Onda de violência no país mobiliza a classe artísica

Por - 16/05/06 às 12:51

Fotomontagem

A guerrilha urbana, que vitimou mais de 90 pessoas (entre policiais, civis e bandidos) em São Paulo, desde a última sexta-feira, dia 12, mexeu muito com todo o país. Mexeu também com a classe artística, segmento expressivo na sociedade por ser formador de opinião.

Assim, OFuxico quis saber o que pensam os artistas sobre essa onda de violência, que tem deixado São Paulo em alerta máximo. Em quatro dias, a cidade foi vítima de inúmeros atentados, bem como rebeliões em dezenas de presídios. Tudo orquestrado pelo crime organizado.

Muitos dos artistas ouvidos pelo site nasceram ou têm residência em São Paulo, embora muitas vezes fiquem no Rio, quando estão gravando novelas da Globo, Record e Bandeirantes. De qualquer forma, todos têm o mesmo sentimento de tristeza, estarrecimento, impotência, medo e insegurança. Assim como os demais cidadãos brasileiros, eles querem mudanças, através de reações enérgicas e eficazes por parte dos governantes. Porém, alguns, como Tony Ramos e Reynaldo Gianecchini, aidan não perderam a esperança por dias melhores. Confira:

Tony Ramos: “É duro, mas São Paulo é uma cidade aguerrida, e vai resolver isso. Não pode haver pânico. É preciso serenidade, apesar do medo. Tudo irá se resolver, tenho certeza.”

Reynaldo Gianecchini
: “É uma cidade linda, tão complicada como o Rio de Janeiro. É triste o que está acontecendo, mas vai ser superado. Depois que terminar Belíssima, volto pra minha cidade…”

Bruno Gagliasso: “Estive lá pouco antes dessa confusão. A gente sente um misto de medo, humilhação e tristeza. Mesmo quem não vive em São Paulo está compactuando desse sentimento.”

Juliana Silveira: “A violência está em todos os lugares. A gente espera que os governantes nos retribuam um pouco o que a gente dá para eles. Segurança é o básico que deveríamos ter.”

Cláudia Raia: “São Paulo está doente, o Brasil está doente. É uma lástima, isso tem que ter um fim. É inacreditável ficar à mercê dos bandidos.”

Ricardo Pereira: “Assisti a tudo pela tevê no canal português SIC, onde passa a programação do meu país. Fiquei estarrecido. Um país tão lindo como esse, com pessoas com vontade de viver não têm necessidade de viver esse clima de horror. Os brasileiros não merecem isso.”

Jorge Fernando: “A conscientização tem que começar na casa da gente, ir pro bairro e pra cidade. Segurança, educação e saúde é tudo o que queremos e precisamos nesse país.”

Maitê Proença: “É uma loucura (o governo de São Paulo) não aceitar a intervenção federal. Enquanto isso, os civis estão morrendo. Que Brasil é esse? Não é o que construímos!”

Flavia Alessandra: “Espero que haja intervenção federal. Não é possível continuar assim, nessa insegurança, nesse medo, nessa terra de ninguém.”

Marcelo Médici:
“É muito triste, a população está nas mãos das pessoas fora da lei. É preciso atitude, não sei qual, mas alguma coisa tem que ser feita pra ontem. Do jeito que está, não dá pra ficar.”

Ronnie Von: "Mais que violência, mais que diferenças
sociais. Vivemos hoje com a criminalidade  batendo à nossa
porta. Somos reféns de uma situação deprimente, que fazem
de todos nós pessoas piores."

Cazé Peçanha: "É de ficar chocado. É assustador. Com
isso a gente vê que a capacidade de organização desse
pessoal é maior que a nossa. Se a polícia está com medo, imagine a gente. Nós ainda temos que agradecer porque, por enquanto, eles estão pedindo para as pessoas descerem dos ônibus (antes de pôr fogo).”

Juca Kfouri: "Eu diria que é a crônica de uma guerra
anunciada. Porque há muitos e muitos anos que não se trata
do problema. Eu me lembro, que na década de 1950, quando eu ainda era criança, as pessoas diziam: ‘um dia a favela desce’. Agora desceu.”