobrado, e se não consegue ser o mais forte, ele se sente diminuído e isso reflete em nosso dia a dia, manipulando, colocando a gente pra baixo, fazendo chantagem. Eu já tive um namorado que para falar sobre o meu trabalho eu tinha que pisar em ovos, pois falar disso o fazia se sentir ameaçado. Desse problema eu não sofro mais.”

PRIORIDADES

Atualmente, aos 55 anos ela prioriza uma relação de namoro e compara sua atual situação com o casamento. “Um amigo diz que o problema do casamento é que a gente adia o afeto, porque está ali, vamos ver amanhã. No namoro você precisa estar linda, tem dia marcado para o encontro. Por isso eu digo que sou a favor de, mesmo no casamento, ter dia marcado para transar. Porque você cria um clima, toma um vinho, fala de coisas que não são da casa. A rotina é muito difícil.”

INÍCIO E VIRADA NA CARREIRA

Antes de fazer sucesso na atuação, Monica Martelli relembrou como eram os trabalhos: “Antes eu vivia de fazer testes, vivia de participações que era de onde eu tirava o meu dinheiro. Mas esses anos de perrengue me fortaleceram, porque nos tombos, nas falhas, nos erros é onde a gente se fortalece. Um dia me ligou um produtor de elenco do programa da Angélica, dizendo que tinha um um videokê com bichos e me convidou pra fazer a cobra. No dia, entra a figurinista dizendo que a cobra caiu e eu ia fazer a tartaruga, uma fantasia enorme e eu só com a carinha pra fora toda pintada de marrom. Na hora fiquei deprimida.”

A atriz disse ainda que o grande start na carreira se deu com uma ideia da mãe, onde ela percebeu que não deveria esperar a ajuda de ninguém para fazer bonito na profissão.

“Uma época eu estava triste com a profissão, aí minha mãe vira pra mim e diz ‘minha filha, pega um caixote sobe em cima no meio da praça e fala seu texto pro mundo, mostra quem você é’. Aí eu percebi que eu estava sempre esperando o projeto do outro, o olhar do outro. Parei tudo e escrevi os Homens ‘Os Homens São de Marte…e É pra Lá que Eu Vou’. A minha praça foi o Cândido Mendes, em Ipanema (RJ), um teatro pequeno de 68 lugares que foi onde eu estreei e a partir dali a minha vida mudou.”

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Uma semana depois, Mônica precisou abrir uma segunda sessão para poder atender a demanda. Entrando no palco, no mesmo dia, às 23 horas, com o figurino molhado de suor, ela viu a lotação esgotada do teatro, com gente sentada até nas escadas do local. Foi a primeira vez que ela experimentou essa boa sensação do sucesso.

“Eu pensei ‘meu Deus, minha peça é um sucesso. Depois disso já fiz espetáculos para milhares de pessoas, mas naquele dia, dessa sensação, eu jamais vou esquecer”.

Monica Martelli falou ainda sobre a época em que morou nos Estados Unidos, quando trabalhou como garçonete, os anos de terapia e a amizade com Paulo Gustavo, de quem sente uma tremenda falta.

O papo segue contando sobre a época que morou nos Estados Unidos, onde trabalhou até de garçonete, seus 30 anos de terapia, a dificuldade de acreditar e ficar confortável com o sucesso, a amizade com Paulo Gustavo e a dor de sua perda.

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