Nesta terça (16), Isadora Ribeiro volta ao teatro com texto escrito por sua filha

A fé em Deus guia Isadora Ribeiro. Aos 53 anos, a atriz que foi símbolo sexual nos anos 90, completa 30 anos de carreira e celebra no palco, num texto escrito por sua filha mais velha, Maria, de 21 anos. Mãe também de Valentine, de 12, Isadora estreia nesta terça-feira (16) o espetáculo Diário de Bordo, no Teatro Vanucci, na Gávea, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro.

Em cena, ela interpreta três personagens de diferentes épocas, em três esquetes. Uma senhorinha que sofre com a solidão e vai para a Irlanda, uma filha preterida que refaz a vida em Nova York e um guia de turismo. O texto adaptado por Roberto Innocente, apresenta três das cinco crônicas publicadas pela Editora Instituto Memória de Curitiba, no livro Crônicas de Viagem.

Isadora conversou com a reportagem de OFuxico e fez uma avaliação de sua trajetória, a maternidade e o atual momento profissional. Confira!

OFuxico: São 30 anos de carreira. Que passagens são mais relevantes no seu diário de bordo?

Isadora Ribeiro: Sempre falei para as minhas filhas que a vida é feita de escolhas. Cada escolha tem consequências e, graças a Deus, tive só consequências boas e tive duas filhas inteligentes, amorosas, lindas e preparadas. No meu diário de bordo eu destaco a minha qualidade de vida espiritual, emocional e intelectual. O meu trabalho, a ponto do tempo, foi ficando cada vez melhor, assim como eu. Fiz grandes trabalhos na TV, como a contribuição social através da Odaíza, criada pa Glória Perez em 1995, na novela Explode Coração. Conseguimos resgatar várias crianças desaparecidas no Brasil e em Portugal. Gostei muito também da personagem que fiz em Pátria Minha, do Gilberto Braga. Virei protagonista,fazia uma Cinderela brasileira, formava par romântico com Tarcísio Meira, por quem tenho muito respeito. Depois ele foi meu sogro em Torre de Babel, do Sílvio de Abreu. Eu fazia a esposa do Edson Celulari. Fiz ainda participação em As Filhas da Mãe, par com Tony Ramos. Fiz três novelas no SBT (Brasileiras e Brasileiros, Uma Rosa Por Amor e Amor e Revolução). Na Globo e fora dela foi tudo muito prazeroso e sempre dei o meu melhor.

OF: Do que você se arrepende?

IR: Não me arrependo de nada, de fato. Eu parei espontaneamente para cuidar das minhas filhas.A Maria faz Medicina, ganhou o prêmio de jovem es foto da. e estou muito feliz por ter dado carinho, até caô, a minha presença física foi muito importante pra elas, ainda é, e isso não tem fama nenhuma que pague.

OF: Qual a sensação de interpretar um texto da sua filha? A relação maternal ajuda ou atrapalha?

IR: Maria foi muito preparada, amorosa, elegante, extremamente inteligente, a atencao que dei a ela foi importante mas ela por si só já é uma moca muito centrada, tanto ela quanto a irmã mais nova, Valentine. Maria estudou num colégio que incentivava a leitura, redações, e ela sempre tirava em primeiro lugar, sempre fez cursos paralelos de roteiro, lançou livro na Bienal, ganhou prêmio de jovens de fotografia aos 16 amos, é uma honra. Eu a preparei e ela está fazendo as próprias escolhas. As vezes ela me pede conselhos, dou opinião mas a decisão é dela. Nossa relação é ótima, mas de amigas do que mãe e filha.

OF: Interpretar três personagens não deve ser fácil… como se preparou para essa ação cênica?

IR: É um trabalho minucioso e elaborado. A direção geral é do Roberto Innocente, um italiano radicado em Curitiba que trabalhou dez anos com o Dario Fo, e pedi a ele que, na adaptação, preservasse o texto poético. Fiz aula de mímica com o Josué Soares, aulas de voz com a Vera Gonçalves , fiz um curso de Máscaras, não é fácil. São três vozes diferentes, três técnicas de andar para fazer uma senhorinha, uma moça e um rapaz. Mas é só alegria!

OF: Sente falta de atuar em novelas?

IR: Sempre estou em movimento, fazendo uma coisa ou outra,seja meus shows no qual canto e conto piadas, seja dando palestras. Ganhei um prêmio no festival Cult de Curitiba, estou sempre trabalhando. Se me convidarem pra atuar em novela, eu vou. Quero é ter a alegria de atuar e ter dinheiro para pagar minhas contas. Acabei de rodar o filme República do Peru e agora retornei aqui no Rio de Janeiro com a temporada do Diário de Bordo

OF: Continua ministrando palestras sobre qualidade de vida? Quando e onde serão as próximas?

IR: Com a crise, as empresas estão contratando menos, e fazem palestras com os próprios funcionários, contratando me os artistas. Fui convidada recentemente para a feira de educação pelo meu comportamento em relação às minhas filhas. Estive também na feira da mulher, em São Paulo.

Serviço:
Diário de Bordo 
Estreia – Dia 16 de Outubro – terça às 19h e 21h (dias 23/10 e 30/10 às 20h). 
Local – Teatro Vannucci /Shopping da Gávea – Rua Marques de São Vicente 52- 3º andar.
Ingressos – R$ 60