Opinião: Babilônia é mesmo um fiasco?

Passei 50 dias fora do Brasil. Assisti pela internet o final de Império, não vi a estreia de Babilônia, mas acompanhei as infinitas notícias e criticas sobre o fracasso da novela.  Fiquei sabendo que, nas primeiras semanas a audiência da Globo despencou e fez a emissora mudar toda a sua estratégia de chamadas na tentativa de “ressuscitar” a novela.

Ainda apenas ligada nos noticiários, li artigos apontando os mais variados motivos para o tal “fiasco”: excesso de maldade na trama, falta de carisma dos protagonistas (jovens talentos da emissora), rejeição ao casal gay formado por Fernanda Montenegro (Tereza) e Nathalia Timberg (Estela), problemas no texto, personagens mal construídos, e por ai vai.

Confesso que inicialmente, tantos comentários negativos me deixaram com preguiça de conferir a novela, mas depois de uma longa temporada convivendo com a insossa e impessoal tv americana, eu estava com saudades da nossa telinha brasileira. E na segunda-feira (27), lá fui eu conferir a polêmica e rejeitada trama global das 21 horas.

Quer saber o que eu achei? A-do-rei!  Confesso que sempre fui fã de Gilberto Braga, mas isso não seria o suficiente para minha aprovação. Porém, ao ver as primeiras cenas de Beatriz (Gloria Pires) e Inês (Adriana Esteves) duelando para saber quem é a mais malvada, não demorei mais que 10 minutos para me encantar. Duas

Talvez o motivo da tal rejeição a primeira vista seja o fato da trama não ser “facinha” como o publico gosta. Entendi que os autores Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga optaram por criar um clima crescente, como um mosaico que vai se montando no decorrer dos capítulos.

Eu ainda nem vi o tão falado beijo de Fernanda Montenegro (Teresa) e Nathalia Timberg (Estela), mas achei as cenas do casal equilibradas, normais, cotidianas, como é a vida real. Senti firmeza.

A mocinha Regina (Camila Pitanga), ainda não me fisgou, mas acredito que ela ainda tenha muita lenha pra queimar . E confio que este trio de autores, experts em construir personagens de maneira crescente. Quem sabe ela não nos surpreenda mais adiante?

Passar um tempo longe da nossa realidade é uma oportunidade de ouro para entendermos o quão valioso é nosso universo. É claro, eu também tenho minhas criticas, abomino os exageros, as apelações, mas cada vez mais procuro repensar meus conceitos. Muitas vezes vejo gente criticando nossas produções pelo simples prazer de criticar. Se um programa dá muita audiência, é porque apela, se uma novela sofre uma baixa nos índices, é porque é um lixo… Não mesmo!

Quando o assunto é televisão, eu escrevo e assino sem medo de errar: Nosso Brasil dá show!  E eu não gosto de ser do contra, prefiro sempre torcer a favor. 

Babilônia: Inês e Regina se juntam para destruir Beatriz
Babilônia: Vinicius abandona Regina no altar