Naldo: “Sou fissurado por tênis, mas na infância só tive um”

Por - 18/03/13 às 19:13

Lê Taccilo

Com 44 shows por mês, 25 mil discos vendidos e projeto de carreira no exterior, Naldo relembrou a infância pobre no Complexo da Maré, Rio de Janeiro, em entrevista à revista Meio & Mensagem. De acordo com o cantor, a sua história de luta e sucesso representa a classe C, que com a economia bombada no Brasil, passou a ter mais crédito e perspectivas nos últimos anos.

“Sou fissurado por tênis, mas na infância tive só um par, cheio de buraco. Usei o tênis até remendado por papelão. Para uma criança da favela, é inacreditável o sentimento de ter uma bicicleta. [Hoje], as pessoas podem ter um carro, uma casa. Acho que minha história representa a classe C. Tem a ver com o crescimento do Brasil”, declarou.

Na entrevista, o artista explicou ainda que, apesar de suas músicas falarem sobre bebidas e cogitar fazer uma campanha publicitária para uma cervejaria, nunca aderiu ao álcool em seu cotidiano e que prefere sempre estar sóbrio em seus trabalhos. E mais: ele teme que sua imagem seja associada ao hábito de beber.

“Sobre as bebidas alcoólicas, é preciso cuidado. Ser associado à bebida é complicado porque eu não bebo. Mas como vivo na noite, falo de álcool como compositor. Se for assim, acho válido [ter uma música em um comercial de cerveja]”.

Ao comentar sobre a preocupação com imagem, o cantor disse que gostaria de ser gerenciado pelo ex-jogador Ronaldo Nazário, a quem considera um amigo. E revelou a curiosidade de já ter sido figurante de um comercial estrelado por Fenômeno.  

“Gravei um comercial de cerveja como figurante, em 1994. O próprio Ronaldo era protagonista. Lembro que tinha o Zinho, o Ricardo Rocha. Foi divertido. Eu toparia que ele [Ronaldo] cuidasse da minha imagem. Até porque sou muito fã, amigo e tenho uma grande admiração por ele. Já conversamos, mas não misturo as coisas. Talvez ele me procure um dia.”

Referente aos próximos passos, o cantor defendeu que a internet e as redes sociais têm um peso forte em seu trabalho – já que o mundo fonográfico mudou – e que está de olho no mercado internacional. Atualmente, ele estuda inglês e espanhol e se prepara para lançar um CD na língua espanhola.

“Vou cantar pela primeira vez no baile de gala da BrazilFoundation, em Miami. Vou regravar Amor de Chocolate junto com o rapper Fat Joe. Gravei com o Timbaland, com o K-Rose. Mas não tenho pretensão de virar rapper americano”, finalizou.

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