Otávio Mesquita: “The Voice mexe com nossas emoções”

Por - 24/09/12 às 12:21

Ag.News

Desde que eu me conheço por gente, ou retrocedendo mais ainda, desde que o homem começou a cantar (essa informação eu não tenho), sempre existiram disputas para se saber quem canta melhor. Os primeiros programas de rádio tinham essa “pegada“ e isso se perpetua até hoje .

Temos espalhados pelo mundo diversos estilos, que vai desde os concursos de calouros, no início da nossa tevê, passando por Hebe Camargo, Silvio Santos, Chacrinha, Raul Gil e tantos outros.

Mas por que o The Voice Brasil, que estreou no domingo (23) chegou a 16 pontos no Ibope? Primeiro, porque está na TV Globo, e tudo lá dá audiência. Se ela (Globo) sair do ar amanhã no horário da Carminha, Nina e Tufão, da novela Avenida Brasil, dará 10 pontos. Segundo, e o mais importante, porque no The Voice temos uma união vencedora de formato, direção,  elenco e produção.

Jurados : Temos ali 80% do estilo da nossa música, ou seja, ali está o Brasil da música. Lulu, engraçado e com um conhecimento do assunto assustador. Carlinhos Brown, que não só ouve a música, ou o próprio cantor, mas o conjunto da obra. Claudia Leite, mais emotiva, que julga sim pela qualidade, mas seu coração quer aprovar todo mundo. E Daniel, no estilo sertanejo, fala mais ainda a linguagem do povão.

Quem amarra tudo, o Tiago Leifert, que tem um carisma incrível, fica nos bastidores, e claro, torce pra todos. Acho que merecia mais espaço, mas dá pra entender que a ideia, é dar ritmo ao programa, falar menos e ouvir mais.

Assisti ao programa na casa de amigos. Estávamos em seis pessoas: quatro se emocionaram e eu, manteiga e ‘frôzinha’ que sou, chorei algumas vezes de emoção, e duvido que em milhares de lares brasileiros não tenha ocorrido o mesmo.

E esse é o segredo, o pulo do gato, do The Voice. Ele mexe com nossas emoções e nos faz torcer… porque os cantores, TODOS, são muito bons, e durante aquele pequeno espaço de tempo que o cantor está no palco, ficamos na torcida para que uma cadeira dos jurados – que ficam de costas durante as audições – vire.

Um pequeno, mas importante detalhe: quando o Jurado aperta o botão vermelho, o efeito sonoro age dentro da gente como uma explosão e quando você percebe, grita junto … é engraçado isso… Mas dá um alívio gostoso dentro da gente.

 A maior prova que o nome do programa tem tudo a ver, e que a produção é séria, foi o momento do índio-cantor. Se os jurados tivessem visto ele antes de cantar, com certeza já seria aprovado pela sua etnia e novidade, mas ali, não passou pelo crivo dos jurados.

O Boninho, que dirige o programa brilhantemente sacou tudo isso e nos apresentou um programa sensacional . E já soube que tudo ali tem sua grife, pois acompanha cada detalhe. Ele é Diretor, produtor, editor e se bobear, serve até café para os participantes. Sabe fazer televisão, sabe nos dar emoção, sem apelar e sem usar os participantes para alavancar nada.

Só tenho dúvidas com relação à segunda fase. Mas, até lá, vamos ter que esperar…

 

Otávio Mesquita, que colabora como crítico de tevê de O Fuxico, é apresentador do programa Claquete, da TV Bandeirantes


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